terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Planejamento: quem será responsável por mudanças nos planos?

A organização do conhecimento exige autoridade decisória clara. Também demanda definições nítidas sobre quais decisões cabem a quem. A organização do conhecimento é muito mais complexa que a simples organização de linha, que está substituindo. Caso não se defina com clareza a autoridade decisória, a organização do conhecimento tenderá a tornar-se confusa.

A organização do conhecimento também é concebida para assumir maiores riscos. As operações não mais são uma rotina, com normas bem definidas. É uma organização decisória, em vez de mera tocadora de máquinas, sob determinada configuração, com vistas a resultados conhecidos. As coisas, portanto, podem dar errado, com desfechos inesperados. E, se a autoridade para mudar a decisão não estiver prevista na própria decisão em si, as consequências serão disfuncionais.

Uma grande empresa farmacêutica decidiu lançar sete novos produtos em um ano - o dobro do que a empresa já introduzira antes, em um único ano. Elaborou-se uma complexa estratégia multifuncional, por meio de um processo que durou um ano, envolvendo forças-farefa compostas de membros de todas as funções, níveis e territórios. Alguns produtos seriam lançados primeiro nos mercados europeus; outros, no mercado americano; alguns, de início, com médicos clínicos; outros, com médicos especialistas, em hospitais. Quando, finalmente, se lançaram os produtos, os dois que eram considerados os mais fracos se transformaram, para surpresa geral, em grandes sucessos de venda; mas os dois que se supunham os mais fortes enfrentaram problemas inesperados, o que retardou substancialmente seu crescimento. Ao elaborarem a estratégia, ninguém perguntou: "Se as coisas não correrem conforme as expectativas, quem será responsável pela mudança dos planos?". Em consequência, sucederam-se relatórios infindáveis, estudos infindáveis e reuniões infindáveis - mas nenhuma ação. No fim das contas, a empresa perdeu boa parte dos benefícios de suas realizações. Os dois produtos que se revelaram sucessos inesperados não receberam o apoio necessário para explorar sua aceitação entre os médicos. Assim, os concorrentes que entraram no mercado com boas imitações colheram boa parte dos frutos. Os testes clínicos e os esforços de marketing referentes aos dois produtos que haviam enfrentado dificuldades inesperadas deveriam ter sido reduzidos ou aumentados substancialmente, mas jamais ficar num ponto intermediário. Todos viam a realidade, mas ninguém tinha autoridade para decidir.

Na organização do conhecimento da nova gerência de nível médio, será necessário perguntar e responder ao seguinte, em relação a qualquer programa, qualquer projeto e qualquer plano: "Quem tem autoridade para mudar o plano?". E essa pergunta resultará em maior delegação de autoridade para o pessoal de nível médio  jamais vista na tradição da gerência de nível médio nos Estados Unidos. Mesmo os gerentes de linha precisarão de mais autoridade na organização do conhecimento. Os gerentes de linha também deverão participar do processo decisório e compreender suas implicações. Também eles deverão ser investidos de autoridade proporcional às suas atribuições - e para a supervisão de seu pessoal - , será preciso definir com muita clareza, acima de tudo para os gerentes de linha. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.

Mais em:

https://www.administradores.com.br/artigos/negocios/planejamento-quem-sera-responsavel-por-mudancas-nos-planos/109372/ e

http://controller-rnc.com.br/planejamento-quem-sera-responsavel-por-mudancas-nos-planos/

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