O trabalho do conhecimento - ou seja, o trabalho específico de gerentes de nível médio - sempre deve ser exigente. Também deve ser enxuto e, em cado de erro, quando inevitável, é preferível que seja para menos. O excesso de gerentes de nível médio destroi a motivação. Também compromete os objetivos, as realizações e a satisfação. No fim das contas, aniquila o desempenho.
O surto da gerência de nível médio e o consequente excesso de pessoal mormente nas empresas de maior porte, efetivamente solaparam o moral e a motivação. O excesso de pessoal é uma das principais causas de insatisfação e desapontamento de grande parte do pessoal de nível médio, gestores ou profissionais, que as empresas, os órgãos públicos, as escolas e os hospitais recrutaram com tanto apetite durante as décadas de cinquenta e sessenta. Eles são bem remunerados e bem tratados, mas não têm muito o que fazer, carecem de desafios, pouco contribuem e pouco realizam, ocupando-se muito mais que realmente criando e produzindo. Há gente demais laboriosamente interagindo, em vez de contribuindo para algo. Quando se pergunta a jovens capazes, com boa escolaridade, como, por exemplo, os melhores recém-formados pelas principais escolas de negócios americanas, por que, cada vez mais, preferem trabalhar em pequenas empresas ou nas prefeituras de cidades de porte médio, a resposta é sempre: "Pelo menos terei o que fazer.".
A primeira lição é manter esbeltos os níveis intermediários. "O que realmente precisa ser feito?", é primeira pergunta. E a segunda, igualmente importante, é: "O que não mais precisa e deve ser reduzido ou eliminado?". A primeira lição é a necessidade de controle de peso.
Em especial, isso significa que qualquer nova atividade de gerência de nível médio deve ser sancionada apenas se outra for excluída ou, ao menos, podada. As despesas com a gerência de nível médio devem ser mantidas sob constante observação, para garantir que as pessoas mais capazes e com melhor desempenho sejam alocadas para a busca e o aproveitamento de oportunidades, para a produção de resultados e para a antecipação do futuro, em vez de serem desperdiçadas em problemas, em rotinas e em defesa do passado.
No entanto, o que exige ainda mais reflexão e atenção é o trabalho e a organização da gerência de nível médio: a expansão dos escalões intermediários não só gerou uma mudança qualitativa - também resultou de uma transformação na natureza da função da gerência de nível médio.
Não há dúvida de que a gerência de nível médio continuará a expandir-se. Mas o crescimento futuro deverá ser direcionado, controlado e gerenciado. Terá de basear-se na compreensão da natureza mutável da gerência de nível médio e da consequente necessidade de transformação de suas atribuições, de seus relacionamentos e de sua estrutura. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
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