sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Sucessão presidencial: deputada defende volta de ex-presidente para reverter retrocessos dos governos Temer e Bolsonaro

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), qualificou hoje (1º) o impeachment da presidenta Dilma Rousseff , consolidado em 31 de agosto de 2016, como “fraude e golpe”, dada a inexistência de cometimento de qualquer crime, e denunciou que a articulação foi feita em âmbito político, judicial e midiático com o objetivo de impelir ao País uma agenda neoliberal que trouxe de volta a fome, a miséria e o desemprego, entre outros retrocessos.

Presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal (PR) Gleisi Hoffmann


Ela apontou que o ex-presidente Lula novamente no cargo de presidente da República é a saída para o Brasil voltar a trilhar o desenvolvimento com justiça social, geração de empregos e renda, respeito ao meio ambiente e tolerância. Gleise disse que Lula traz esperança de dias melhores, já que “não faz política com ódio, conversa com todos”, de modo a criar condições para que “ possamos reconstruir e tirar o País da mão de um genocida, dessa gente que está entregando o povo brasileiro de novo à fome e à miséria”.

Em balanço dos cinco anos do golpe e em uma análise prospectiva do cenário político, Gleisi observou que Dilma, ao deixar o governo cinco anos atrás, avisou que o Brasil passaria por profundos retrocessos. “A presidenta disse ‘esse golpe não é contra mim, não é contra o meu partido. É contra um projeto de país, contra os trabalhadores, a juventude, os estudantes, o povo pobre, os aposentados’”, lembrou a deputada.

Reformas contra o povo


Tudo aconteceu, como as reformas trabalhista e da Previdência, a Emenda Constitucional nº 95, entre outros ataques aos direitos conquistados pela população brasileira em décadas. “Agora estamos tendo a venda das nossas estatais, a retirada de direitos do povo, e o nosso povo, de novo, está com fome, sem renda, desempregado”, denunciou a presidenta do PT.

Ela conclamou os colegas parlamentares a refletir sobre o golpe e suas consequências para o País. E denunciou que houve uma desestabilização institucional a partir de um projeto para “acabar com o PT e com a maior liderança política popular da história brasileira, o ex-presidente Lula”. Gleisi frisou que os golpistas, não contentes em derrubar Dilma, articularam a aventura de prender Lula e tentar destruí-lo.

Perseguição a Lula


A deputada assinalou que os golpistas foram desmascarados perante o mundo, já que a versão de impeachment não resistiu à análise dos fatos, e Lula também conseguiu provar sua inocência, mostrando que foi vítima de perseguição movida por uma operação judicial com fins políticos, a Lava Jato. Em 17 processos julgados, três em Curitiba e 14 fora, Lula foi inocentado em todos.

“Portanto, Lula é um homem inocente”, disse a presidenta do PT. “Não pesa sobre o presidente Lula nenhuma sentença transitada em julgado. Todos os julgamentos contra Lula o inocentaram. É isso que faz com que Lula se torne a esperança do Brasil.“

Gleisi pontuou que a eleição do militar Jair Bolsonaro, em 2018, veio no bojo do processo golpista, e criticou o atual presidente por agir apenas com base no ódio e no estímulo à intolerância, ao contrário de Lula. Enquanto Lula traz esperança, falando sobre trabalho, renda, emprego, saúde, educação, de tudo o que o povo precisa, “Bolsonaro só falas asneiras”, disse Gleisei

Entre as asneiras de Bolsonaro , ela citou suas falas sobre voto impresso e contra as instituições, o estímulo a atos que contradizem a Constituição e o discurso favorável a uma escalada autoritária. “Eu nunca vi Bolsonaro falar sobre emprego. Eu nunca vi Bolsonaro falar sobre renda e sobre geração de emprego”, comentou Gleisi. Ela ainda criticou Bolsonaro por sua incompetência e seu hábito de jogar toda a responsabilidade sobre os problemas que acontecem a governadores e prefeitos.

Impeachment já


Gleisi defendeu a abertura de processo de impeachment de Bolsonaro para julgá-lo por vários crimes de responsabilidade já cometidos. Ela disse que o atual presidente da República inflama o País ao estimular atos no dia 7 de setembro contra a Constituição, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional”. Segundo ela, Bolsonaro é “um traste” e não pode ser chamado de presidente da República, já que deixa o povo “morrer de fome e desempregado, e não toma medidas para baratear a comida, o combustível”.

Não dá mais para aguentar Bolsonaro. Esta Casa tem que ter a responsabilidade de abrir um dos pedidos de impeachment, que somam mais de 120 aqui”, comentou Gleisi. Ela chamou Bolsonaro de “criminoso” por ter levado mais de 500 mil brasileiros à morte diante da irresponsabilidade e crueldade com que tratou a questão da Covid-19 no País, qualificada por ele como “gripezinha”.

Gleisi citou passagens de um poema de Maiakovski lido por Dilma quando foi apeada do poder. “Não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?

O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas.”

Segundo Gleisi, é exatamente o que diz o poema que a oposição e as forças progressistas e democráticas do País têm feito no momento. “A quilha da oposição, a quilha daqueles que querem o bem do povo brasileiro está cortando as ondas turbulentas dessa história que foi criada com o impeachment.”

Com informações de PT na Câmara e pt.org.br .

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