A segunda ilusão generalizada hoje, e igualmente perigosa, é a crença comum de que o custo para limpar o meio ambiente poderia ser pago com os lucros das empresas. Após os impostos, os lucros de todas as empresas dos Estados Unidos da América ( EUA ) em um bom ano nos anos setenta chegavam a sessenta ou setenta bilhões de dólares. E as mineradoras e as fábricas ( as indústrias mais poluentes ) representavam menos da metade disto. No entanto, pelas estimativas mais otimistas da época, a conta para a limpeza, mesmo para os casos mais urgentes, seria de três a quatro vezes o valor de todo o lucro somado das empresas.
Considere-se a companhia de energia elétrica mais eficiente e mais lucrativa dos EUA ( e provavelmente do mundo ): a American Power Company, que operava alguns grandes sistemas de energia no Meio-Oeste e no Sul dos EUA. Ela sempre teve uma mentalidade bem mais ecológica do que a maioria das outras companhias de energia, incluindo a própria TVA do governo. No entanto, a limpeza das usinas da American Power a ponto de não sujarem mais o ar e a água exigiria, por muitos anos, gastos anuais próximos ( ou superiores ) ao lucro anual apresentado pela companhia, de cem milhões de dólares. A despesa adicional causada pela desistência da mineração de carvão a céu aberto ou pela recuperação da terra pelas minas poderia dobar a conta de combustível da empresa, seu maior custo operacional. Ninguém consegue nem mesmo imaginar quanto custaria ( se e quando isto pudesse ser feito tecnologicamente ) enterrar as linhas de transmissão de energia elétrica. Este número poderia ser bem maior do que o valor que as companhias de energia elétrica já ganharam.
O mundo enfrenta a crise ambiental porque, por muito tempo, desconsiderou os custos verdadeiros. Agora, é preciso aumentar os custos, apressadamente, colocando-os onde deveriam ter estado este tempo todo. A despesa ficará, no final, a cargo da grande massa de pessoas, como consumidoras e produtoras. A única escolha que há é se os custos serão assumidos na forma de preços maiores ou de impostos maiores.
Talvez seja possível converter parte desta carga econômica em oportunidade econômica, embora não sem um trabalho árduo e, mais uma vez, uma tecnologia nova. Muitos resíduos industriais e humanos podem ser transformados e produtos valiosos. O calor gerado na produção de eletricidade poderia ser utilizado em estufas e piscicultura, ou para lançar buracos de calor na camada de ar frio sobre lugares como Los Angeles, criando uma corrente ascendente para retirar a poluição atmosférica. Mas estes são projetos de longo prazo. O aumento dos custos está aqui e agora.
Intimamente relacionada com a falácia de que os lucros poderiam pagar a conta ambiental, está a crença de que é possível resolver a crise ambiental se for reduzida a produção industrial. Nos países ricos altamente desenvolvidos, é verdade que é possível se estar prestes a mudar a ênfase na orientação da produção dos últimos cento e quarenta anos. De fato, os setores em crescimento nas atividades de lazer ou na assistência médica, e não na produção de bens. No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, a crise ambiental forçará o mundo a retornar por várias décadas para uma ênfase no crescimento e na produção industrial.
Outras informações podem ser obtidas no livro Rumo à nova economia, de autoria de Peter F. Drucker.
Mais em:
https://administradores.com.br/artigos/gest%C3%A3o-ambiental-a-produ%C3%A7%C3%A3o-industrial-e-os-impactos-na-natureza .
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