sexta-feira, 25 de julho de 2025

Direitos Humanos: Direito à liberdade de pesamento - Fernandes admite ter pensado em matar presidente eleito

O ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ) , general Mario Fernandes, admitiu, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal ( STF ) , que idealizou o chamado plano Punhal Verde e Amarelo . O plano previa o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes, em 2022. As informações são da CNN .


Fernandes: Militares são suspeitos de planejar golpe de Estado e morte de Lula, Akckmin e Moraes em 2022 ( Foto : Exército, Divulgação )

Fernandes afirmou que o plano, que foi digitalizado, foi um “ pensamento ” seu , não compartilhado e nem apresentado a ninguém .

— Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar . Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém — afirmou .

Segundo ele, o documento foi impresso para que ele “ pudesse ler melhor ” , sem “ forçar a vista ” , mas que rasgou o plano . Entretanto, a investigação do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) apontou que três copias do plano teriam sido impressas no Palácio do Planalto pelo general .

Depois de ter imprimido, Fernandes teria dado entrado no Palácio do Alvorada, onde estavam Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid, segundo as investigações . O general, no entanto, nega que tenha apresentado o plano a Bolsonaro .

— Eu ratifico. Impossível. Eu imprimi para ler no papel, para não forçar a vista. Após isso, rasguei. Esse horário foi uma coincidência em relação a minha atribuição administrativa e logística como secretário executivo . Não compartilhei esse arquivo com ninguém — disse .

Questionado pela Procuradoria-Geral da República ( PGR ) sobre as três copias e uma reimpressão em outra data, após um mês, o general disse que não se lembra de ter imprimido mais de uma cópia e que pode ter sido uma “ configuração da impressora ” . Já sobre a impressão em outra data, ele disse que teve uma “ nova ideia ” e que, por isso, alterou o documento e o imprimiu novamente .

Interrogatório

O interrogatório desta quinta-feira ( Vinte e quatro de julho de Dois mil e vinte e cinco ) faz parte da fase de investigação do processo contra o núcleo 2 da organização que teria planejado um golpe de Estado .


O que são “ kids pretos ” , militares presos por planejar matar Lula, Alckmin e Moraes em 2022


Os “ kids pretos ” , termo que veio à tona após ao DPF prender cinco pessoas suspeitas de planejar um golpe de Estado e a morte de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, são militares da ativa ou da reserva, especialistas em operações especiais . Até o ano passado , os “ kids pretos ” , também chamados de Forças Especiais ( FE ) , tinham um efetivo de aproximadamente 2,5 mil militares, de acordo com o Exército, que confirmou no ano passado ao Portal Gê Um a existência das tropas, que operam desde 1957 .


O DPF deflagrou nesta terça-feira ( 19 de julho de Dois mil e vinte e cinco ) uma operação que resultou na prisão de quatro militares do Exército ligados às FE, ou seja, “ kids pretos ” . Eles são suspeitos de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e restringir a atuação do Poder Judiciário .

Os mandados cumpridos no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal prenderam o general de brigada Mario Fernandes, que estava na reserva, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. Além dos militares do Exército, um agente do DPF também foi preso, o agente Wladimir Matos Soares .

O plano

De acordo com o DPF, o grupo tinha um “ detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo ’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022 ” , para matar o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que já estavam eleitos .

— Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do STF, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado — diz o DPF .

A princípio, conforme apuração da GloboNews, os militares foram presos no Rio de Janeiro, onde faziam parte da missão de segurança da reunião de líderes do Gê Vinte . As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e já tinham sido cumpridas até as 6h50min da referida terça-feira .

Como é o treinamento de um “ kid preto ”

“ Kid preto ” , de acordo com o Exército, é um apelido informal atribuído aos militares de Operações Especiais do Exército Brasileiro, que usam um gorro preto. Ainda segundo a corporação, o processo seletivo para as Forças de Operações Especiais é realizado entre militares voluntários que fazem parte do curso de Ações de Comandos e de Forças Especiais .

Os “ kids pretos ” passam por formação no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói ( RJ ) , no Comando de Operações Especiais em Goiânia ( GO ) , ou na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus ( AM ) .

No treinamento, os militares aprendem a atuar em missões de alto grau de risco e sigilo, como por exemplo operação de guerra irregular — terrorismo , guerrilha , insurreição, movimentos de resistência , insurgência . Eles são preparados também para situações que envolvem sabotagem , operações de inteligência , planejamento de fugas e evasões .

Um vídeo de comemoração aos 65 anos das operações especiais , publicado na página oficial do Comando de Operações Especiais no Facebook , em Goiânia , começa com a frase : “ O ideal como motivação. A abnegação como rotina. O perigo como irmão. A morte como companheira ” .

Os “ kids pretos ” podem atuar em todo o território nacional, diz o Exército . Ainda assim, a corporação informa que as tropas especiais só são empregadas por ordem do Comando do Exército , sob coordenação do Comando de Operações Especiais .

“ Sempre com base em um arcabouço legal, respeitando regras de engajamento previstas para a sua atuação operacional ” , informa o Exército em comunicado enviado ao Gê Um .

* Sob supervisão de Andréa da Luz

Com informações de:  ( ana.menezes@nsc.com.br ) .

 

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