O povo brasileiro deu uma resposta à altura da indignação nacional com o desgoverno genocida de Jair Bolsonaro, responsável pela perda de meio milhão de compatriotas por Covid-19, confirmadas neste sábado (19). Pela manhã, milhares de manifestantes ocuparam as ruas de centenas de cidades pelo país para protestar contra as mortes em massa patrocinadas por Bolsonaro, por vacinas para todos, auxílio emergencial de R$ 600 e pela manutenção da democracia. Os atos também exigem a remoção imediata do presidente, hoje um risco ao pleno funcionamento das instituições e à própria sobrevivência da população.
No início da manhã, os manifestantes reuniram-se com faixas e cartazes com palavras de ordem e as cores da bandeira do Brasil nas capitais Brasília, Goiânia, Belém, Porto Velho, Boa Vista, Palmas, Maceió, João Pessoa, São Luís, Recife, Aracaju, Cuiabá, Campo Grande, São Bernardo, Rio de Janeiro e Florianópolis. Ao todo, durante todo o dia, estão programados 457 atos em quase 400 cidades, incluindo São Paulo, que deve lotar a Avenida Paulista à tarde. No exterior, protestos também ocorrem em mais de 50 cidades, incluindo Alemanha, França, Portugal e EUA.
“Hoje é dia de luta em todo o país contra a política de morte do governo Bolsonaro”, convocou a presidenta Nacional do PT, deputada federal (PR) Gleisi Hoffmann. “Quase 500 mil mortes pela covid, recorde de desempregados e desmonte do Estado. Nossa luta é por vacina no braço, comida no prato e auxílio emergencial digno para o povo brasileiro”, declarou, pela manhã.
Respeito às medidas de proteção
Ao contrário das aglomerações promovidas pelos apoiadores negacionistas de Bolsonaro, manifestantes fizeram questão de manter todas as medidas para evitar riscos de contaminação. O uso de máscaras e o distanciamento foram constantes. Os organizadores também distribuíram álcool gel e orientaram os participantes sobre medidas de proteção contra a Covid-19.
As concentrações foram convocadas por Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, centrais sindicais, Coalização Negra por Direitos, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Fórum Nacional de ONGs, entre outras.
Confira a galera de fotos abaixo.
Bolsonaro, mais perigoso que o vírus
“O governo Bolsonaro é mais perigoso que o vírus, está insustentável e não conseguimos mais suportar tanta fome, inflação e a pandemia. Esse governo é genocida de fato”, afirmou o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PT-PA). Em vídeo pelo Twitter, o senador pediu que seja feito um minuto de silêncio em cada manifestação deste sábado, em homenagem às famílias das vítimas da Covid-19. “E dizer claramente, nos nossos atos, quem é o responsável por isso: Jair Bolsonaro”.
“Todos os dias, mais de 2 mil brasileiros morrem de uma doença que já tem vacina”, lembrou o senador Humberto Costa (PT-PE), um dos nomes mais atuantes da oposição na CPI da Covid, que apura as responsabilidades de Bolsonaro e seus apoiadores nas mortes. “São mães, pais, irmãos, amores. É uma tragédia anunciada, provocada por um governo que rejeitou pelo menos 101 ofertas de imunizante”, apontou Costa.
“Dois países no mundo usaram a teoria de imunidade de rebanho, com contaminação em massa. Estados Unidos com Trump e Brasil com Bolsonaro. EUA lidera número de mortes no mundo. Com a saída de Trump, os números diminuíram. No Brasil, aceleram rumo à liderança”, alertou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Protestos aglutinam pautas progressistas
Os protestos também aglutinaram outras pautas progressistas contra políticas antisociais de Bolsonaro e Paulo Guedes e de entrega das riquezas do povo brasileiro ao capital estrangeiro.
O maior exemplo é a Eletrobrás, cuja MP de privatização foi aprovada no Senado nesta semana. A traição ao povo foi denunciada em faixas e cartazes em diversas cidades.
Do mesmo modo, centenas de indígenas ocuparam as ruas para lutar pela demarcação de terras, em claro retrocesso pelo Projeto de Lei 490/2007. O novo golpe de Bolsonaro contra mais de 25 etnias prevê a suspensão das demarcações. Nesta semana, mais de 700 indígenas ocuparam a Esplanada, em manifesto pelas demarcações e pela proteção dos povos Yanomami e Mundukuru, vítimas de ataques de garimpeiros.
“Bolsonaro representa o genocídio e o ecocídio do Brasil”, afirmou a coordenadora da APIB, Sonia Guajajara, no ato em Brasília. “O Fora Bolsonaro é agora, não podemos esperar. Estamos juntos por vida, vacina e direitos garantidos”, escreveu Guajajara, pelo Twitter.
Com informações de pt.org.br .
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