Ao todo, o Brasil teve Cinquenta e seis mil e noventa e oito boletins de ocorrência ( BO ) envolvendo os crimes em Dois mil e vinte e um. Isto significa que, a cada Dez minutos, uma menina ou mulher foi vítima de estupro no país. Um aumento de Três vírgula sesenta e seis por cento se comparar com os números de Dois mil e vinte, quando foram Cinquenta e quatro mil cento e dezesseis registros.
O Estado de São Paulo ( SP ) lidera o ranking com Dez mil seiscentos e quarenta e quatro casos, seguido do Estado do Paraná ( PR ), com Cinco mil e vinte e cinco, e o Estado do Rio de Janeiro ( RJ ), com Quatro mil quatrocentos e trinta e dois. Já SC aparece em Sexto lugar no ranking que contabiliza o número de casos no país.
Porém, se tomar em conta a taxa média de estupros e estupros de vulneráveis a cada Cem mil habitantes, SC conta com uma quantidade acima da média nacional. No Brasil, a taxa foi de Cinquenta e um vírgula oito para cada Cem mil habitantes do gênero feminino. Já em SC, este número salta para Noventa a cada Cem mil. É o maior número entre a Região Sul: o Estado do Rio Grande do Sul ( RS ) registrou uma taxa de Cinquenta e nove vírgula cinco, enquanto o PR teve Oitenta e cinco vírgula quatro.
Para a coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso ( DPCAMIs ) de SC, delegada de polícia Patrícia Zimmermann D'Ávila, os números refletem as ações realizadas para que, cada vez mais, os casos de estupro sejam notificados em SC e não escapem das estatísticas.
— Em alguns casos, o criminoso está próximo da vítima [ de estupro ] e, por isto, a subnotificação é muito grande. O que vemos por aqui é que temos uma política pública muito forte em relação à violência sexual e um facilitador para a comunicação deste crime, o que ajuda na denúncia e diminui a subnotificação — diz.
A cultura do estupro
Nas ruas, em casa ou até dentro de um relacionamento. O estupro é um crime silencioso e que deixa marcas permamentes nas vítimas. Mas, em alguns casos, a subnotificação ainda ocorre, o que dificulta o acesso da polícia às vítimas. Para Patrícia, a questão cultural é um dos motivos para a falta de denúncias.
— Quando uma mulher está em um relacionamento e se nega a fazer sexo, isto é estupro. Porém, por vergonha, ela não denuncia. Muitas pessoas ainda entendem que no casamento há a obrigação de manter a relação sexual. Temos que ter em mente, no crime de estupro, que a comunidade precisa de uma evolução — explica.
Atualmente, segundo Patrícia, oitenta e nove por cento das denúncias de estupro, que são confirmadas, os autores são identificados. Por isto, ela reforça a importância dos sinais e da notificação dos casos:
— Em caso de criança, a dica é prestar muita atenção na mudança de comportamento. Além disto, a violência sexual também pode ocorrer pela internet, por isto, faça o monitoramento do que seu filho acessa. Já aquelas que estão em um relacionamento e estão sendo abusadas, procurem a Polícia Civil do Estado de SC ( PCSC ).
SC tem queda no número de feminicídios
O levantamento do referido Fórum também trouxe dados referente aos casos de feminicídio registrados no país em Dois mil e vinte e um. Ao todo, Mil trezentos e dezenove mulheres foram assassinadas, uma queda de Dois vírgula quatro por cento em relação a Dois mil e vinte.
Em SC, foram Cinquenta e cinco casos, uma redução de Três vírgula cinco por cento em relação a Dois mil e vinte, quando foram Cinquenta e sete.
No entanto, SC também ficou com uma taxa no número de casos maior que a nacional. No Brasil, foram Uma virgula vinte e duas mortes a cada Cem mil mulheres. SC teve a taxa de Uma morte e meia a cada Cem mil, em Dois mil e vinte e um.
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