As decisões difíceis que há pela frente são ainda sem precedentes do que aquelas que já foram discutidas. Quais os riscos em que se pode se dar ao luxo de correr com o meio ambiente, e quais são aqueles que não é possível correr? Quais são as trocas viáveis dentre as várias necessidades de sobrevivência do homem?
Hoje, por exemplo, não existem pesticidas seguros, nem há algum em vista. É possível banir o Di-cloro Di-fenil Tri-cloro etano ( DDT ), mas todos os substitutos desenvolvidos até o momento reúnem características altamente indesejáveis. No entanto, se for feita uma tentativa completamente sem pesticidas artificiais, os estado atual atrairia um grande risco de doenças e fomes no mundo. No Ceilão, onde a malária já foi epidêmica, ela foi quase erradicada pelo uso em larga escala do DDT; mas , em apenas poucos anos, desde que a pulverização foi interrompida, o país sofreu com o ressurgimento quase explosivo da doença. Em outros países tropicais, alerta a Organização das nações Unidas ( ONU ) para a Agricultura e Alimentação ( FAO - sigla em inglês ), as crianças estão ameaçadas pela fome por causa dos prejuízos às colheitas por pragas e insetos devido às restrições na pulverização. De forma semelhante, qualquer pessoa que tenha viajado pela estrada New England Turnpike terá notado florestas inteiras desfolhadas pela mariposa cigana, tão logo foi interrompida a pulverização aérea.
Qual seria a troca correta entre os danos à saúde para algumas mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais e o risco de morte de outras com aborto? Como deve-se equilibrar os perigos térmicos e radioativos das usinas nucleares com a necessidade de mais eletricidade para combater outros tipos de poluição? Como escolher entre cultivar mais alimentos para os milhões que rapidamente se multiplicam no mundo e proibir fertilizantes que poluem os rios, lagos e oceanos?
Estas decisões não deveriam ser exigidas de seres humanos. Nenhuma das grandes religiões oferece orientação. Nem os modernos ismos, desde o maoismo até o anarquismo popular entre os jovens. A crise ecológica obriga o homem a brincar de Deus. Apesar de ninguém estar à altura da tarefa, ninguém pode evitá-la: os riscos inerentes à recusa em enfrentar estes problemas são os maiores de todos. De alguma forma, é preciso fazer uma escolha de alguma combinação dos males menores; nada fazer significa trazer catástrofes ainda maiores. Outras informações podem ser obtidas no livro Rumo à nova economia, de autoria de Peter F. Drucker.
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