sexta-feira, 19 de junho de 2020

Gestão ambiental: Os maiores países são demandados a dar os melhores exemplos

Nos países pobres, em desenvolvimento, onde os homens precisam batalhar para fazer até mesmo um pequeno progresso em sua luta contra a miséria, qualquer indústria carrega ma carga pesada de altos custos e baixa produtividade. Sobrecarregá-la ainda mais com o custo do controle ambiental poderia destruí-la. Além disto, o desenvolvimento nestes países ( independentemente de seu credo político ou organização social, na China de Mao Tsé tung e na China de Chiang kai-shek e no Vietnã do Norte e do Sul ) não pode ocorrer sem os quatro grandes vilões ambientais: rápido aumento na geração de energia elétrica, fertilizantes químicos e pesticidas, automóvel e grandes usinas siderúrgicas.

O fato de estes países pobres enxergarem estes vilões como a solução econômica coloca a todos diante de difíceis escolhas políticas. Deve-se ajudar estes países a obterem aquilo que querem ( a industrialização ) ou aquilo que se acha que o mundo precisa ( menos poluição )? Como evitar a acusação, em qualquer um dos casos, de que a ajuda seria imperialista? Para complicar ainda mais a situação, há um conflito iminente entre a preocupação ambiental e a soberania nacional. O meio ambiente não reconhece alguma fronteira nacional. Da mesma forma que a fumaça da Inglaterra polui o ar da Noruega, os resíduos químicos das minas de potássio francesas na Alsácia destroem a pesca do baixo Reno na Bélgica e na Holanda.

Não importa o que as estatísticas cogitam atualmente, os Estados Unidos da América ( EUA ) não são os maiores poluidores do mundo. O Japão detém esta honra duvidosa por uma boa margem. Nenhuma cidade americana consegue verdadeiramente competir em termos de poluição do ar com Tóquio, Milão, Budapeste, Moscou ou Düsseldorf. Nenhum rio americano chega a ser um esgoto a céu aberto como o baixo Reno, o Sena ou os rios da Ucrânia industrial, como o baixo Dnieper. Além disto, os EUA podem ser considerados meros amadores em termos de lixo em estradas, em comparação com os italianos, dinamarqueses, alemães, franceses, suecos, suíços e austríacos - embora os japoneses, especialmente em termos de jogar lixo nas encostas de montanhas e nos campos, estejam claramente ainda mais avançados ( no sentido irônico, é claro ).

Entretanto, se não forem o pior poluidor, os EUA são claramente os maiores. O mais importante, porém, é que, por ser o mais rico, o mais avançado e o maior dos países industrializados, espera-se que eles deem o exemplo. Se os EUA não lançarem a cruzada ambiental, ninguém mais o fará.

É necessário haver uma certeza, porém, de que outras nações se juntem aos EUA. Na falta de tratados e regulamentos internacionais, alguns países ( especialmente aqueles com tradição protecionista, como Japão, França e até mesmo os EUA ) podem se sentir tentados a impor padrões ecológicos mais severos sobre as importações do que os exigidos de seus próprios produtores. Por outro lado, países  altamente dependentes de exportações, especialmente na África e na América Latina, podem tentar ganhar vantagem competitiva pela aplicação frouxa de normas ambientais.

Uma solução poderia ser ação das Nações Unidas no sentido de fixar regras uniformes obrigando todos os seus membros a proteger o meio ambiente; atualmente estas ações estão sob estudo oficial. Os EUA poderiam ajudar mudando seus regulamentos de importações para evitar a compra de bens produzidos por flagrantes poluidores ( permitindo tempo suficiente para os países com graves problemas de pobreza e desemprego colocarem a limpeza em andamento ). Os EUA possuem um bom precedente para esta abordagem em sua própria história. Há oitenta anos eliminaram os males do trabalho infantil proibindo o transporte no comércio interestadual de bens produzidos por crianças.

Este caminho, porém demandará extraordinária capacidade de julgamento. A menos que os EUA persuadam outras nações a se juntarem a eles ( e estabeleçam eles mesmos o exemplo ), será possível muito bem serem acusados de tentarem ser, mais uma vez, a polícia do mundo. Outras informações podem ser obtidas no livro Rumo à nova economia, de autoria de Peter F. Drucker.

Mais em:

https://administradores.com.br/artigos/gest%C3%A3o-ambiental-os-maiores-pa%C3%ADses-s%C3%A3o-demandados-a-dar-os-melhores-exemplos .

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