A verdadeira imunidade de rebanho passa pela vacinação em massa e não pela contaminação da população por Covid-19, como defende Jair Bolsonaro. É o que demonstra um estudo conduzido pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, no interior paulista. O estudo mostra que é possível controlar a pandemia se pelo menos 75% da população for vacinada com duas doses. Em dois meses de imunização com a CoronaVac, que durou até 11 de abril, as mortes por Covid-19 caíram 95%.
Mas há mais: as internações caíram 86% e os casos sintomáticos foram reduzidos em 80%. Os resultados preliminares foram divulgados pela TV Globo, no domingo (30). O número de novos casos passou de 699 infecções no mês de março para 251 em abril. No mesmo intervalo, as mortes caíram de 20 para seis óbitos. Ao todo, 27.160 habitantes foram imunizados com duas doses da CoronaVac, o que representa 95,7% do público alvo. Serrana tem cerca de 45 mil habitantes.
“Excelentes notícias para quem acredita na ciência e na vacina”, comemorou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), pelo Twitter. “O Brasil anseia por vacinação em massa. Vacina no braço, comida no prato e como as ruas já bem disseram no sábado: fora, Bolsonaro”, escreveu a deputada.
Em 2010, país foi exemplo mundial de vacinação
Enquanto isso, o Brasil patina na vacinação, com sucessivos cortes na oferta de vacinas anunciados pelo governo nos últimos meses. Atualmente, o país tem apenas pouco mais de 10% da população vacinada com duas doses de vacina contra a Covid-19. Um quadro bem diferente de quando o presidente Lula vacinou, em 2010, 88 milhões de brasileiros contra a H1N1 em três meses, transformando o Brasil em modelo mundial de vacinação.
“O efeito da vacinação começa a ser muito mais evidente a partir da segunda semana após a segunda dose. Quando a gente vacina metade dos adultos, diminui as hospitalizações”, explicou o diretor médico de pesquisa clínica do Butantan, Ricardo Palácios, mostrando porque é importante ampliar as imunizações.
Segundo o pesquisador, a vacinação de pelo menos 75% da população não é suficiente para encerrar a pandemia no país, mas deixá-la sob controle. “Nós não vamos erradicar o vírus, vamos controlar para que esteja em níveis que são manejáveis, para que não tenhamos tanta dor e sofrimento”, observou Palácios.
Com informações de UOL , BBC e pt.org.br .
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