Durante os últimos setenta anos, a sociedade em todos os países desenvolvidos se converteu em sociedade de instituições. Todas as principais tarefas sociais, seja desenvolvimento econômico ou assistência médica, educação ou proteção do meio ambiente, busca de conhecimentos ou defesa nacional, são hoje confiadas a grandes organizações, concebidas para a perpetuidade e administradas por seus próprios administradores. O Desempenho da sociedade moderna - se não a sobrevivência de cada indivíduo - depende, em proporções crescentes, da performance dessas instituições.
Há apenas noventa e cinco anos, essa sociedade era inconcebível. Na sociedade do ano de mil e novecentos, a família ainda atuava em todos os países como agente e órgão de execução da maioria das tarefas sociais. As instituições eram poucas e pequenas. A sociedade de mil e novecentos, mesmo no país mais institucionalizado, ainda parecia uma pradaria do estado norte-americano do Kansas. Havia uma eminência, o governo central, que se destacava sobranceiro no horizonte, não porque fosse grande, mas porque nada havia ao seu redor. O resto da sociedade se espargia entre incontáveis moléculas: pequenas oficinas; pequenas escolas; profissionais individuais - médicos ou advogados - que exerciam a profissão como pessoas físicas, em consultórios ou escritórios; fazendeiros; artesãos; varejistas; e assim por diante. Já se viam os primórdios da grande empresa - mas apenas os primórdios. E o que, então, era considerado grande empresa impressionaria hoje pelas dimensões diminutas.
O polvo que tanto assustou os avós dos americanos de hoje, a gigantesca Standart Oil Trust, de Rockefeller, foi desmembrado em quatorze partes pela Suprema Corte dos Estados Unidos, em mil novecentos e onze. Trinta anos depois, às vésperas da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, cada uma das quatorze filhas da Standart Oil já se tornara pelo menos quatro vezes maior que o polvo, quando foi cindido - em número de empregados, em capital, em vendas e sob todos os outros aspectos. No entanto, entre essas quatorze, só havia três grandes empresas petrolíferas - Jersey Standart, Mobil e Standart of Califórnia. As outras onze eram empresas de pequeno ou médio porte, que desempenhavam papel pouco significativo ou irrelevante na economia mundial e tinham importância limitada na economia americana.
Sim, as empresas cresceram nos últimos noventa anos, mas outras instituições se ampliaram com muito mais rapidez. Antes de mil novecentos e quatorze, não havia universidade no mundo com muito mais de seis mil alunos - e apenas um punhado tinha mais de cinco mil. Hoje, universidades desse porte são pigmeus; há até quem questione sua viabilidade. Os hospitais, do mesmo modo, evoluíram de instituições marginais, a que os pobres acorriam para morrer, para centros de assistência médica, de porte gigantesco, convertendo-se em umas das das mais complexas instituições sociais da atualidade. Sindicatos trabalhistas, institutos de pesquisa e muitas outras organizações atingiram tamanho e sofisticação inimagináveis em épocas nem tão remotas.
No começo da década de mil e novecentos, os cidadãos de Zurique construíram instalações esplêndidas para abrigar a prefeitura da cidade, que acreditavam, cheios de confiança, atenderiam às necessidades da cidade de uma vez por todas. Com efeito, a iniciativa foi atacada intensamente como extravagância desmedida, se não pura megalomania. Hoje, o governo da Suíça é muito menos obeso que o de qualquer outro país do mundo. No entanto, o prédio da Prefeitura de Zurique há muito se tornou insuficiente para abrigar toda a administração municipal. Atualmente, suas instalações se estendem por mais de dez vezes o espaço que, há noventa e cinco anos, parecia tão grandioso - e até acintoso. Outras informações podem ser obtidas no livro Pessoas e desempenhos, de autoria de Peter F. Drucker.
Mais em http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/aceleracao-do-crescimento-expansao-ou-inchaco/108491/
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