A causa da esterilidade do departamento de pessoal são três equívocos básicos. Primeiro, ele assume que as pessoas não querem trabalhar. A administração de pessoal vê o trabalho como uma espécie de punição a que as pessoas se submetem para alcançar satisfação em outras áreas. Portanto, tende a enfatizar a satisfação fora e além do trabalho. Segundo, a administração de pessoal considera a administração do trabalhador e do trabalho uma função especializada, em vez de parte da função gerencial. Sem dúvida, fala-se muito nos departamentos de pessoal sobre a necessidade de preparar os gerentes operacionais na gestão de pessoas. Mas noventa por cento do orçamento, da mão de obra e do esforço se concentram nos programas de pessoal, concebidos, desenvolvidos e operados pelo departamento de pessoal. O compêndio típico de administração de pessoal começa com a afirmação de que as duas principais atribuições do administrador de pessoal é orientar os gerentes operacionais e diagnosticar a estabilidade e o moral da organização como equipe eficaz. Mas em seguida, dedica noventa e cinco por cento de suas páginas aos programas que o departamento de pessoal em si organiza e gerencia.
Isso significa, com efeito, das duas uma: ou a administração de pessoal deve usurpar as funções e as responsabilidades dos gerentes operacionais ( uma vez que quem gerencia as pessoas sob o gerente operacional é o chefe, qualquer que seja seu título ); ou os gerentes operacionais, em autodefesa, devem confinar a administração de pessoal à execução das tarefas secundárias, ou seja, àquelas que não são essenciais à gestão do trabalhador e do trabalho. Não admira que a segunda alternativa seja a tendência quase universal.
Finalmente, a administração de pessoal tende a apagar incêndios, a associar pessoal a problema e a dores de cabeça, que ameaçam o curso da produção, o qual, do contrário, seria tranquilo e plácido. ela nasceu com essa tendência. Porém, a onda de sindicalização da década de trinta converteu-a em propensão dominante. Não seria demais afirmar que muitos administradores de pessoal, ainda que no subconsciente, apostam nos problema. Com efeito, há alguma verdade na observação jocosa de um líder sindical sobre o departamento de pessoal de uma grande empresa: "Aqueles caras deveriam depositar dez por cento do salário deles na tesouraria do sindicato; se não fosse o sindicato, eles ainda seriam funcionários de cem dólares por semana.". Mas não há como gerenciar os trabalhadores e o trabalho com foco nos problemas. Não basta nem mesmo deslocar o foco do combate a incêndios para a prevenção de incêndios. O gerenciamento dos trabalhadores e do trabalho deve concentrar-se no positivo e basear-se nos pontos fortes e na harmonia. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
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