As atividades de informação apresentam um problema organizacional específico. Usando um termo da química, elas são bivalentes; têm duas faces, duas dimensões e exigem dois vínculos diferentes. Ao contrário da maioria das outras atividades produtoras de resultados, elas não envolvem todo o processo em si. Isso significa que devem ser centralizadas e descentralizadas.
Atividades produtoras de informações, como contabilidade gerencial ou pesquisa operacional, parecem o sistema nervoso de um sistema biológico, que também é centralizado ou descentralizado, até a célula menor e mais remota.
Portanto, a atividade de informação expressa essa situação por meio de duas linhas diferentes, que ligam a atividade de informação aos chefes: uma linha cheia ao chefe da unidade para a qual fornece a informação central, por exemplo, o controller da empresa. Uma conclusão daí resultante é que o trabalho da informação deve ser mantido separado de outros tipos de trabalho.
As empresas americanas quase sempre transgridem essa regra, ao enquadrarem a contabilidade, ou seja, a atividade de informação tradicional, numa mesma unidade com a tesouraria, ou seja, o trabalho operacional, produtor de resultados, de fornecer capital e de gerenciar o dinheiro da empresa. A justificativa tem sido a e que ambas lidam com dinheiro. Mas, evidentemente, da abordagem tradicional tem sido negligenciar a administração financeira. Enquanto o dinheiro era - -ou parecia - barato, as consequências não eram graves; menosprezar a gestão do dinheiro não parecia muito custoso. Mas a era do dinheiro barato chegou ao fim por volta de mil novecentos e setenta; desde então, desprezar a administração financeira tornou-se erro oneroso.
A questão difícil referente às atividades de informação é quais devem integrar-se e quais devem ser mantidas à parte. Fala-se muito hoje em sistema integrado de informações totais. Evidentemente, isso implica que todas - ou pelo menos a maioria - as atividades de informações devem situar-se em um único componente. Tanto quanto isso significa que novas e diferentes atividades de informações, como, por exemplo, pesquisa operacional ou sistemas de computação, não devem subordinar-se à contabilidade tradicional, o ponto é relevante. Mas será que devem ser coordenadas? Ou ser segregadas?
Por enquanto, não há resposta nítida para essas perguntas nem se conhece maneira satisfatória de organizar o trabalho de informação - embora se trate, inequivocamente, de atividade-chave. Ninguém jamais viu um sistema integrado de informações totais. E é possível, na visão de Peter F. Drucker, que ninguém jamais o veja. Mas à medida que é desenvolvida a capacidade de desenvolvimento de informação, haverá de se enfrentar o problema organizacional, o que levará as organizações a encontrar respostas, ou pelo menos, abordagens. Em que pese que os atuais sistemas de gestão empresarial ERP ofereçam muitas destas respostas que foram procuradas por tanto tempo, nem sempre ele estará presente em todas as organizações em pleno funcionamento. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
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