sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Impeachment: analistas avaliam que deputados votaram com mágoa o processo contra Silva em SC

Independentemente do mérito, a sessão desta quinta-feira ( dezessete de setembro de dois mil e vinte ) na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina ( ALESC ) escancarou a fragilidade do governador do Estado de SC Carlos Moisés da Silva ( do Partido Social liberal - PSL ) no Palácio Barriga Verde ( sede do Poder Legislativo Estadual - PLE ). Como bem comentou o jornalista Raphael Faraco ( apresentador do telejornal Bom dia Santa Catarina - BDSC da NSCTV - afiliada da Rede Globo de Televisão - RGTV em SC ) no twitter, poucas coisas restaram tão visíveis quanto o sentimento de mágoa dos deputados para com o chefe do Poder Executivo Estadual ( PEE ).

Impeachment avança na Alesc
Impeachment avança na ALESC ( Foto : Diorgenes Pandini / NSC Total )

A evidente fragilidade da causa jurídica, rechaçada até mesmo pelo Tribunal de Contas do Estado de SC ( TCE - SC ) e pelo Ministério Público do Estado de SC ( MPSC ), passou despercebida, nas poucas manifestações de defesa dos parlamentares, além dos advogados.

As manifestações deixaram claro que estava havendo ali um movimento de repulsa a Silva. Os votos contrários a Silva, realçaram, também, a arrogância e o desprezo de Silva pelos deputados. Veio o troco. Chegou-se a argumentar que não foi convidado para almoçar ou para subir em um palanque de evento oficial. Alguns, inclusive ao votar contra, disseram que Silva é uma pessoa honesta, de boas intenções.

Outra justificativa de voto foi a de que estavam apenas autorizando a investigação. Ora, no caso do impeachment ( * vide nota de rodapé ), isso significa afastamento do cargo, e, no caso desta quinta-feira ( dezessete de setembro de dois mil e vinte ), da vice-governadora Daniela Cristina Reinehr ( sem partido ) também, o que significa o presidente da ALESC assumir o poder no caso da admissibilidade da denúncia pela Comissão Mista ( CM ) que será formada na próxima semana. Não é, portanto, apenas substituir um motorista barbeiro para que ele possa aprender a dirigir melhor, como “argumentou” outro parlamentar. É, simplesmente afastar todo um governo e o grupo de maior poder no parlamento assumir o poder em seu lugar. E ponto. Isto fica escancarado na inclusão de Daniela tão somente por ter substituído Silva durante poucos dias de férias.

O ponto inquestionável é que, Silva paga muito pela sua absoluta inabilidade. Se por um lado é louvável não querer os acertos obscuros que supostamente existiam – a Operação Alcatraz está aí e não é uma miragem -, por outro, Silva esticou demais a corda da antipolítica, negligenciando a importância do diálogo, da governabilidade. Ora, compor não é se corromper. Ceder espaços não significa dizer que se fará ouvidos moucos para as práticas do aliado. É preciso desmistificar isso.

O fato é que, indiscutivelmente Silva tem uma situação de dificílima reversão no campo político, e hoje a sua única chance encontra-se no Poder Judiciário, principalmente no Supremo Tribunal Federal ( STF ). A tese é razoável – disciplinar o rito do impeachment ( * vide nota de rodapé ) nos Estados. A questão é que, no tipo de ação impetrada, a repercussão em todos os Estados significa também paralisar o processo de impeachment de Wilson Witzel, no Estado do do Rio de Janeiro ( RJ ), onde o caso é muito mais grave e a visibilidade política muito maior.

E, não esqueçamos, a corte maior da justiça brasileira é, assim como em todo o mundo, também política.


Com informações de:


Renato Igor, do jornal Diário Catarinense ( DC ) .


P.S.:


Notas de rodapé:


* Mais informações sobre o processo de impeachment contra Silva em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/09/impeachment-analistas-identificam-falta.html .

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