quinta-feira, 25 de março de 2021

Epidemia: partido apresenta provas de crimes de presidente

Hoje, às vésperas de alcançar a marca de 300 mil óbitos por Covid-19, o Brasil é o lugar onde mais se morre pela doença no mundo. E estudo coordenado por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) já comprovou que esse verdadeiro extermínio não se deve a simples incompetência. Segundo os pesquisadores, houve, sim, empenho do governo pela disseminação do vírus, “declaradamente com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível e a qualquer custo”.Nas últimas semanas, a palavra genocida passou a ser associada a Jair Bolsonaro. Não é por acaso. Desde o início da pandemia, seja por meio de declarações, seja por medidas provisórias, vetos e outros atos administrativos, o presidente atuou para impedir o combate ao coronavírus, causando um incontável número de mortes que poderiam ser evitadas.


Na contramão do mundo e ignorando a Constituição Brasileira, que determina a “inviolabilidade do direito à vida”, Bolsonaro decidiu trabalhar para que a Covid-19 se espalhasse rapidamente, apostando na chamada imunização de rebanho, mesmo sabendo que, em um país do tamanho do Brasil, isso representaria a morte de centenas de milhares de pessoas.

Sim, é difícil acreditar que o Brasil seja governado por alguém que despreza a vida de compatriotas. Mas as evidências não permitem outra conclusão. A seguir, listamos 10 atos que comprovam o genocídio praticado por Bolsonaro, pelo qual ele precisa responder na Justiça. É o que pedem a sociedade, juristas e entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que encaminhou ao STF pedido pelo reconhecimento da “responsabilidade pelo caos e situação calamitosa na qual o Brasil atualmente se encontra na figura do Presidente da República e seus gestores, notadamente o Ministro da Saúde”.

10 provas de que Bolsonaro é responsável por mortes na pandemia:

 

1. Subestimou a pandemia de propósito

Desde o começo da pandemia, Bolsonaro difundiu a ideia mentirosa de que a Covid-19 não era algo preocupante e que, inevitavelmente, a maioria da população seria contaminada, o que evidencia a estratégia da imunização de rebanho. Os exemplos são inúmeros, mas destacamos um: nove dias depois do pronunciamento em cadeia nacional de 24 de março de 2020, no qual se referiu aos sintomas como “gripezinha”, Bolsonaro disse a apoiadores: “Tá com medinho de pegar vírus? Brincadeira. E o vírus é uma coisa que 60% vão ter, ou 70%”.

2. Atacou as estratégias para conter o vírus

Ao mesmo tempo em que buscou convencer a população de que 70% seriam infectados e que isso não era nada demais, Bolsonaro agiu contra medidas que podem barrar o vírus. Para isso, promoveu, sempre sem máscara, aglomerações (cumprimentou apoiadores, foi à padariafoi à praia…) e atacou prefeitos e governadores que tentavam conter a Covid-19, com declarações e ações na Justiça. Um dos vários exemplos dessa última estratégia é a recente ação no STF contra medidas que restringem a circulação de pessoas em alguns estados e no DF.

3. Sabotou o auxílio emergencial

Para que a estratégia de isolamento social funcionasse, era necessário garantir renda aos trabalhadores, e a principal medida para isso foi o auxílio emergencial. Bolsonaro nunca apoiou verdadeiramente essa medida. Defendeu que, em 2020, ele fosse de apenas R$ 200 e foi o Congresso Nacional quem o obrigou a pagar R$ 600. Em dezembro passado, anunciou o fim da ajuda e só voltou atrás após grande pressão. Mesmo assim, com a PEC 186, reduziu o total destinado ao benefício de R$ 320 bilhões, em 2020, para R$ 44 bilhões, em 2021.

4. Atrasou a vacinação

Jair Bolsonaro, agora, diz que vai vacinar os brasileiros, mas, na verdade, nunca se preocupou com a imunização. Deu repetidas declarações colocando as vacinas sob suspeita (veja vídeo abaixo) e não agiu para que a proteção chegasse logo aos brasileiros. Pelo contrário. Por meio do Ministério da Saúderecusou oferta da Pfizer, feita em agosto de 2020, para adquirir 70 milhões de doses. Em outubro, mandou o ministério cancelar a compra de doses da Coronavac.

5. Tirou verba da Saúde no pior momento

Bolsonaro retirou recursos da saúde pública no momento em que a pandemia se tornou mais grave. Por meio da PEC 186, tentou desvincular a Saúde e a Educação do orçamento, proposta absurda que acabou derrotada no Congresso. O governo, porém, manteve a Saúde sujeita ao teto de gastos. Resultado: o orçamento para área em 2021 terá R$ 35 bilhões a menos do que teve em 2020. De acordo com a Comissão Mista de Orçamento, do Congresso Nacional, o orçamento previsto para este ano é de R$ 125,8 bilhões, só R$ 3,6 bilhões a mais que em 2019, quando não havia pandemia. Em 2020, foram R$ 160,9 bilhões.

6. Investiu em remédios que não funcionam

Não bastasse atrapalhar a vacinação dos brasileiros, Bolsonaro fez propaganda da hidroxicloroquina, um remédio que inúmeros estudos provaram que não funciona contra a Covid-19. A droga foi até mesmo recomendada por meio da plataforma oficial TrateCOV. E, pior, o governo Bolsonaro investiu recursos públicos no remédio, dando ordem ao Exército para aumentar sua fabricação. O caso é investigado pelo Ministério Público.

7. Demitiu ministros que sabem de medicina

Irritado ao ver que seus dois primeiros ministros da Saúde durante a pandemia, que eram médicos, se recusavam a adotar seu discurso negacionista e genocida, Bolsonaro os demitiu. Nelson Teich, que ocupou o cargo entre 17 de abril e 15 de maio, deixou claro que precisou sair devido à pressão de Bolsonaro, que exigia uma recomendação oficial da pasta para o uso da cloroquina“Não vou manchar a minha história por causa da cloroquina”, declarou Teich. Em seu lugar entrou o general Eduardo Pazuello, que viu, em sua gestão, o número de mortos pela Covid-19 saltar de 15 mil para mais de 280 mil.

8. Atentou contra a vida de profissionais de saúde e pacientes

Aqui, os exemplos são vários e vamos citar apenas alguns dos mais chocantes. Após ser avisado pela Anvisa que havia distribuído máscaras que não serviam para uso médico, o Ministério da Saúde se recusou a trocá-las. O governo Bolsonaro nada fez para impedir que pacientes ficassem sem oxigênio em Manaus. E, recentemente, soube-se que a compra de anestésicos necessários para intubar pacientes foi suspensa.

9. Negou ajuda a indígenas e quilombolas

Ao sancionar o PL 1142/2020, que reconheceu os povos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais como “grupos de extrema vulnerabilidade” durante a pandemia, o presidente vetou, por exemplo, a obrigação de o governo fornecer “acesso a água potável”, distribuição de cestas básicas e “distribuição gratuita de materiais de higiene, limpeza e de desinfecção para as aldeias”. Coube ao Congresso derrubar tais vetos, mas eles são outra prova das intenções genocidas de Bolsonaro.

10. E ainda tentou esconder os dados

Enquanto colocava em prática seu perverso plano, Bolsonaro tentou confundir a população e esconder os números que mostravam o genocídio em curso. Em 11 de junho de 2020, durante live, afirmou que os números (oficiais) eram exagerados e estimulou seus apoiadores a invadir hospitais para constatar a realidade com os próprios olhos. Seis dias antes, o site do Ministério da Saúde havia saído do ar para retornar, no dia seguinte, apenas com os dados das últimas 24 horas, sem mostrar o total de infectados e mortos. Essa e outras estratégias, como o atraso na divulgação dos números, levou a imprensa a iniciar sua própria contagem de casos e óbitos, coletando os dados diretamente com as secretarias de Saúde dos estados e do DF.

Com informações de pt.org.br .

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