As atividades que são a consciência da organização nunca devem ser subordinadas a nenhuma outra. Também não devem ser misturadas com outras atividades; devem estar nitidamente segregadas.
A função de consciência de inspirar a visão, de definir padrões e de auditar o desempenho, com base nesses padrões, é basicamente função da alta administração. Mas deve entrosar-se com todo o grupo gerencial. Todas as empresas, até as pequenas, precisam dessa função. Nas empresas pequenas, não precisa ser constituída como função segregada, mas pode ser exercida como parte do trabalho da alta administração. Em qualquer empresa de porte superior a médio, contudo, a função em geral deve ser constituída e provida separadamente.
No entanto, deve haver poucas pessoas efetivamente exercendo a função de confiança. É trabalho para um indivíduo isolado, e não para um grupo de apoio. É tarefa para alguém cujo desempenho angariou o respeito do grupo gerencial. Não é função especialista. Será melhor executada por um membro sênior do grupo gerencial, com capacidade de desempenho comprovada, que já tenha manifestado preocupação, percepção e interesse pela área em que deve atuar como consciência.
Apenas as poucas áreas e centrais para a sobrevivência e para o sucesso da empresa devem tornar-se áreas de consciência. Os objetivos e a estratégia determinam as atividades de consciência necessárias. A gestão de pessoas é sempre área de consciência, assim como marketing. O impacto da empresa sobre o meio ambiente, suas responsabilidades sociais e suas relações básicas com a comunidade, externa são áreas de consciência em muitas empresas grandes.
Além disso, contudo, não há fórmula.
O trabalho de consciência é incompatível com o operacional e o de assessoria.
A única atividade que deve reportar-se a alguém incumbido de uma atividade de consciência é auditoria interna e avaliação do desempenho dos gestores. pois não basta desenvolver a visão e definir padrões. O desempenho da organização em comparação com esses padrões deve ser avaliado com regularidade.
Consciência, poderia argumentar-se, é um termo forte, além de ser um tanto estranho. Mas a designação é adequada. O propósito das atividades de consciência não é ajudar a organização a fazer melhor o que já é feito. A tarefa é lembrar à organização, o tempo todo, o que deve ser feito e não está sendo cotidiano, é defender o impopular e combater o conveniente.
Contudo, para tanto, é preciso, de um lado, disciplina por parte do executivo de consciência e, de outro, aceitação da competência e da integridade do executivo de consciência por toda a organização.
Como regra geral, o mandato de todos os executivos de consciência deve ser limitado. Por mais que sejam respeitados e por mais que tenham sido bem-sucedidos, a maioria dos executivos de consciência acaba perdendo parte da integridade e da receptividade. É um bom lugar para um executivo sênior encerrar uma carreira bem-sucedida. Uma pessoa jovem no cargo deve ser substituída depois de poucos anos - de preferência, de volta para um cargo operacional. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
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