segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Bloqueios golpistas: Polícia aponta empresário de SC como um dos líderes de bloqueios em rodovias

O empresário do setor de transportes Emílio Dalçoquio Neto, aliado do presidente Jair Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ), é apontado pelo Departamento da Polícia Rodoviária Federal ( DPRF ) como um dos líderes dos atos golpistas que fecharam ilegalmente rodovias no Estado de Santa Catarina ( SC ) após a vitória de Lula ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) nas Eleições de Dois e vinte e dois. O nome dele aparece em um documento enviado pelo DPRF ao Supremo Tribunal Federal ( STF ), ao qual o portal G1 SC teve acesso nesta sexta-feira ( Onze de novembro de Dois mil e vinte e dois).


Empresário Emílio Dalçoquio Neto. Foto: Divulgação.

Dalçoquio é citado no ofício como uma "liderança dos bloqueios em Itajaí", no Litoral Norte de SC. O documento é assinado pelo superintendente do DPRF em SC, André Saul do Nascimento, em Três de novembro de Dois mil e vinte e dois, e agora faz parte de um processo do STF que apura a responsabilidade pelos bloqueios ilegais.

No mesmo ofício, além de Dalçoquio, outras Vinte e duas pessoas são citadas como “lideranças que atuam nesses movimentos, bem como [ proprietários de ] alguns veículos utilizados nos bloqueios”.

A reportagem do jornal Diário Catarinense ( DC ) procurou o empresário e a defesa dele, mas não teve retorno até esta publicação.

Em uma rede social, no entanto, Dalçoquio se manifestou, afirmando não ter responsabilidade sobre os atos. Disse também que "como é garantido a todo cidadão, tenho o direito de me manifestar de forma ordeira e pacífica, nos exatos limites da liberdade de expressão prevista na Constituição Federal".

"Meu posicionamento político é conhecido e claramente definido e, assim, dentro da estrita legalidade, sempre me expressarei para apoiar e defender a democracia, o estado democrático de direito e as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição do Brasil", concluiu.

A reportagem também procurou o DPRF, o Ministério Público do Trabalho ( MPT ) e o Ministério Público do Estado de Santa Catarina ( MPSC ) nesta sexta. A primeira delas não se manifestou.

O MPT, por sua vez, informou que, ao menos até as 11h50min, não havia informações sobre investigações relacionadas ao empresário ou à empresa que leva seu sobrenome. Já o MPSC afirmou, através de e-mail, que já foram divulgadas todas as informações que poderiam ser passadas sobre os bloqueios.

Na última quarta ( Nove de novembro de Dois mil e vinte e dois ), a Promotoria havia informado que ao menos Doze empresários e agentes públicos catarinenses foram identificados por financiar e organizar os bloqueios golpístas, mas sem divulgar nomes.

Os bloqueios tiveram início após ter sido confirmada a vitória de Lula ( PT ), em contrariedade ao resultado das eleições. SC chegou a ter mais de Setenta atos com interdições simultâneas nas estradas. Uma vez liberadas as rodovias, parte dos atos se deslocou para a entrada de prédios das Forças Armadas.

Leia a íntegra do que publicou Emílio Dalçoquio Neto


"Venho esclarecer que são mentirosas e caluniosas as matérias jornalísticas que estão circulando sobre empresários catarinenses e a meu respeito.

Afirmo que essas matérias são falsas e apenas tentam denegrir a minha boa reputação de cidadão e empresário honrado, trabalhador, honesto e patriota.

Sem provas e de forma leviana, essa parte da imprensa vem atribuindo a mim e a outros empresários a responsabilidade pelos atos populares e voluntários que vêm ocorrendo por todo país.

Assim como é garantido a todo cidadão, tenho o direito de me manifestar de forma ordeira e pacífica, nos exatos limites da liberdade de expressão prevista na Constituição Federal.

Meu posicionamento político é conhecido e claramente definido e, assim, dentro da estrita legalidade, sempre me expressarei para apoiar e defender a democracia, o estado democrático de direito e as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição do Brasil.

Reafirmo, assim, a quem interessar a verdade, que não financiei, liderei, apoiei ou apoiarei qualquer ato dirigido a excessos ou ilegalidades."

Com informações de:

Clarissa Battistella ( clarissa.battistella@somosnsc.com.br ) e


Caroline Borges ( caroline.borges@somosnsc.com.br ) .

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