terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Planejamento: administração versus desadministração

Uma boa administração exige atenção equilibrada aos objetivos, principalmente da parte da alta administração. Nela não há lugar para a corriqueira prática de desadministração: a administração por crises e por impulsos.

Talvez haja empresas onde seu pessoal administrativo não diga: "A única maneira de conseguirmos fazer qualquer coisa por aqui é quando dá a louca em alguém.". E, no entanto, a administração impetuosa, por impulsos é a regra, não a exceção. O fato de que tudo volta ao status quo ante após o embalo é bastante conhecido e esperado por todos. O único resultado de uma campanha de economia provavelmente será a demissão de datilógrafas e office-boys enquanto executivos que recebem trinta e cinco mil dólares por ano se verão obrigados a fazer um trabalho de cento e cinquenta dólares semanais datilografando suas próprias cartas. E, não obstante, inúmeras administrações ainda não chegaram à óbvia conclusão que os ímpetos não são a maneira certa de fazer as coisas.

Além da sua ineficácia, a administração por impulsos desorienta, pois põe toda a ênfase num estágio do trabalho em inevitável detrimento de todo o resto.

"Durante quatro semanas nós reduzimos nossos estoques", disse certa vez um calejado veterano de administração por impulsos. "Depois, quatro semanas de redução de custos seguidas de quatro semanas de relações humanas. Mal temos um mês par anos dedicarmos aos clientes, e o estoque já voltou ao que era no princípio. Nós nem tentamos faze o nosso trabalho. A administração não fala noutra coisa, não pensa noutra coisa, não prega outra coisa senão no estoque da semana passada ou no volume de reclamações de clientes desta semana. Quanto a saber como executamos o resto do serviço, eles não estão nem um pouco interessados."

Numa organização onde se administra por impulsos as pessoas ou negligenciam seus trabalhos para acompanhar o embalo do momento, ou silenciosamente organizam uma sabotagem coletiva da campanha para conseguir executar suas tarefas. Em qualquer um dos casos, tornam-se surdas ao uivo do lobo. E quando surge uma verdadeira crise, quando todos devem largar tudo que estiverem fazendo e colocar mãos à obra, tratam-na como apenas um outro caso de histeria da administração.

A administração por impulsos é indício evidente de confusão. É um reconhecimento de incompetência. É sinal que a administração não sabe planejar. Mas, acima de tudo, é prova que a empresa não sabe o que exigir de seus administradores - por não saber como dirigi-los, consegue apenas desorientá-los. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.

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