As bandeiras cobradas na conta de luz dos brasileiros ficam na dependência das condições de geração de energia no setor elétrico. De acordo com os técnicos da Aneel, diante da falta de chuvas e com os reservatórios com baixo volume, a tarifa teria de ser maior ainda, o que elevaria a taxa para R$ 11,84, o que representaria 84% de aumento.
A Aneel afirma que decidiu por um aumento menor agora, para não provocar uma mudança na metodologia usada pela agência para calcular o valor da tarifa. Mas a ideia é de se fazer uma consulta pública para debater a mudança dessa metodologia, ou seja, caso isso ocorra poderá ser decidido um novo reajuste na bandeira vermelha.
Pelo Twitter, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, destacou o aumento da conta de luz e os atuais desmandos de Jair Bolsonaro à frente do governo.
A justificativa da Agência para este novo reajuste de 52% é a de que houve um aumento no preço dos insumos das usinas termelétricas , principalmente por causa do petróleo. Além disso, com a seca e a redução da geração de energia em usinas hidrelétricas, foi necessário acionar as termelétricas para garantir o fornecimento.
Com os reservatórios de água em baixa e o país passando pela pior escassez de chuvas em nove décadas, o risco de apagão elétrico volta a assombrar os brasileiros depois de 20 anos. A crise hídrica vivida em 2001 foi uma combinação da longa estiagem com a falta de investimentos em geração e distribuição de energia elétrica.
A situação atual é bastante grave, resultado da incompetência do atual governo que, assim como fez na Saúde, entregou um setor estratégico do país para pessoas despreparadas. Diante disso, restou a Bolsonaro mandar o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fazer um pronunciamento na televisão pedindo que o povo economize água e luz para evitar o pior.
Inflação e novos reajustes
O reajuste na tarifa da bandeira vermelha também deverá impactar bastante no índice de inflação, a ser medido no próximo período, principalmente para a população de baixa renda.
No mês de junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi puxado pela alta nos preços de bens e serviços, justamente com o impacto nos custos da habitação. Os reajustes na energia elétrica (5,4%), tarifa de água e esgoto (1,6%), gás de botijão (1,2%) e gás encanado (4,6%) pressionaram especialmente o orçamento das famílias mais pobres.
Além disso, na opinião de sindicalistas e especialistas no setor elétrico, a própria privatização do Sistema Eletrobras – colocada em prática através de medida provisória aprovada pelo Congresso e com voto contrário das bancadas do PT – – também deverá provocar reajustes nas tarifas de energia elétrica.
Em artigo publicado neste site, os especialistas Gilberto Cervinski e Fabiola Artezano afirmam que a recontratação da energia ao preço de mercado irá acabar com o valor mais barato que é praticado atualmente.
“Em 2020, descontando a energia de Itaipu e da Eletronuclear, que não serão privatizadas no momento, a Eletrobrás conseguiu produzir 144 milhões de MWh (16.500 MW médios). Quase metade dessa energia é comercializada no chamado regime cotizado, ou seja, são 7.850 MW médios de energia vendidos à R$ 65,00/MWh, preço fixado até dezembro de 2042. Com essa fatia, a companhia obtém uma receita de 4,5 bilhões de reais por ano (7.850 MWh x 24 horas x 365 dias x R$ 65,00). A privatização acabará com esse preço mais barato e autorizará a recontratação da energia ao preço de mercado, no chamado “Mercado de Curto Prazo” (MCP), cujo valor atual está acima de R$ 300,00/MWh”, escrevem.
Com informações de pt.org.br .
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