Os brasileiros se manifestaram desde cedo, nesta quarta-feira (31), a favor da liberdade. Em uníssono, deixaram claro que não aceitam mais autoritarismo e rejeitam qualquer tentativa de se reescrever a história. Que fique claro, disseram: o golpe de 1964 deu início a uma ditadura militar violenta, injusta, assassina e desumana, que deve ser lembrada apenas para que jamais se repita. Hoje, a ser celebrada, apenas a democracia.
Por volta das 10h30, a #DitaduraNuncaMais dominava as redes sociais. No Twitter, era o termo mais postado no país, com cerca de 100 mil menções. Na lista de assuntos mais comentados no site, figuravam ainda as expressões “Foi golpe” e “Viva a democracia”. Juntas, essas três mensagens apareciam em número muito mais expressivo que as de teor antidemocrático.
Artistas, cientistas, políticos, jornalistas e entidades sociais reverberaram o desejo por democracia da sociedade brasileira. O neurocientista Miguel Nicolelis foi sucinto e preciso em sua resposta à nota emitida, na noite de terça-feira (30), pelo ministro da Defesa, o general da reserva Walter Braga Neto, que falou em “celebrar” o golpe de Estado de 1964. “Ditadura não se celebra. Ditadura se condena. Abaixo a Ditadura, SEMPRE!”, escreveu. A antropóloga Debora Diniz, como se completasse Nicolelis, ressaltou: “Não se reescreve a história de tortura do golpe militar. É ditadura nunca mais” (veja outras manifestações abaixo).
Luta por democracia
O país também rejeita as tentativas de escalada autoritária feitas por Jair Bolsonaro. O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou que “não é porque o projeto de (auto) golpe já nasceu morto, rechaçado e com selo de ‘inconstitucional’, que se torna menos necessário reafirmar a constante vigilância dos democratas”. E lembrou: “A única mobilização nacional de que se deveria falar neste momento é pela compra de vacinas!”.
“A nossa luta por democracia deve ser travada cotidianamente. Ditadura nunca mais. Contra a ditadura de ontem, contra a ditadura de hoje”, disse, em vídeo, a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR). “Bolsonaro e os bolsonaristas estão sempre numa escala autoritária, fazendo lembrança à ditadura, aos torturadores e defendendo esse modelo de regime para o Brasil. Ameaças com a lei de segurança nacional, ameaça com estado de sítio. Nós não podemos permitir isso”, completou Gleisi.
Várias outras lideranças do Partido dos Trabalhadores, nascido no contexto da luta contra a ditadura, também se juntaram aos brasileiros nessa celebração da democracia. “Ditadura nunca mais!”, bradou o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. “Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”, afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Com informações de pt.org.br .
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