O homem, de todos os animais, é o único capaz de evoluir por decisão própria, de modo não orgânico; ele constrói ferramentas. esta observação de Alfred Russel Wallace, cocriador junto com Darwin, da teoria da evolução, pode parecer óbvia, até banal, mas esconde uma verdade bastante profunda. E, apesar de já terem se passado cento e trinta, cento e quarenta anos desde então, suas implicações ainda são motivo de reflexão por parte de biólogos e tecnólogos.
Uma destas implicações é que, do ponto de vista biológico ( ou histórico ), a identificação tecnológica de ferramenta com artefato material é um tanto arbitrária. A linguagem também é uma ferramenta, assim como todos os conceitos abstratos. isto não significa que a definição tecnológica deva ser descartada, afinal todas as disciplinas humanas baseiam-se em definições igualmente arbitrárias. Mas os tecnólogos devem estar cientes da artificialidade de sua definição, tomando cuidado para que ela não se torne uma barreira, em vez de um incentivo, ao conhecimento e à compreensão.
Tal questão é particularmente relevante para a história da tecnologia, ao ver de Peter Ferdinand Drucker. De acordo com a definição tecnológica de ferramenta, o ábaco e o compasso geralmente são considerados tecnologia, mas a tabuada de multiplicação e a tabela de logaritmos, não. Esta divisão arbitrária, porém, torna quase impossível a compreensão de um assunto tão importante para o desenvolvimento da tecnologia matemática. De modo semelhante, a eliminação tecnológica das belas-artes de seu campo de visão cega o historiador da tecnologia para a compreensão da relação entre o conhecimento científico e a tecnologia ( ver, por exemplo, os volumes três e quatro da obra monumental de Singer, A History of Tecnology ). Porque o pensamento científico e o conhecimento já estavam vinculados às belas artes, ao menos no mundo ocidental, muito antes de serem alinhados às disciplinas mecânicas: nas teorias de números matemáticos dos projetistas da catedral gótica, na óptica geométrica da pintura renascentista ou na acústica dos enormes órgãos barrocos. E Lynn T. White Júnior demonstrou, em artigos recentes, que para entender a história e o desenvolvimento dos dispositivos mecânicos da idde Média é preciso que haja a compreensão algo não mecânico e não material, que é o conceito de dignidade e santidade do trabalho, introduzido por São Bento.
Mesmo dentro da definição tecnológica de tecnologia, que se refere ao manuseio de artefato mecânicos somente, a observação de Wallace é de vital relevância. A tecnologia, de acordo com o prefácio de A History of Technology, é um assunto relacionado a como as coisas são feitas. E a maioria dos estudantes de tecnologia, pelo menos que Peter Ferdinand Drucker chegou a saber, concorda com esta lógica. Mas o insight de Wallace leva a uma definição diferente: o ponto central da tecnologia seria como o homem faz as coisas. Quanto ao sentido e finalidade da tecnologia, a mesma fonte, masi uma vez apresentando uma visão geral, os define como o domínio do meio ambiente. O propósito seria superar as próprias limitações naturais. A tecnologia permite que o homem, um bípede terrestre, sem brânquias, barbatanas ou asas, sinta-se á vontade dentro d'água ou no ar; permite que um animal com um isolamento corporal bastante insatisfatório, isto é, um animal subtropical, vem em qualquer tipo de clima; permite que um dos primatas mais fracos e lentos seja forte como um elefante ou um touro rápido como um cavalo; permite-lhe aumentar sua expectativa de vida, de vinte anos mais ou menos, que seria o natural, para setenta; permite-lhe, ainda esquecer que a morte natural é a causada por predadores, doença, fome ou algum tipo de acidente e considerar como morte natural a morte causada por um motivo jamais visto entre os animais selvagens: a morte por falência de órgãos na velhice.
Estes desenvolvimentos do homem, evidentemente, exerceram impacto em seu meio ambiente, embora eu suspeite que até pouco tempo atrás este impacto tenha sido muito sutil. Mas o impacto na natureza fora do homem é incidental. O que realmente importa é que todos estes desenvolvimentos alteram sua capacidade biológica - e não pela mutação genética aleatória da evolução biológica, mas pelo desenvolvimento proposital que são chamados de tecnologia.
O que Peter Ferdinand Drucker chegou a chamar de insight de Wallace, isto é, a abordagem a partir da biologia humana, leva á conclusão de que a tecnologia não se refere a elementos concretos - ferramentas, processos e produtos - , mas a trabalho - especificamente a atividade humana, através da qual o homem supera animais, que têm de lutar muito para se manterem vivos no dia seguinte ou na próxima hora. A mesma conclusão pode ser alcançada, a propósito, em qualquer abordagem, como por exemplo a abordagem da cultura antropológica, que não confunde, tecnologia com um fenômeno do mundo físico. Poderia-se definir a tecnologia como ações humanas em objetos físicos - ou um conjunto de objetivos físicos - com o objetivo de servir a seus propósitos. De qualquer maneira, o campo de estudo da tecnologia seria o do trabalho humano.
Para o historiador da tecnologia, esta linha de raciocínio talvez seja mais do que um jogo de palavras sobre definições que leva à conclusão de que o estudo do desenvolvimento e da história da tecnologia, mesmo em sua definição mais limitada - que é a do estudo de um artefato mecânico específico ( seja uma ferramenta ou um produto ) ou um processo determinado - seria produtivo somente dentro de uma compreensão do trabalho e no contexto da história e do desenvolvimento do trabalho.
As ferramentas e técnicas não só influenciarão fortemente qual trabalho pode e será realizado, mas também determinarão como ele será realizado. O trabalho, sua estrutura, organização e conceitos, por sua vez, influenciarão com a mesma força o desenvolvimento de ferramentas e técnicas. Esta influência, deduz-se, deve ser tão grande que seria difícil compreender o desenvolvimento das ferramentas ou das técnicas sem o conhecimento de sua relação com o trabalho. Todas as evidências confirmam esta ideia.
Tentativas sistemáticas de estudar e aprimorar o trabalho só começaram há cerca de cento e vinte e cinco anos, com Frederich W. Taylor. Até então, o trabalho sempre havia sido ignorado como assunto - como ainda acontece, aparentemente, no caso da maioria dos estudantes de tecnologia. A administração científica, como o trabalho de Taylor foi perigosamente denominado ( estudo científico do trabalho teria sido um termo mais apropriado e teria evitado boa parte da confusão sobre o tema ) não estava preocupada com tecnologia. Aliás, considerava as ferramentas e técnicas, em grande medida, como ponto pacífico, concentrando-se, portanto, no processo de possibilitar que o trabalhador individual as manipulasse de forma mais econômica, sistemática e eficiente. No entanto, esta abordagem resultou, quase imediatamente, em grandes mudanças e desenvolvimento de ferramentas, processos e produtos. A linha de montagem, com sua correia transportadora, foi uma importante mudança em relação às ferramentas. Uma mudança ainda maior foi a mudança do processo por trás da mudança da produção manual ( fabricação) para a produção mecânica ( montagem ). hoje, vive-se o começo de outra poderosa consequência do trabalho de Taylor na operação individual: o processo de organizar a produção em torno do fluxo de realização i informação - a mudança chamada de automação.
Um impacto direto similar em relação às ferramentas e técnicas provavelmente decorrerá de outra abordagem ainda mais recente no estudo e aperfeiçoamento do trabalho: a abordagem chamada alternadamente de engenharia humana, psicologia industrial ou fisiologia industrial. A administração científica e seus seguidores estudam o trabalho como operação; a engenharia humana e disciplinas relacionadas voltam-se para a relação entre tecnologia e anatomia, percepção, sistema nervoso e emoção dos seres humanos. Os estudos sobre fadiga foram os primeiros exemplos e os mais conhecidos; estudos sobre percepção sensorial e reação de pilotos de avião, por exemplo, são um dos mais comuns hoje em dia, assim como os estudos sobre a aprendizagem. Ainda não houve um aprofundamento no assunto, más já se sabe que estes estudos estão levando a grandes mudanças na teoria e no desenvolvimento de instrumentos de mensuração e controle e na reestruturação de habilidades, ferramentas e processos tradicionais.
Evidentemente, porém, começou-se a estudar o trabalho, mesmo num método de tentativa e erro, muito antes de sistematizá-lo. O melhor exemplo de administração científica, o alfabeto, não do século vinte e um. A linha de montagem como conceito de trabalho foi compreendida por aqueles gênios desconhecidos que, bem no início da história, substituíram o artista aristocrático da guerra ( retratado em seus últimos momentos de glória por Homero ) pelo soldado fardado, envolvido em operações repetitivas e treinamento militar. O melhor exemplo de engenharia humana ainda é o longo cabo que transformou a foice em segadeira, adaptando, tardiamente, o processo de ceifa á mudança evolucionária do homem, que há muito deixara de ser quadrúpede e passara ser bípede. Cada um destes desenvolvimentos no trabalho teve impacto imediato nas ferramentas, processos e produtos, isto é, nos artefatos da tecnologia.
O aspecto do trabalho que talvez tenha exercido o maior impacto sobre a tecnologia é um sobre o qual sabe-se pouco a respeito: a organização do trabalho.
O trabalho, desde que se tem algum registro, sempre foi individual e social. A sociedade mais coletivista da história, a sociedade inca do Peru, não conseguiu coletivizar totalmente o trabalho; a tecnologia - em especial a fabricação de ferramentas, obras de cerâmica, artigos têxteis e objetos de culto - continuou seno um trabalho individual. A especialização era individualizada, não biológica ou social, como é o trabalho numa colmeia ou num formigueiro. A sociedade mais individualista, o método perfeito da economia clássica, pressupõe muita organização coletiva quanto a leis, dinheiro e crédito, transportes etc. No entanto, justamente porque o esforço individual e o esforço coletivo têm de estar sempre equilibrados um com o outro, a organização do trabalho não é determinada. Em grande medida, existem verdadeiras alternativas quanto a isto, verdadeiras escolhas. Em outras palavras, a organização do trabalho é, per se, um dos maiores meios de alcançar aquela evolução propositada, não orgânica, especificamente humana. O trabalho é uma importante ferramenta do homem.
Somente nas últimas décadas é que começou-se a dar atenção à organização do trabalho. Mas já aprendeu-se que a missão, as ferramentas e organização social do trabalho não são fatores totalmente independentes. Ao contrário, exercem influência mútua uns sobre os outros. Sabe-se, por exemplo, que a tecnologia quase pré-industrial da indústria do vestuário feminino de Nova Iorque é resultado não de condições mercadológicas, econômicas ou tecnológicas, mas da organização social do trabalho tradicional desta indústria. O mesmo vale para o caso oposto: quando são introduzidas certas ferramentas em oficinas ferroviárias, por exemplo, a organização tradicional do trabalho, a organização dos ofícios, passa a ser inalcançável; e a próprias habilidades que faziam as pessoas produtivas com o uso da antiga tecnologia agora se tornam um grande obstáculo à capacidade humana de produzir. Um bom caso pode ser a hipótese de que as inovações da agricultura moderna fizeram o conceito russo de agricultura coletiva se tornar socialmente obsoleto como organização de trabalho - uma solução socialista de organização agrícola do passado, não do presente, e muito menos do futuro.
Esta inter-relação entre organização do trabalho, tarefas e ferramentas sempre deve ter existido. Seria possível até uma especulação que a explicação para o misterioso intervalo de tempo decorrido entre a introdução do torno de oleiro e o advento tardio da roda de fiar reside na organização social do trabalho em relação a este último como tarefa de grupo realizada, segundo a épica descrição de Homero, pela patroa com suas filhas ajudantes. A roda de fiar, por sua velocidade e por demandar concentração individual na maquinaria, dificilmente conduzirá à livre relação social; mesmo num contexto de estreiteza econômica, os frutos governamentais, disciplinares e educacionais daquele tipo de arranjo talvez parecessem mais valiosos do que um fiado mais rápido e limpo.
Os historiadores políticos ou os historiadores das artes, ainda dominados pelos preconceitos do helenismo, geralmente negligenciam o trabalho com desdém; os historiadores da tecnologia são focados no objeto. Por isto, além de ainda ser repetido como tradições fatuais a organização do trabalho do passado, que tanto os recursos disponíveis quanto o conhecimento a respeito classificariam como contos da carochinha - , priva-se o homem de uma compreensão mais abrangente acerca das informações já existentes relacionadas à história e ao uso das ferramentas.
Um exemplo disto é a falta de atenção dada aos equipamentos de manuseio e movimentação de materiais. Sabe-se que a movimentação - não a fabricação - de objetos é o esforço central do processo de produção, mas deu-se pouca importância ao desenvolvimento de equipamentos neste sentido.
A catedral gótica é outro exemplo. H.G.Thompson, em A History of Technology ( capítulo dois, página trezentos e oitenta e quatro ) afirma categoricamente: "Não existia o equivalente medieval ao arquiteto especializado" na Idade Média. Existiam somente bons mestres de obras. Mas há provas suficientes do contrário ( resumidas, por exemplo, em Simson ). Arquitetos especializados, cientificamente treinados, era o que mais havia, distinguindo-se claramente do mestre de obras pelo treinamento e a posição social. Longe de serem desconhecidos, como ainda se ouve dizer por aí, os arquitetos da Idade média eram homens famosos, muitas vezes com experiência internacional, em países como Escócia, Polônia e Itália. Aliás, estes profissionais tiveram de se esforçar muito para que fossem reconhecidos e lembrados, não apenas em registros escritos, mas, acima de tudo, em retratos exibidos nas igrejas que projetaram por direito como geômetras e projetos científicos - coisa que até os arquitetos mais conhecidos de hoje hesitaram em fazer. De modo semelhante, ainda repete-se o romantismo alemão do início, na crença de que a catedral gótica era obra de artífices individuais. No entanto, a malha estrutural da catedral baseava-se numa estrita uniformidade entre as partes. Os homens trabalhavam em cima de moldes, que eram reunidos e administrados como propriedade da guilda. Somente o telhado, o sornamentos, as portas, as estátuas, as janelas, etc. eram obras individuais de um artista específico. Considerando a grande escassez de pessoal capacitado e a enorme dependência da mão de obra local não qualificada proveniente de áreas rurais, segundo atestam todas as fontes, também deve ter havido uma acentuada divisão entre o pessoal capacitado, que fabricava as peças, e o pessoal não qualificado, que as montava sob a direção de um contramestre ou capataz. A tecnologia de manuseio de materiais devia ser bastante avançada, o que, inclusive, é descrito nas fontes, embora seja ignorado pelos historiadores da tecnologia, com tendência romântica carente de sentido crítico. E, apesar de haver menção aos moldes em que os artífices trabalhavam, ninguém, até onde se sabe, investigou estas ferramentas tão extraordinárias, que contradizem totalmente tudo que se achava e se sabia a respeito do trabalho e da tecnologia medieval.
Não se trata de ma sugestão de abandono do estudo histórico das ferramentas, processos e produtos. Obviamente, é preciso saber muito mais a respeito. A história do trabalho em si é um assunto grande, desafiador e gratificante, que tos estudantes da tecnologia devem estar preparados para abordar. É preciso dedicação ao estudo do trabalho para que a história da tecnologia seja realmente história, não apenas afeição por antiguidades por parte de um engenheiro.
Uma pergunta final deve ser feita: sem estudar e compreender o trabalho, como será possível, algum dia, compreender a tecnologia?
A grande obra de Singer, A History of Technology, não pretendia abordar o assunto de maneira abrangente em mil oitocentos e cinquenta. Naquela época, contam os editores, a tecnologia tornara-se algo tão complexo de definir que compreendê-la parecia impossível. Mas foi justamente nesta época que a tecnologia começou a ser uma força fundamental e a exercer um grande impacto tanto na cultura quanto no meio ambiente. Dizer que não há como abarcar a tecnologia moderna equivale a dizer que a medicina perde o sentido no momento em que o embrião sai do útero. É preciso de uma teoria que permita a organização da variedade e da complexidade das ferramentas modernas em torno de algum conceito básico e unificador.
Para um leigo, que não é historiador profissional nem tecnólogo profissional, pareceria, inclusive, que até a antiga tecnologia, a tecnologia de antes da grande explosão dos últimos cento e cinquenta anos, não faz sentido e não tem como ser compreendida - mal pode ser descrita - sem estes conceitos básicos. Todo escritor sobre o assunto reconhece o grande número, a variedade e a complexidade de fatores que desempenham uma função na tecnologia, sendo influenciados por ela: o sistema econômico e legal, os valores sociais e instituições políticas, as abstrações filosóficas, as crenças religiosas e o conhecimento científico. Ninguém tem como saber tudo isto, muito menos lidar com tudo numa realidade em constante transformação. No entanto, de uma forma ou de outra, tudo isto constitui a tecnologia.
A reação típica frente a uma situação como esta sempre foi a de proclamar um destes fatores como o determinante - a economia, por exemplo, ou as crenças religiosas. É sabido que tal postura só pode levar à total falta de entendimento. Estes fatores influenciam uns aos outros, mas não são determinantes. No máximo, marcam limites entre si, criando oportunidades mútuas. Também não há como compreender a tecnologia em termos do conceito antropológico de cultura, que a define com um equilíbrio estável, completo e limitado entre estes fatores. Tal cultura pode existir em tribos pequenas, primitivas e decadentes, que vivem em sistema de isolamento. Mas é justamente o motivo pelo qual tribos são pequenas, primitivas e decadentes. Qualquer cultura viável caracteriza-se pela capacidade interna de mudança deliberada no nível de energia e direção de qualquer um destes fatores e em suas inter-relações.
Em outras palavras, a tecnologia deve ser considerada um sistema, isto é, um conjunto de peças e atividades de intercomunicação inter-relacionadas.
Sabe-se que só é possível estudar e entender um sistema como estes se houver um foco unificador, em que a interação de todos os fatores e forças do sistema gere algum efeito prático e em que, por sua vez, as complexidades do sistema possam ser resolvidas com um único modelo teórico. As ferramentas, processos e produtos são comprovadamente incapazes de fornecer tal foco para a compreensão do complexo sistema chamado tecnologia. É possível, contudo que o trabalho ofereça este foco, promova a integração de todas estas variáveis interdependentes, apesar de autônomas, ofereça um conceito único que permita a compreensão da tecnologia, tanto em sua essência quanto em sua função, seu impacto e relação com valores e instituições, conhecimento e crenças, indivíduo e sociedade.
Tal compreensão teria uma importância vital hoje em dia. O grande acontecimento desta época, talvez o principal, seria o desaparecimento de todas as sociedades e culturas não ocidentais sob a inundação da tecnologia ocidental. No entanto, não há como analisar este processo - de predizer o que sucederá ao homem, suas instituições e valores em razão disto - , muito menos como controlá-lo, isto é, especificar com algum nível de precisão o que precisa ser feito para que esta mudança monumental seja produtiva ou ao menos suportável. É preciso desesperadamente uma verdadeira compreensão e uma verdadeira teoria, um verdadeiro modelo de tecnologia.
A história nunca se satisfez em ser um mero inventário do que já está morto - isto, aliás, é trabalho de antiquários. O objetivo da verdadeira história é ajudar no entendimento de si mesmo, ajudar na construção do futuro. Assim como contar com o historiador político para compreender melhor os governos e com o historiador das artes para compreender melhor as artes, há o direito da busca pelo historiador da tecnologia para a compreensão melhor da tecnologia. Mas como será possível compreender alguma coisa se o próprio historiador não tiver algum conceito sobre tecnologia, apenas um conjunto de ferramentas e artefatos individuais? Será que ele tem como desenvolver um conceito se o foco de seu estudo sobre tecnologia não for o trabalho e sim os objetos? Outras informações podem ser obtidas no livro Tecnologia, administração e sociedade; de autoria de Peter F. Drucker.
Mais em:
https://administradores.com.br/artigos/tecnologia-as-t%C3%A9cnicas-as-ferramentas-e-o-trabalho .
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