terça-feira, 21 de março de 2023

Epidemia: SC libera R$ 10 mi para apoiar municípios no combate à dengue

O governo do Estado de SC anunciou a criação de um "comitê de crise" para coordenar as ações contra a dengue no Estado e vai liberar Dez milhões de reais para auxiliar os municípios. A implantação do Centro de Operações e Emergências ( COE ) em Arboviroses foi detalhada em entrevista coletiva nesta segunda-feira, com a presença do governador Jorginho Mello ( do Partido Liberal ) e da secretária de Estado da Saúde ( SES ), Carmen Zanotto.


Carmen ( d ) deu detalhes sobre a criação do COE sobre a dengue em SC ( Foto : Jean Laurindo, Diário Catarinense - DC )

As medidas foram tomadas em função do alto número de casos de dengue registrados neste início de ano em SC. Segundo o governo, o Estado já soma Dez mil suspeitas da doença e Três mil confirmações, em números atualizados até o último sábado ( Dezoito de março de Dois mil e vinte e três ). Na semana passada, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica ( DIVE ) da SES emitiu alerta crianças e adolescentes de Zero a Dezenove anos têm apresentado maior incidência e agravamento da doença — são Vinte e seis vírgula dois por cento dos pacientes do Estado com esta faixa etária, contra Dezenove por cento no mesmo período do ano de Dois mil e vinte e dois.

Os Dez milhões de reais anunciados por Mello devem ter como prioridade custear horas extras de servidores para ampliar o horário de atendimento em unidades básicas de saúde ( UBS ) e Unidades de Pronto Atendimento ( UPA ) nos municípios. A intenção é desafogar prontos-socorros ( PS ) de hospitais da demanda de pacientes com sintomas de dengue.

A situação mais grave da alta da dengue em SC está na Grande Florianópolis, local do anúncio desta segunda-feira. Somente em Palhoça há cerca de Mil casos confirmados, mais de um terço do total de casos do Estado. A cidade já vive situação de epidemia e vem executando nas últimas semanas ações como aplicação de inseticidas nos bairros para tentar conter o problema.

A doença também já teve um óbito confirmado, em Florianópolis. Outras cinco mortes estão em investigação. No ano passado, mais de Noventa pessoas morreram por conta da doença em SC. Como o calor é um ponto importante para a proliferação da doença, a expectativa é de que o aumento de casos no Estado ainda possa ocorrer até maio de Dois mil e vinte e três.

Diante do agravamento da situação, o Estado anunciou a criação do COE Arboviroses, que deve articular com municípios medidas para combater o mosquito transmissor, aedes aegypti. O médico infectologista Fábio Gaudenzi, superintendente da Diretoria de Vigilância em Saúde ( SUV ) da DIVE, será o coordenador do COE.

— O objetivo do COE é intensificar as ações, identificar porque determinada ação não está funcionando bem em determinado município. Com essa parceria, identificando dificuldade que eles estão tendo, o COE vai utilizar todos os instrumentos possíveis para que elas possam se realizar — avalia Gaudenzi.

Mello afirmou que a intenção do novo grupo é auxiliar os municípios.

—  É um comitê de crise para juntar a saúde do Estado, do município, para lidar com essa situação que estamos vivendo —  afirmou.

Estratégia adotada também pelo governo federal


A estratégia de criar um centro de operações de emergência ( COE ) foi adotada também pelo Ministério da Saúde ( MS ), que anunciou na semana passada a criação de um COE Arboviroses em âmbito federal. A intenção é orientar ações nos Estados e monitorar a alta de casos, que já é de Quarenta e três por cento no país em comparação com o ano de Dois mil e vinte dois.

Além da criação do COE, Carmen também lembrou que solicitou ao governo federal medidas como a ampliação do número de agentes de combate a endemias ( ACE ) nos municípios de SC. Nesta semana especialistas da União devem vir ao Estado para discutir as ações contra a doença.

Carmen também citou que após a criação do COE, SC cogita criar um grupo de resposta e ações coordenadas ( GRAC ). A ação deve ser tomada caso o combate à dengue passe a exigir ações de outras secretarias do Estado.

No anúncio, a secretária frisou a importância da atenção dos moradores a possíveis focos do mosquito e também do hábito da hidratação, apontado como um dos principais fatores para o não agravamento da dengue nos pacientes.

— Tudo isso será em vão se não fizermos nossa parte como cidadãos. Cada um de nós somos responsáveis. Não dá para apontar o dedo para o outro, porque se nós tivermos focos dentro de nosso terreno ou no terreno ao lado, é impossível as prefeituras chegarem a todos os domicílios para fazerem aquilo que é nosso dever individual como catarinense — afirmou.

Com informações de:


Jean Laurindo ( jean.laurindo@nsc.com.br ) . 

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