O presidente Jair Bolsonaro agrediu os jornalistas presentes e órgãos de imprensa com palavrões e expressões chulas ao reclamar da cobertura das manifestações realizadas no sábado (19) em protesto pelos 500 mil mortos pela Covid e pelo Fora Bolsonaro no país.
A reação descontrolada de Bolsonaro ocorreu após ter sido recebido aos gritos de “genocida”, “assassino” e “fora, Bolsonaro”, durante viagem à cidade de Guaratinguetá, em São Paulo, nesta segunda-feira (19). As manifestações populares repetiram os protestos registrados na tentativa de Bolsonaro produzir uma fake news em avião da Azul.
O comportamento agressivo e inapropriado ao cargo de presidente da República provocou o repúdio de membros da CPI da Covid e também da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), além da manifestação críticas de várias lideranças políticas nas redes sociais (veja abaixo).
Nota Pública da Maioria dos Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia
Veja a íntegra da nota emitida pelo senadores da CPI da Covid.
As Senadoras e Senadores desta Comissão manifestam solidariedade à jornalista Laurene Santos, que hoje, enquanto trabalhava, foi submetida a uma reação, no mínimo, desproporcional do presidente da República a uma pergunta legitimamente feita pela repórter. A agressão do senhor presidente da República não foi apenas à jornalista Laurene, mas a todos os brasileiros que anseiam por uma resposta à tragédia que atingiu mais de 500 mil famílias desde o início da Pandemia, no ano passado.
Tentar calar e agredir a imprensa é típico de fascistas e de pessoas avessas a democracia brasileira.
Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam e nem prescreveram.
Tasso Jereissati
Otto Alencar
Eduardo Braga
Humberto Costa
Alessandro Vieira
Rogério Carvalho
Eliziane Gama
Nota oficial da ABI
Veja a íntegra da nota emitida pela Associação Brasileira de Imprensa.
Renuncie, presidente!
Descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado. Qualquer uma destas expressões poderia ser usada para classificar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, insultando jornalistas da TV Globo e da CNN.
Com seu destempero, Bolsonaro mostrou ter sentido profundamente o golpe representado pelas manifestações do último sábado. Elas desnudaram o crescente isolamento de seu governo.
Que o presidente nunca apreciou uma imprensa livre e crítica, é mais do que sabido. Mas, a cada dia, ele vai subindo o tom perigosamente. Pouco falta para que agrida fisicamente algum jornalista.
Seu comportamento chega a enfraquecer o movimento antimanicomial – movimento progressista e com conteúdo profundamente humanitário. Já há quem se pergunte como um cidadão com tamanho desequilíbrio pode andar por aí pelas ruas.
É preciso que os democratas estejam alertas e mobilizados.
Diante desse quadro, com a autoridade de seus 113 anos de luta pela democracia, a ABI reitera sua posição a favor do impeachment do presidente. E reafirma que, decididamente, ele não tem condições de governar o Brasil.
No Twitter, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman, e o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticaram duramente o descontrole emocional de Jair Bolsonaro.
Com informações de pt.org.br .
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