O maior perigo, no entanto, é o de o delírio de que haja capacidade de prever os impactos de uma nova tecnologia leve a humanidade a negligenciar a tarefa realmente importante. A tecnologia realmente produz impactos sérios, benéficos e maléficos. No entanto, para considerá-los, não se precisa do dom da profecia. Basta o monitoramento cuidadoso dos impactos reais da tecnologia, quando já forem realidade. Em mil novecentos e quarenta e oito, praticamente ninguém previu corretamente os impactos do computador. Cinco ou seus anos depois, já era possível conhecê-los. Então, já se tinha condições da afirmar: "Qualquer que seja o impacto tecnológico, social e econômico, não se trata de grande ameaça.". Em mil novecentos e quarenta e três, ninguém podia prever o impacto do di-cloro-di-fenil-tri-cloro-etano ( DDT ). Dez anos depois, o DDT já se tornara ferramenta de agricultores, madeireiros e pecuaristas em todo o mundo, e, como tal, uma importante ameaça ecológica. Em consequência, já se deveria ter começado a refletir sobre as medidas cabíveis, a trabalhar no desenvolvimento de pesticidas sem o grande impacto ambiental do DDT e a enfrntar as difíceis escolhas entre a produção de alimentos e danos ambientais - que nem o uso irrestrito nem a proibição total do DDT levam em conta suficientemente.
O monitoramento da tecnologia é tarefa realmente séria, importante e, mais que isso, vital. Porém, não é profecia. A única coisa possível em relação à nova tecnologia é especulação, com a chance de mais ou menos um em cem estar certo - e a chance muito maior de fazer mal, , encorajando a tecnologia errada ou desencorajando a nova tecnologia mais benéfica. O que deve ser observado é a tecnologia em desenvolvimento, ou seja, a tecnologia que já exerceu impactos substanciais, suficientes para que seja julgada, medida e avaliada.
E o monitoramento de uma tecnologia em desenvolvimento quanto a seus impactos sociais, é acima de tudo, uma responsabilidade gerencial.
Porém, igualmente importante - e que tem sido igualmente ignorado pelos defensores da avaliação da tecnologia - são os impactos não tecnológicos, ou seja, as inovações e os avanços ou retrocessos sociais e econômicos. Também estas consequências são difíceis de prever, até se manifestarem, possibilitando sua identificação, avaliação e medição. Portanto, também elas precisam ser monitoradas. E também isso é atribuição da administração. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
Mais em
http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/responsabilidade-social-o-impacto-das-tecnologias-em-desenvolvimento/113373/
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