A história de Henry Ford, sua ascensão e declínio, e a restauração da
sua companhia sob os cuidados de seu neto Henry Ford II, já foi contada tantas
vezes que passou a fazer parte do folclore. Ei-la:
Henri Ford, partindo do nada em mil novecentos e cinco, construiu em
quinze anos a maior e mais rentável indústria do mundo. A Ford Motor Company,
no início do década de vinte, dominou e quase monopolizou o mercado
automobilístico americano e manteve uma posição de liderança na maioria dos
mais importantes mercados automobilísticos do resto do mundo. Além disso, havia
acumulado dos seus lucros, reservas em dinheiro de carca de um bilhão de
dólares. Alguns poucos anos depois, em mil novecentos e vinte e sete, este
império empresarial aparentemente inexpugnável estava em ruína. Tendo perdido
sua posição de liderança e quase incapaz de se menter num mero terceiro lugar
no mercado, a Ford sofreu prejuízos praticamente todos os anos durante uns
vinte anos e não conseguiu mais competir vigorosamente até o final da Segunda
Guerra Mundial. Em mil novecentos e quarenta e quatro, o neto do fundador,
Henry Ford II, então com apenas vinte e seis anos de idade e sem qualquer
treinamento ou experiência, assumiu o controle, despediu os companheiros de seu
avô num golpe palaciano, contratou uma equipe administrativa inteiramente nova
e salvou a companhia.
Mas nem sempre se destaca que esta história dramática é muito mais do
que um caso de sucesso ou fracasso pessoal. Ela é, acima de tudo, o que seria
possível chamar de uma experiência controlada em má administração.
O velho Ford fracassou por causa da sua firme convicção que uma empresa
não necessitava de adminsitradores nem de uma administração. Tudo que
precisava, seguno ele, era de um dono e seus ajudantes. A única diferença entre
Ford e a maioria dos seus contemporâneos no mundo dos negócios, tanto nos
Estados Uidos como no exterior, foi o fato de ele ser iorredutível em suas
convicções. O modo como ele as punha em prática - , despedindo ou alienando
qualquer um de seus ajudantes, independentemente da sua capacidade, que ousasse
agir como um administrador ou que agisse sem receber ordens expressas de Ford –
só pode ser descrito como o teste de uma hipótese que acabou por provar sua
falsidade.
Na
realidade, o que faz da história da Ford um caso único – além de importantíssimo
– é Henry Ford ter conseguido testar sua hipótese, em parte porque viveu tanto
tempo, e em parte porque tinha um bilhão de dólares com os quais apoiar suas
convicções. Seu fracasso não foi consequência de sua personalidade ou
temperamento, mas principalmente de sua recusa em aceitar como necessários os
administradores e a administração, fundamentados sobre a tarefa e as funções, e
não sobre delegações diretas do patrão. Outras informações podem ser obtidas no
livro Fator humano e desempenho, de
autoria de Peter F. Drucker.
Mais em http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/empreendedorismo-fundadores-versus-administradores-profissionais/108424/
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