O ex-secretário-adjunto da Administração do Estado, Nelson Nappi Júnior, é alvo de um mandado de prisão preventiva no âmbito da Operação Alcatraz ( * vide nota de rodapé ). A terceira fase das investigações foi deflagrada nesta quinta-feira ( quatorze de outubro de dois mil e vinte e um ). Essa etapa foi intitulada de Operação Obstrução.
Nelson Nappi já era investigado pela operação ( * vide nota de rodapé ) e já tinha sido alvo de prisão preventiva e de mandado de busca e apreensão em outras fases das investigações.
Ao g1 SC, o advogado Leonardo Pereima de Oliveira Pinto informou que às 8h30 a PF estava na casa do investigado. A defesa dele disse que só vai se manifestar quando analisar o documento.
Além da prisão, foram expedidos outros cinco mandados de busca e apreensão. As ações acontecem em Florianópolis e São José.
A nova etapa foi desencadeada, segundo a PF, após apreensão de bens, documentos e equipamentos na residência de um dos investigados na Operação Hemorragia, 2ª fase da Operação Alcatraz ( * vide nota de rodapé ), deflagrada em janeiro deste ano.
Os investigados poderão responder por crimes previstos na Lei de Lavagem de Dinheiro e na Lei de Organizações Criminosas. Os nomes dos alvos não foram divulgados pela polícia.
Investigação
Segundo a PF, as investigações mostraram que apesar de preso desde a primeira fase da operação, Nelson Nappi teria contado com ajuda da esposa para fazer pagamento de altos valores em dinheiro. Ele também teria usado cheque de terceiros e ocultado a propriedade de um veículo por meio de registro em nome de um parente.
Também foram apontadas evidências de que Nappi havia descumprido a condição estabelecida para o cumprimento temporário da prisão em sua residência, vindo a manter contato com outro investigado.
Nos telefones apreendidos a PF encontrou conversas que demonstram que os investigados contavam com o auxílio externo para busca de valores com terceiros para quitação de dívidas.
Operação Alcatraz ( * vide nota de rodapé )
A Operação Alcatraz ( * vide nota de rodapé ) foi deflagrada em 2019. O objetivo é combater fraudes em licitações e desvios de recursos públicos ligados a contratos de prestação de serviços terceirizados e do ramo da tecnologia.
Na época, foram cumpridos 11 mandados de prisão, sendo sete preventivos e quatro temporários. Outros 42 pedidos de busca e apreensão também foram efetuados. Nelson Nappi foi um dos presos nesta etapa.
A segunda fase da operação foi deflagrada em janeiro deste ano. Chamada de “Hemorragia”, a investigação apurou uma suposta organização criminosa suspeita de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro.
O deputado e então presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina ( SC ) ( ALESC ), Julio Garcia, teve a prisão domiciliar decretada com uso de tornozeleira nesta fase.
P.S.:
Nota de rodapé:
* Mais sobre a Operação Alcatraz em:
https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2019/05/licitacoes-fraudes-em-processos-levam.html .
Com informações de:
Catarina Duarte ( catarina.santos@somosnsc.com.br ) e Dener Alano ( dener.costa@nsc.com.br ).
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