Lula aponta as privatizações e a reforma administrativa como dois exemplos do desmonte do país que ocorre em plena pandemia. “Eles vão desmontando as empresas estatais, vão privatizando tudo a preço de banana, vão fazendo a reforma administrativa para prejudicar o trabalhador menor. Não vai ser o procurador que fez as mentiras na Lava Jato que vai pagar o pato da reforma administrativa, vai ser o povo pobre, que coloca a mão na massa para carregar piano”, alertou Lula, que pediu a presença da bancada do partido na Câmara para aumentar a resistência ao desmonte. “É preciso não permitir que aconteça o que está acontecendo. Não se pode deixar o presidente da Câmara fazer a destruição que está fazendo.”
A destruição feita no país pelo governo Bolsonaro é o principal motivo para que Lula ainda avalie se será candidato ou não em 2022, explicou. Segundo ele, é preciso construir as alianças para que seja possível fazer a reconstrução que será necessária. “O problema não é ganhar. É ganhar e governar. Eu cheguei à Presidência em 2003 e meus assessores viram que o país estava quebrado. O Brasil hoje está mais destruído. Consertar o Brasil será muito mais complicado. Por isso o povo não pode acreditar em mágico”, disse o presidente, que segundo as pesquisas venceria as eleições no primeiro turno caso elas ocorressem hoje.
Papel do Estado
Para Lula, a reconstrução do país passará pelo debate sobre o papel do Estado. “(Será um trabalho) muito sério governar o Brasil de 2022 para frente, porque será um processo de reconstrução do país. É possível que tenhamos de ter um grande debate sobre a reforma do Estado. Que Estado queremos? Parar com essa palhaçada, que parte da elite econômica quer, de que o Estado tem de ser fraco.”
Ainda sobre o Estado, o presidente Lula analisou a presença de militares no atual governo. Para ele, é preciso recuperar o papel central das Forças Armadas para o país. “Eu quero as Forças Armadas fortes, para nos defender de nossos inimigos externos. Defendo as Forças Armadas bem estruturadas. Agora, o cidadão tem de escolher. Se ele quer ser militar, ele tem uma função constitucional que ele tem de cumprir. Se ele quer ser político, ele não faça escola militar, ele vá para a política. Não pode misturar as coisas, porque se não você destrói as carreiras de Estado”, analisou.
“Eu não sei se é o Bolsonaro que está utilizando os militares agora, ou se são os militares que estão utilizando o Bolsonaro”, prosseguiu Lula. “É ruim para a democracia, vai destruindo algo para o qual a sociedade civil se preparou. Não tem sentido. Os militares deviam se preparar para defender nossa soberania, nossa fronteira, a Amazônia, o pré-sal e não mandar um comandante para ser o subcomandante da 4ª Frota americana, o que é uma vergonha, um general brasileiro subordinado a um general americano. Se tiver uma guerra, esse general vai ficar com quem?”, indagou.
Com informações de pt.org.br .
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