Um administrador tem duas tarefas específicas. Ele é o único na empresa que as executa. E qualquer pessoa que as executar é um administrador.
O administrador tem a obrigação de criar um todo real que seja maior que a soma das suas partes, isto é, de criar uma entidade produtiva que gere mais do que a soma dos recursos que utiliza. Uma analogia possível de usar seria o regente de uma orquestra sinfônica, cujo esforço, visão e liderança faz com que as partes instrumentais - que individualmente são barulhos aleatórios - formem o todo orgânico da música. Porém, o regente tem à sua disposição a partitura do compositor, e apenas a interpreta. O administrador é o compositor e o regente.
Esta tarefa exige que o administrador descubra e torne eficaz todos os aspectos positivos dos seus recursos - principalmente dos seus recursos humanos - e neutralize quaisquer deficiências que possam ter. Esta é a única forma pela qual um todo genuíno poderá ser criado.
Ela exige que o administrador equilibre e harmonize as três principais funções da empresa: administração de um negócio, administração de administradores e administração do trabalho e do trabalhador. Qualquer decisão ou medida tomada que satisfaça a uma dessas funções debilitando o desempenho das demais resulta no enfraquecimento da empresa como um todo. Toda e qualquer decisão ou medida tomada deve ser correta nas três áreas.
A tarefa de criar um todo genuíno também exige que o administrador considere, em cada ato, simultaneamente os resultados e o desempenho da empresa como um todo, e as diversas atividades necessárias para se conseguir um desempenho sincronizado. Talvez aqui a analogia com o maestro seja ainda mais forte. Um regente precisa sempre ouvir a orquestra como um todo e também, por exemplo, o oboé. Da mesma forma, um administrador deve sempre considerar o desempenho golbal da sua empresa e ainda, por exemplo, as atividades necessárias de pesquisa de mercado, ele possibilita que haja melhores resultados globais. O administrador precisa sempre fazer duas perguntas de duplo efeito num só fôlego:
1) Quais as melhorias do desempenho empresarial que se fazem necessárias, e o que isso exige de quais atividades para ser consumado?
2) Que tipo de aperfeiçoamento intrínseco existe nas atividades, e quais melhorias nos resultados empresariais tornariam isso possível?
A segunda tarefa específica do administrador é harmonizar, em cada decisão ou medida que toma, as exigências do futuro a curto e a longo prazo. Ele não pode sacrificar nenhum sem pôr a empresa em perigo. Deve, por assim dizer, chupar cana e assoviar ao mesmo tempo - o que é uma façanha bastante acrobática. Ou, para variar a metáfora, um administrador não pode dizer "Atravessaremos a ponte quando chegarmos a ela", nem "O que vale são os próximos cem anos.". Pois ele deve não só preparar a travessia das pontes distantes, como também construí-las muito antes de chegar lá. E se o administrador não cuidar dos próximos cem dias, não haverá os próximos cem anos; Talvez não haja sequer os próximos cinco anos. tudo que ele fizer deve ser bem fundado, tanto em termos de conveniência como em termos de objetivos e princípios básicos a longo prazo. E quando não for possível harmonizar ambas as dimensões de tempo, ele deve, no mínimo, equilibrá-las. Precisa calcular cuidadosamente o sacrifício que imporá ao futuro distante da empresa a fim de proteger seus interesses imediatos, o o sacrifício que fará hoje para garantir o amanhã. Ele deve restringir ao máximo qualquer dos dois sacrifícios. E deve reparar os danos que causarem o mais rapidamente possível. O administrador vive e age nas duas dimensões de tempo, e é responsável pelo desempenho da empresa como um todo e pelo desempenho do seu setor específico. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.
Mais em https://www.administradores.com.br/artigos/negocios/administracao-manter-um-olho-no-curto-prazo-e-outro-no-longo-prazo/109000/
Mais em https://www.administradores.com.br/artigos/negocios/administracao-manter-um-olho-no-curto-prazo-e-outro-no-longo-prazo/109000/
Nenhum comentário:
Postar um comentário