No segundo dia de visita ao Ceará, o ex-presidente Lula cumpre neste sábado (21) uma série de compromissos com lideranças políticas e representantes de movimentos sociais. Pela manhã, Lula foi recebido pelo governador Camilo Santana na sede do governo, de onde partiram para a Zona de Processamento de Exportação e o Complexo o Portuário do Pecém. Após as visitas, os dois concederam entrevista coletiva. Na entrevista, Lula defendeu a manutenção permanente de canais de diálogo com a sociedade, em uma perspectiva de pacificar o país, hoje contaminado pelo ódio bolsonarista. “Precisamos de menos ódio, menos mentira e mais governo”, sentenciou o ex-presidente.
“O que está em disputa no Brasil é a democracia contra o fascismo”, declarou Lula, rejeitando uma comparação com o extremista de direita que ocupa o Planalto. “O Brasil precisa voltar à normalidade, as pessoas precisam acreditar que as coisas podem melhorar. O povo quer trabalhar, sustentar sua família, o povo não quer um presidente falando bobagem e sim governando, chamando os governadores para discutir os problemas”, discursou.
“Precisamos voltar a acreditar na fraternidade, na solidariedade. Se eu vou para a rua para conclamar o povo a mudar esse país para ter mais esperança e oportunidade, não posso usar violência, fazer propaganda de armas, e sim de livros”, reafirmou o ex-presidente.
Lula lamentou o fato de que Bolsonaro não governa o país, gastando suas horas para contar mentiras a seguidores e provocar as instituições democráticas. É um presidente que não conversa com ninguém, não gosta de negro, de índio, de LGBT, de estudante, de sindicalista. É um cara acredita que a terra é plana”.
Lula elogiou a atuação de Camilo Santana na pandemia, assim como do Consórcio Nordeste, cujas políticas públicas evitaram mortes na região. “Governadores do Consórcio Nordeste fazem a diferença na gestão pública no nosso país”, observou. “Se não fossem por eles, muito mais gente teria morrido”, comentou.
“Faz tanto tempo que a gente não ouve nesse país as palavras desenvolvimento econômico, crescimento, geração de emprego e distribuição de renda”. Daí a importância, frisou o petista, do trabalho do governo do Ceará, especialmente na gestão do Porto do Pecém. “Camilo dá demonstração de competência e capacidade, com essa possibilidade de o Ceará se transformar em um grande exportador de produtos manufaturados”, afirmou.
“Esse complexo gerando 34 mil empregos é tudo o que eu queria ouvir, tudo o que falta no Brasil de hoje: aumento de salário, transferência de renda”, festejou Lula.
O Pecém é o porto mais próximo da Europa, sendo, portanto, uma das zonas estratégicas do desenvolvimento regional e para o país. “Esse porto é novo, tem 19 anos de vida, passou uma série de investimentos, foi triplicado em tamanho”, explicou o governador. “O porto é moderno, com custo operacional baixo, e é o sétimo porto do país”.
Fibra ótica
Todos os cabos de fibra ótica que entram no país passam pelo porto. “Nossa ideia é transformá-lo em um hub portuário do Nordeste, gerando emprego ao povo cearense”, afirmou o governador, contando a Lula que o setor responde pela criação de mais de 30 mil postos de trabalho diretos e indiretos. “Só na siderúrgica é algo em torno de 18 mil empregos, diretos e indiretos”, explicou Camilo. “Nossa maior preocupação é crescer de forma sustentável, gerando emprego para o povo cearense”.
Infelizmente, por conta do processo de destruição da Petrobras, há espaços não complexo não aproveitados e que a empresa não permite que sejam utilizados pelo governo do Ceará. “A Petrobras não usa, não faz concessão, não empresta e não vende?”, questionou Lula. “Estamos há dois meses sem operar por conta da Petrobras”, desabafou Camilo.
Energia Eólica
Camilo também afirmou que o Nordeste é o maior produtor de energia eólica do país. Em julho, a região registrou um recorde na geração de energia eólica, atingindo um pico 11.715 MWh (megawatt), o suficiente para abastecer mais de 106% da demanda de toda a área.
“Desde o Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará”, confirmou o governador. “O Brasil é um dos maiores produtores do mundo”. hoje, a energia eólica responde por 10,7% da matriz elétrica brasileira, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Com informações de pt.org.br .
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