Os administradores são o recurso básico de um empresa. Numa fábrica
totalmente automatizada – como as que já existem em alguns lugares, as modernas
refinarias de petróleo, por exemplo – talvez haja uns poucos técnicos e
profissionais altamente especializados, que provavelmente serão seus únicos
trabalhadores. Mas haverá administradores, pelo menos na visão de Peter F. Drucker.
Na realidade, haverá muito mais administradores do que na fábrica de outrora,
repleta de operadores semi-especializados de máquinas. Se o mestre de uma linha
de montagem supervisiona cinquenta pessoas, raramente os administradores das fábricas
automatizadas têm equipes com mais de duas ou três – sendo que cada uma delas
tem maior autonomia, maior responsabilidade e incomparavelmente maior poder
decisório que o mestre da tradicional fábrica de produção em massa.
Os administradores são o recurso mais dispendioso da maioria das
empresas – e o que deprecia mais rapidamente e necessita ser mais
constantemente “reabastecido. Leva anos até se formar uma equipe
administrativa; mas ela pode ser depauperada em pouco tempo. A quantidade de
adminstradores, bem como o investimento de capital que cada um representa –
tanto o investimento do capital da sociedade na sua educação (que vai além dos
quarenta mil dólares por cada universitário formado) como o investimento direto
do empregador no cargo administrativo (que hoje nos Estados Unidos, por
exemplo, varia entre cinquenta mil dólares e quinhentos mil dólares para cada
posição, conforme o setor industrial e a função, dependendo de ser num laboratório
de pesquisa, no setor de fabricação ou na contabilidade) - , irá sem dúvida
continuar aumentando constantemente como tem ocorrido nestes últimos setenta anos.
Paralelamente, irão aumentar as exigências das empresas quanto à capacidade de
seus administradores. O administrador de hoje, por exemplo, mesmo o dos escalões
mais baixos, deve conhecer relativamente bem métodos quantitativos e analíticos
e ter um bom discernimento acerca do comportamento humano; ambos eram
disciplinas “avançadas” há mesno de uma geração. Tais exigências vêm dobrando a
cada geração; tudo leva a crer quq não haverá desaceleração desta tendência nas
próximas décadas.
A qualidade com que os administradores administram e são administrados
determina se as metas da empresa serão ou não atingidas. Determina ainda em
grande parte a qualidade da sua administração do trabalhador e do trabalho. Pois
a atitude dos trabalhadore sreflete, antes de tudo, a atitude da sua
administração. É um espelho não distorcido da competência e da estrutura
administrativa. A eficãcia dos trabalhadores é basicamente determinada pelo
modo como são administrados.
Durante os últimos quarenta e cinco anos, os administradores de toda
parte têm estado sujeiros a uma sólida barragem de exortações, discursos e
programas nos quais pretendem dizer, uns aos outros, que seu trabalho é
administrar as pessoas sob sua responsabilidade, exigem dos outros a mais alta
prioridade a este dever e realizam um grande intercâmbio de conselhos e
dispositivos de comunicação descendente. Todavia, Peter F. Drucker chegou a
dizer que jamais encontrou um administrador, de qualquer nível ou serviço, que
não estivesse interessado primeiramente nas relações ascendentes e nas
comunicações ascendentes. Todo vice-presidente crê que o verdadeiro problema é
o seu relacionamento com o presidente. E assim é, até o supervisor de primeira
linha, o mestre de produção ou balconista-chefe; todos têm certeza que
conseguiriam se relacionar bem com as pessoas se ao menos o chefe do
departamento de pessoal os deixasse em paz.
Isto é um indício da perversidade da natureza humana. Não há nada
errado nas relações ascendentes serem a maior preocupação de um administrador. Ser
um administrador significa partilhar da responsabilidade pelo desempenho da
instituição. O indivídou que não assumir esta responsabilidade não é um
administrador, mesmo que não sejam chefes, que não tenham subordinados e que
apenas administrem a si próprios. Outras informações podem ser obtidas no livro
Fator humano e desempenho, de autoria
de Peter F. Drucker.
Mais em http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/comunicacao-institucional-ascendente-versus-descendente/108416/
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