quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Investimento de capital: melhorando o salário do trabalhador

A execução do trabalho é a atividade do trabalhador; é a atividade do ser humano e parte essencial da humanidade. Ela não tem lógica. Tem dinâmica e dimensões. A execução do trabalho tem ao menos cinco dimensões. Em todas ela, o trabalhador precisa realizar para ser produtivo.

O trabalho é meio de vida. Ele passa a ter um componente econômico no momento em que a sociedade adota a mais rudimentar divisão do trabalho. No instante em que as pessoas deixam de ser autossuficientes e começam a trocar os frutos do labor, o trabalho cria vínculos econômicos que as conectam, mas também gera conflitos econômicos.

Não há soluções para esses conflitos. É preciso conviver com eles. O trabalho é meio de vida para os trabalhadores. É o fundamento de sua existência econômica. Mas também produz o capital para a economia. Gera os meios pelos quais a economia se perpetua, atenua os riscos da atividade econômica e fornece os recursos do futuro, especialmente os recursos necessários para criar os empregos do futuro e, com eles, o sustento dos trabalhadores do futuro. Em todas as economias, há a necessidade de um fundo de salários, assim como de um fundo de capital.

Porém, o fundo de capital está em competição direta com as necessidades de sustento dos trabalhadores, aqui e agora. Marx ( ou os marxistas, já que sua principal obra "O Capital" ficou inacabada divido à sua morte ) tentou, na visão de Peter F. Drucker,  negar a necessidade de fundo de capital. O grande apelo do marxismo para os tralhadores foi exatamente o de ter apresentado a acumulação de capital como exploração e como superfluidade. outro grande atrativo do marxismo foi a profecia de que o fundo de capital desapareceria quando os trabalhadores possuíssem os meios de produção. Logo se concluiu que essa premonição era um grande equívoco ( ou pelo menos um ponto cego da teoria ). Por mais acerbos que tenham sido os ataques de Lenin aos socialistas revisionista alemães, os quais observaram nos primeiros anos do século vinte que o fundo de capital era uma necessidade objetiva, cujos fundamentos não se situavam na estrutura social ou na estrutura de poder, todo regime comunista, principalmente o soviético ( baseado nas decisões dos conselhos ou soviets ), pôs o fundo de capital no centro de seu planejamento econômico. Em outras palavras, todos perceberam que o lucro ( ou pelo menos os lucros retidos ) não é resultado do poder, muito menos da exploração, mas uma necessidade objetiva. 

Permaneceu uma confusão sobre parcela do lucro distribuída aos acionistas e aos empregados acerca do que Marx eventualmente tenha pensado mas não chegou a escrever devido à sua morte enquanto a sua obra "O Capital" estava inacabada. Economistas já definem o que Drucker chama de lucro como "excedente": a diferença entre receita e despesa. Nesta diferença estariam os lucros retidos e os lucros distribuídos. Mas como o tema deste texto não é administração financeira, não haverá exaustão da discussão sobre o que é ou não é lucro na visão de Marx, dos marxistas, de Drucker, dos economistas, dos contadores ou dos administradores.

No entanto, de pouco adianta argumentar, como fizeram os economistas clássicos, que não há conflito enter as demandas de fundo de capital, ou seja, as demandas por um superávit, e as demandas do fundo de salários. Os economistas clássicos sustentaram que, no longo prazo, as duas se harmonizam. Os trabalhadores precisam de fundo de capital tanto quanto do fundo de salários. Os economistas clássicos sustentaram que, no longo prazo, as duas se harmonizam. Os trabalhadores precisam de fundo de capital tanto quanto do fundo de salários. Mais que ninguém, os trabalhadores necessitam de proteção contra os riscos da incerteza. Mais que ninguém, os trabalhadores carecem dos empregos do futuro.

A rápida melhoria dos salários e dos padrões de vida do trabalhador americano foi, em grande parte, consequência do aumento constante dos investimentos de capital, ou seja, do fundo de capital. As pesquisas de Simon Kuznets ( primeiro na Universidade da Pensilvânia e depois na de Harvard ), sobre a formação de capital, nos Estados Unidos, demonstraram essa realidade. Mas o trabalhador é uma abstração. O beneficiário do fundo de capital raramente é o mesmo trabalhador que contribuiu para sua constituição. o capital acumulado em um setor, por exemplo, a indústria têxtil americana na década de mil oitocentos e noventa, financiou novos setores, como a indústria química, em vez de criar novos empregos na indústria têxtil. Além disso, o fundo de capital gera empregos e rendas do futuro, enquanto as contribuições para que devem ser feitas hoje.

Além disso, ainda há o grande problema dos benefícios e dos sacrifícios comparativos entre diferentes tipos de trabalhadores. Provavelmente é verdade, como argumentaram os economistas do trabalho ( por exemplo, Paul Douglas [ que viveu entre mil oitocentos e noventa e dois e mil novecentos e setenta e seis ], de início como economista de Chicago e, depois, durante muitos anos, destacado senador federal ), em seus estudos sobre os salários reais, que as atividades dos sindicatos trabalhistas não influenciam - e não podem influenciar - em muito o nível de salários reais na economia. Também é verdade, contudo, que um grupo de trabalhadores - por exemplo, trabalhadores da construção civil - pode conseguir e efetivamente consegue vantagens salariais substanciais, à expensa de outros grupos de trabalhadores.

Em outras palavras, é verdade que, em última instância, não há conflito entre fundo de salários e fundo de capital, mas isso é em grande parte irrelevante para o indivíduo. Para ele, há um conflito real e imediato. Outras informações podem podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.

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http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/investimento-de-capital-melhorando-o-salario-do-trabalhador/112949/

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