O Supremo Tribunal Federal ( STF ) aceitou denúncia contra mais Duzentas e cinquenta pessoas investigadas pelos atos antidemocráticos de Oito de janeiro. Este foi o quinto bloco de denúncias analisadas pela Suprema Corte. Somando os acusados em outros quatro julgamentos ocorridos desde abril de Dois mil e vinte e três, já são Mil e quarenta e cinco investigados que se tornaram réus de ações no STF - ao menos Dezoito são catarinenses, entre influenciador, arquiteto e até vendedora. No total, Mil e trinta e nove foram denunciados pela Procuradoria-Geral República ( PGR ) como possíveis envolvidos com as invasões em Brasília.
Trata-se de Robertina Aparecida Raimundo Protratz, de Cinquenta e dois anos de idade, que vive em Brusque ( Região do Vale do Rio Itajaí ) . Em uma rede social, ela se apresenta como confeiteira e aparece como sócia de um restaurante. Nas redes sociais, ao longo do ano de Dois mil e vinte e dois, compartilhou mensagens a favor do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ) e de uma suposta prisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes — relator do inquérito sobre os atos golpistas no STF.
Outros denunciados catarinenses apareceram nos primeiros quatro blocos de investigados que se tornaram réus no STF. No quarto grupo, que teve as denúncias aceitas em Dezesseis de maio, há ao menos dois nomes de SC: José Motter, que aparece nas redes sociais como morador de Schroeder, no Norte de SC, e Nelci Mazieiro Voit, de Joinville ( maior cidade do Estado ).
Motter se apresenta como montador de uma empresa eletromecânica do Norte de SC e exibe em seu perfil em uma rede social diversas fotos em frente a prédios dos poderes em Brasília e em acampamentos montados após a eleição de Dois mil e vinte e dois.
Nelci trabalha com venda de inseticidas orgânicos. Ela ficou presa de janeiro a março e, desde então, está em liberdade mediante uso de tornozeleira eletrônica. Procurada pela reportagem, ela afirmou que considera injusta e “fora do contexto” a denúncia aceita pelo STF porque ela “não fez nada”.
— Eu cheguei lá conversando com a mulherada, e nem uma delas ( quebrou nada ). Elas falaram que foram lá, mas nenhuma quebrou nada — defende-se.
Ao menos mais Quinze catarinenses tiveram a denúncia aceita nos três primeiros blocos de investigados analisados pelo STF, entre o início de abril e o começo de maio. Entre eles está Cirne Rene Vetter, de Quarenta e três anos, morador de Indaial, no Vale do Itajaí.
Ele foi detido logo após os atos antidemocráticos de Oito de janeiro e levado para a Penitenciária da Papuda, em Brasília. Cirne é formado em Arquitetura e Urbanismo e é membro do Rotary Internacional.
Outro que teve a denúncia aceita pelo STF é o publicitário e influenciador bolsonarista Eduardo Gadotti Murara, de Joinville. Ele também foi detido após os atos golpistas, que teria chegado a transmitir por meio das redes sociais. Tornou-se réu na segunda leva de denunciados que tiveram o caso analisado pelo STF, no início de maio.
Contrapontos
A reportagem tentou contato com os advogados indicados no processo do STF como representantes da defesa dos réus citados na reportagem, mas não obteve retorno até a publicação. Caso ocorra, a matéria será atualizada.
A Defensoria Pública da União ( DPU ), que responde pela defesa de Robertina Aparecida Raimundo Protratz, respondeu que já se manifestou no processo e aguarda a definição do STF sobre pedidos, mas que "por tratar-se de atuação voltada a uma coletividade, não haverá comentários sobre casos individuais".
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