Poucas administrações parecem saber que algumas áreas importantes da empresa não são consideradas investimentos de capital - e, decerto, não aparecem como tal nos balanços patrimoniais - , mas se comportam economicamente muito à semelhança do capital fixo e devem ser gerenciadas como tal, principalmente em termos de produtividade do capital. São áreas em que o tempo é o principal elemento de custo, ao passo que, em qualquer período, os outros custos são relativamente fixos e inflexíveis. A principal entre elas é a força de vendas, mas também o pessoal de enfermagem em um hospital. Isso é capital humano fixo. E economicamente, deve ser gerenciado em grande parte como se fosse capital fixo, sem qualquer qualificação.
Há grande diferença em capacidade de vendas entre as pessoas de vendas, que nenhuma quantidade de treinamento é capaz de superar, nem mesmo de estreitar, de maneira significativa. Porém, os vendedores mais capazes - assim como as enfermeiras mais dedicadas - têm apenas um recurso: tempo. Há uma relação bastante constante entre o tempo que os vendedores dedicam às visitas de vendas e o número de vendas efetivamente fechadas. O tempo não disponível para o trabalho é o principal elemento de custo, embora totalmente oculto, desses ativos humanos fixos. E isso significa que, como no caso de todos os ativos fixos, a administração, antes de tudo, precisa conhecer a produtividade do tempo e, principalmente, o quanto tempo deveria estar disponível para o trabalho é, na verdade, tempo não trabalhado e não disponível para o trabalho, e por quê ( por exemplo, por que as pessoas de vendas passam dois terços do seu tempo às voltas com burocracia, em vez de dedicando-se às vendas ). Às vezes, precisa-se de muito poucas mudanças para conseguir aumentos de produtividade substanciais. Em alguns hospitais, por exemplo, a designação de um funcionário para cuidar da papelada quase dobrou o tempo disponível pelas enfermeiras para dedicar-se às atividades para as quais foram treinadas e para cuja execução são remuneradas.
A produtividade total é o resultado combinado da produtividade de todos os três fatores de produção: capital, recursos naturais e recursos humanos. E é tão perigoso aumentar a produtividade do capital à expensa de reduzir a produtividade dos outros dois fatores quanto é aumentar, digamos, a produtividade dos recursos humanos à expensa de degradar a produtividade do capital ( como tem sido feito com muita frequência nesse últimos cinquenta anos ).
Os gestores de empresas devem aprender a aceitar que são pagos para gerenciar a produtividade, mormente a produtividade do capital, da qual dependem, em última análise, todas as demais produtividades. Também precisam reconhecer que a produtividade do capital pode ser gerenciada; e que a produtividade do capital deve ser gerenciada. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
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