Atualmente, afirma-se com frequência que a tecnologia estaria se movendo à velocidade da luz em comparação com épocas anteriores. Não há evidências para esta afirmativa. Igualmente, afirma-se que o novo conhecimento está sendo convertido em nova tecnologia muito mais rapidamente do que em qualquer época anterior. Isto é demonstrável como falso. Na verdade, há uma boa quantidade de evidências que revelam que leva mais tempo hoje para converter o novo conhecimento, principalmente o novo conhecimento científico, do que levava no século dezenove ( se não, também, nos séculos dezoito e anteriores ). Existe um tempo de espera, e ele é bastante longo.
Passaram-se mais de vinte anos desde o projeto do primeiro dínamo eficaz da Siemens até o desenvolvimento da primeira lâmpada elétrica de Edison, que pela primeira vez, tornou possível uma indústria elétrica. Levou pelo menos o mesmo prazo ( na verdade, levou mais tempo ) desde o projeto do primeiro computador funcional no início dos anos quarenta até a produção de computadores verdadeiramente eficazes; sem falar no desenvolvimento do software sem o qual o computador é um centro de custo ( como foi a primeira companhia elétrica ), e não um produtor de riqueza e de ativos econômicos. E existem inúmeros exemplos similares. O tempo de espera para a conversão de novo conhecimento em tecnologia efetiva varia muito, dependendo do setor econômico. Talvez ele seja menor na indústria farmacêutica. Mas, mesmo neste caso, ele é mais próximo de dez anos do que de dez meses. E, em qualquer setor industrial, o tempo de espera parece ser relativamente constante.
O que encurtou foi o tempo entre a introdução de uma nova tecnologia no mercado e sua aceitação geral. Há menos tempo para se estabelecer uma posição pioneira, e muito menos para uma posição de liderança. Porém, mesmo neste caso, o tempo de espera não encurtou tão significativamente, como muitas pessoas, incluindo muitos empresários, concluem. Tanto para a lâmpada elétrica quanto para o telefone, ou seja, nos anos oitenta do século dezenove, o tempo de espera entre uma invenção tecnológica bem-sucedida e sua ampla aceitação ( na verdade, em todo o mundo ) foi de alguns meses. Dentro do período de cinco anos após Edison ter mostrado sua lâmpada elétrica a jornalistas convidados, cada uma das principais indústrias do setor elétrico existentes atualmente no mundo ocidental ( excetuando-se apenas a Phillips, na Holanda ) se estabelecera nos negócios, e era líder em seu respectivo mercado. O mesmo vale para o telefone e para os equipamentos telefônicos.
Em outras palavras, cabe ao empresário entender qual novo conhecimento está se tornando aceitável e disponível, a fim de avaliar se possível impacto tecnológico e trabalhar na conversão dela em tecnologia; isto é, em processos e produtos. Para tanto, ele precisa conhecer não apenas a ciência e a tecnologia de seu próprio campo. Acima de tudo, precisa saber que, com muita frequência, se não usualmente, as grandes inovações tecnológicas tê origem em um campo da ciência ou do conhecimento que é diferente daquele onde a velha tecnologia tem suas bases de conhecimento que é diferente daquele onde a velha tecnologia tem suas bases de conhecimento. Neste sentido, a abordagem típica da pesquisa, ou seja, a abordagem de se desenvolver conhecimento especializado no campo em que já se é ativo, talvez seja uma referência para a liderança tecnológica, e não seu principal pilar, como, em geral se pensa. Em outras palavras, é preciso haver um especialista em tecnologias, e não um cientista. Muitas vezes um leigo, com boa percepção para a ciência e a tecnologia, e com legítimo interesse intelectual, faz isto muito melhor do que um especialista altamente treinado em um campo técnico ou científico ( que, provavelmente, seria prisioneiro de seu próprio conhecimento avançado ).
Não é necessário, nem mesmo desejável, que o empresário se torne um cientista ou mesmo um especialista em tecnologia. Seu papel consiste em administrar a tecnologia. Isto requer uma compreensão do processo da tecnologia e de suas dinâmicas. Isto requer uma compreensão do processo da tecnologia e de suas dinâmicas. Também requer disposição para antecipar a tecnologia do futuro e, acima de tudo, disposição para aceitar que a tecnologia de hoje, com seus processos e produtos, está rapidamente se tornando obsoleta. Isto requer identificar as necessidades para uma nova tecnologia e as oportunidades do mercado e nas necessidades da sociedade. Acima de tudo, requer a aceitação do fato de que a tecnologia precisa ser considerada uma importante oportunidade de negócio, para cuja identificação e exploração o empresário é pago. Outras informações podem ser obtidas no livro. Rumo à nova economia, de autoria de Peter F. Drucker.
Mais em:
https://administradores.com.br/artigos/tecnologia-uma-importante-oportunidade-de-neg%C3%B3cio .
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