Ao perder a disputa para Rodrigo Pacheco ( do Partido Social Democrático - PSD ), por Quarenta e nove votos a Trinta e dois, o senador Rogério Marinho ( do Partido Liberal - PL ) entregou ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro ( PL ) uma derrota que ele não precisava ter. Bolsonaro arriscou-se quando optou por não apenas apostar no embate, mas participar diretamente da mobilização pela presidência do Senado Federal (SF ).
Pacheco foi reeleito presidente do SF
O senador Flavio Bolsonaro, filho do ex-presidente, confirmou que dos Estados Unidos da América ( EUA ), onde passa uma temporada sem data de retorno, o próprio Jair Bolsonaro telefonou para senadores pedindo voto para Marinho. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também se envolveu diretamente na campanha.
Mudar a “cara” do SF, que serviu de freio para pautas do ex-presidente ao longo dos últimos anos, era um projeto de longo prazo de Bolsonaro. Ele de fato conseguiu aumentar sua base de apoio na Casa na última eleição, com nomes como Jorge Seif, Damares Alves, o astronauta Paulo Fontes e Sergio Moro. Mas calculou mal.
O empenho e a confiança dos bolsonaristas na vitória de Marinho levaram a crer que, no mínimo, o placar seria mais apertado. Seif ( PL ) falou em Quarenta e cinco votos para o candidato de Bolsonaro. Flávio Bolsonaro apostou em Quarenta e três. Apurada a votação, Marinho teve Trinta e dois.
Ao encampar uma briga que não era sua, Bolsonaro não levou em conta o pragmatismo da política: com Pacheco favorito, deixar de votar nele significa negar o voto ao presidente da Casa. A quem tem o poder de fazer as demandas de cada um dos senadores caminharem com mais ou menos agilidade.
A oposição tentou manobrar pedindo voto aberto, o que colocaria os senadores que se elegeram de carona no bolsonarismo contra a parede. Não conseguiram, porque o voto secreto é a regra. Para o PL, que já havia perdido nos últimos dias o posto de maior bancada, com as transferências partidárias que inflaram o PSD, a derrota significa menos espaço.
Se há uma notícia boa para o bolsonarismo, é que a votação indica que a oposição tem “gordura” para queimar e fôlego para incomodar o governo. Mas, considerando que uma parte da votação de Marinho veio da rejeição a Davi Alcolumbre, aliado de Pacheco, o placar tem menos potencial para ameaçar o Presidente da República ( PR ) Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) do que parece. Ao menos por enquanto.
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