Administração de pessoal e relações humanas são temas de conversas e de escritos sempre que se discute a administração do trabalhador e do trabalho. São os temas com que se preocupa a administração de pessoal. Mas não são os conceitos subjacentes à efetiva administração do trabalhador e do trabalho na indústria americana. Esse conceito é a administração científica. a administração científica se concentra no trabalho. Sua essência é o estudo organizado do trabalho, a análise do trabalho em seus elementos mais simples e a melhoria sistemática do desempenho dos trabalhadores em cada um desses elementos. a administração científica conta não só com conceitos básicos, mas também com ferramentas e técnicas facilmente aplicáveis. E não tem dificuldade em comprovar suas contribuições. Seus resultados, na forma de maior produção, são visíveis e prontamente mensuráveis.
De fato, a administração científica é quase uma filosofia sistemática do trabalhador e do trabalho. No cômputo geral, talvez seja uma das contribuições mais poderosas e duradouras dos Estados Unidos para o pensamento ocidental. Enquanto durar a sociedade industrial, nunca será abandonada a ideia de que o trabalho humano pode ser estudado, analisado e aprimorado, pela atuação em suas partes elementares.
Como todos os grandes insights, seu maior mérito é a simplicidade em si. O ser humano trabalha há milhares de anos. E, obviamente, sempre se interessou em produzir mais com menos. Mas, até então, poucas pessoas observaram o trabalho humano de maneira sistemática, até que Frederick W. Taylor iniciou seus estudos, por volta de mil oitocentos e oitenta e cinco. O trabalho era considerado pressuposto e axiomático que pouco se questionem seus pressupostos. Portanto, a administração científica foi um dos maiores insights pioneiros e liberalizantes. Sem ela, na administração do trabalhador e do trabalho, nunca seria possível ir além de boas intenções, de exortações e de incitações para ir mais rápido. Embora suas conclusões se tenham revelado dúbias, seus conceitos são os fundamentos necessários para as reflexões e os estudos nesse campo.
A administração científica está estagnada há muito tempo. Ela é a mais antiga das três abordagens à administração do trabalhador e do trabalho; ela se desenvolveu junto com a nova profissão da engenharia nas últimas décadas do século dezenove. E também murchou primeiro. De mil oitocentos e noventa a mil novecentos e vinte, a administração científica produziu novos pensadores fecundos e novas ideias brilhantes, sucessivamente, a curtos intervalos - Taylor, Fayol, Gantt, os Gilbreth. Nos últimos setenta ou oitenta anos, ela ofereceu não mais que tomos enfadonhos sobre as técnicas, quando não sobre engenhocas, de especialidades cada vez mais estreitas. Obviamente, há exceções - sobretudo a senhora Lilian Gilbreth e o falecido Harry Hopf. Mas, no todo, produziram-se enxurradas de papel, mas apenas alguns filetes de novos insights. Houve muot refinamento; no entanto, o postulado mais cogente da administração científica ainda é o depoimento de Taylor na Comissão Especial da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em 1912.
A explicação para isso é que a administração científica, apesar de todo o seu sucesso mundial, não conseguiu resolver o problema da administração do trabalhador e do trabalho. E, como acontece com frequência na história das ideias, seus insights são apenas meio insights. Ela tem dois pontos cegos: um de engenharia e outro de filosofia. E o que ela não vê é tão importante quanto o que vê; na verdade, se não se conseguiu ver onde a administração científica tem sido cega, é até possível que ser perca os benefícios de sua visão genuína. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
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