sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Gestão empresarial: a base teórica e prática da administração

A administração de empresas precisa ser o foco por uma razão histórica. O empreendimento de negócios foi a primeira das instituições modernas a entrar em cena. Desde o começo, ou seja, desde o surgimento das ferrovias como grandes empresas, em fins do século dezenove, os empreendimentos de negócios foram, sem dúvida, uma instituição nova e diferente, em vez de ramificação ou desdobramento de outras já existentes, como foi o caso de negócios públicos, universidades, hospitais e forças armadas. Também houve, evidentemente, quem expressasse preocupação com a administração dessas outras instituições. Mas, até há pouco tempo, essas manifestações eram esporádicas, quase sempre relacionadas e circunscritas a problemas agudos específicos. Porém, o interesse pela administração de empresas, desde seus primórdios, se mostrou genérico e contínuo.

Outra razão pela qual o estudo da administração, até hoje, tem sido basicamente o estudo da gestão de negócios é porque, até agora, só a esfera econômica dispõe de critérios de avaliação tanto da alocação de recursos quando tos resultados dessas decisões. A lucratividade não é indicador perfeito; ninguém nem mesmo já definiu com exatidão. No entanto, é um indicador, apesar de todas as imperfeições. Até agora, nenhuma das outras instituições dispõe de indicadores. O que todas têm são opiniões - o que, de modo algum, é fundamento adequado para uma disciplina.

A razão mais importante para concentrar-se na administração de empresas é que ela é uma história de sucesso. Ela tem atuado em sua própria esfera. Ela tem fornecido bens e serviços econômicos em extensão que teria sido considerada inimaginável pela geração da década de mil e novecentos. E ela tem cumprido sua função, apesar das guerras mundiais, das depressões e das ditaduras.

Hoje, as realizações da administração de empresas criam condições pra que se espere - talvez de maneira um tanto prematura (e, decerto, com alguma ousadia) - a eliminação da pobreza acachapante que é o flagelo da humanidade há tantos séculos. Pelo menos na visão de Peter F. Drucker. Graças em grande parte `s realizações da administração de empresas é que as sociedades avançadas de hoje podem usufruir de educação superior em massa. As empresas não só produzem os meios econômicos para promover esse empreendimento dispendioso, mas também oferecem os empregos em que o conhecimento se torna produtivo e pode ser remunerado. O fato de hoje considerar-se falha social e imperfeição da sociedade que as oportunidades e os empregos sejam predeterminados pela classe e pelo berço - quando apenas ontem essa era a condição natural e inescapável da humanidade - é resultado do desempenho econômico - ou seja, do desempenho da administração de empresas. Em um mundo que, sob o ponto de vista político, se mostra cada vez mais fragmentado e obcecado pelo nacionalismo, a administração de empresas é uma das poucas instituições capazes de transcender as fronteiras nacionais.

As empresas multinacionais reúnem na gestão de um empreendimento comum pessoas de numerosos países, com diferentes línguas, culturas, tradições e valores, unindo-as sob um mesmo propósito. É uma das poucas instituições do planeta que não é nacionalista em sua visão de mundo, em seus valores e em suas decisões, destacando-se como um órgão comum de uma economia mundial que, por enquanto, carece de governança mundial, ou seja, de uma comunidade política transnacional ou de instituições políticas transnacionais.

Também é à administração de empresas que a sociedade recorre cada vez mais em busca de liderança a respeito da qualidade de vida. Com efeito, o que parece crítica acerba à administração de empresas tende, muitas vezes, a ser resultado de altas expectativas, talvez irrealistas, com base no desempenho passado da administração de empresas. "Se já se conseguiu tanto, por que não conseguir mais?", é a observação subjacente.

Este texto discute o desempenho em instituições de serviços não empresariais e salienta reiteradamente que as instituições de serviços provavelmente serão a fronteira da administração no século vinte e um. Mas os fundamentos de qualquer trabalho sobre administração deve ser a administração de empresas.

A emergência da administração talvez seja o evento crucial dos tempos atuais, muito mais importante que os acontecimentos que fazem a manchetes dos jornais. Raramente, se é que há algum precedente, uma nova instituição básica, um novo grupo de liderança, uma nova função central, emergiu com tanta rapidez quanto a administração, desde a virada do século dezenove. Raramente na história da humanidade uma nova instituição se mostrou tão indispensável, com tanta rapidez. Com frequência ainda menor, uma nova instituição chegou com tão pouca oposição, tão pouca inquietação, tão pouca controvérsia. E nunca antes uma nova instituição envolveu o planeta como a administração, transpondo fronteiras de raça e credo, de língua e tradições, dentro de uma mesma geração que ainda vive e trabalha.

A sociedade desenvolvida de hoje, sem aristocracia, sem grandes proprietários de terra e mesmo sem capitalistas e magnatas, depende, no exercício da liderança, dos gestores de suas grandes instituições. Depende do conhecimento, da visão e do trabalho deles. Nessa sociedade, a administração - suas tarefas, atribuições e práticas - é fator central: como necessidade, como contribuição essencial e como tema de estudo e de conhecimento. Outras informações podem ser obtidas no livro Pessoas e desempenhos, de autoria de Peter F. Drucker.

Mais em:

http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/gestao-empresarial-a-base-teorica-e-pratica-da-administracao/108534/  e

http://www.aloshop.com.br/noticias/gestao-empresarial-a-base-teorica-e-pratica-da-administracao/ .

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