segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Comunicação institucional: ascendente versus descendente

Os administradores são o recurso básico de um empresa. Numa fábrica totalmente automatizada – como as que já existem em alguns lugares, as modernas refinarias de petróleo, por exemplo – talvez haja uns poucos técnicos e profissionais altamente especializados, que provavelmente serão seus únicos trabalhadores. Mas haverá administradores, pelo menos na visão de Peter F. Drucker. Na realidade, haverá muito mais administradores do que na fábrica de outrora, repleta de operadores semi-especializados de máquinas. Se o mestre de uma linha de montagem supervisiona cinquenta pessoas, raramente os administradores das fábricas automatizadas têm equipes com mais de duas ou três – sendo que cada uma delas tem maior autonomia, maior responsabilidade e incomparavelmente maior poder decisório que o mestre da tradicional fábrica de produção em massa.

Os administradores são o recurso mais dispendioso da maioria das empresas – e o que deprecia mais rapidamente e necessita ser mais constantemente “reabastecido. Leva anos até se formar uma equipe administrativa; mas ela pode ser depauperada em pouco tempo. A quantidade de adminstradores, bem como o investimento de capital que cada um representa – tanto o investimento do capital da sociedade na sua educação (que vai além dos quarenta mil dólares por cada universitário formado) como o investimento direto do empregador no cargo administrativo (que hoje nos Estados Unidos, por exemplo, varia entre cinquenta mil dólares e quinhentos mil dólares para cada posição, conforme o setor industrial e a função, dependendo de ser num laboratório de pesquisa, no setor de fabricação ou na contabilidade) - , irá sem dúvida continuar aumentando constantemente como tem ocorrido nestes últimos setenta anos. Paralelamente, irão aumentar as exigências das empresas quanto à capacidade de seus administradores. O administrador de hoje, por exemplo, mesmo o dos escalões mais baixos, deve conhecer relativamente bem métodos quantitativos e analíticos e ter um bom discernimento acerca do comportamento humano; ambos eram disciplinas “avançadas” há mesno de uma geração. Tais exigências vêm dobrando a cada geração; tudo leva a crer quq não haverá desaceleração desta tendência nas próximas décadas.

A qualidade com que os administradores administram e são administrados determina se as metas da empresa serão ou não atingidas. Determina ainda em grande parte a qualidade da sua administração do trabalhador e do trabalho. Pois a atitude dos trabalhadore sreflete, antes de tudo, a atitude da sua administração. É um espelho não distorcido da competência e da estrutura administrativa. A eficãcia dos trabalhadores é basicamente determinada pelo modo como são administrados.

Durante os últimos quarenta e cinco anos, os administradores de toda parte têm estado sujeiros a uma sólida barragem de exortações, discursos e programas nos quais pretendem dizer, uns aos outros, que seu trabalho é administrar as pessoas sob sua responsabilidade, exigem dos outros a mais alta prioridade a este dever e realizam um grande intercâmbio de conselhos e dispositivos de comunicação descendente. Todavia, Peter F. Drucker chegou a dizer que jamais encontrou um administrador, de qualquer nível ou serviço, que não estivesse interessado primeiramente nas relações ascendentes e nas comunicações ascendentes. Todo vice-presidente crê que o verdadeiro problema é o seu relacionamento com o presidente. E assim é, até o supervisor de primeira linha, o mestre de produção ou balconista-chefe; todos têm certeza que conseguiriam se relacionar bem com as pessoas se ao menos o chefe do departamento de pessoal os deixasse em paz.


Isto é um indício da perversidade da natureza humana. Não há nada errado nas relações ascendentes serem a maior preocupação de um administrador. Ser um administrador significa partilhar da responsabilidade pelo desempenho da instituição. O indivídou que não assumir esta responsabilidade não é um administrador, mesmo que não sejam chefes, que não tenham subordinados e que apenas administrem a si próprios. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.

Mais em http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/comunicacao-institucional-ascendente-versus-descendente/108416/

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