quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Impeachment: Silva busca ampliar de seis para dez os votos contrários à aprovação de relatório em plenário. Comissão especial aprovou por unanimidade

O destino do governador do Estado de Santa Catarina ( SC ) Carlos Moisés da Silva ( do partido Social Liberal - PSL ) e da vice-governadora Daniela Cristina Reinehr ( sem partido ) tem hora e lugar marcados. Será às quinze horas desta quinta-feira ( dezessete de setembro de dois mil de vinte ), em sessão extraordinária, que a Assembleia Legislativa do Estado de SC ( ALESC ) votará a autorização para abertura do processo de impeachment ( * vide nota de rodapé ) contra a dupla eleita em dois mil e dezoito. Assim, o Centro Administrativo ( CA ) está em contagem regressiva para buscar os quatorze votos que garantiriam o fim da crise política.

Carlos Moisés na diplomação como governador
Silva na diplomação como governador ( Foto : Luís Debiasi, Agência Al / Divulgação )

Esta busca tem dois alvos definidos neste momento. Podendo contar, hoje, com apenas seis dos quarenta deputados estaduais, Silva investe na conquista do apoio dos quatro deputados da bancada do Partido dos Trabalhadores ( PT ) - Fabiano da Luz, Luciane Carminatti, Neodi Saretta e Padre Pedro. Ele tem falado pessoalmente com parlamentares petistas e também com o presidente estadual do partido, o ex-deputado federal Décio Lima ( PT ) - quarto colocado na eleição de dois mil e dezoito para o governo, vencida por Silva.

Por enquanto, os petistas do parlamento estão divididos. Metade da bancada acredita que o processo de impeachment é um golpe contra o governo Silva, outra entende que o governador não tem mais condições políticas de tocar o Estado. Uma nova reunião, para bater o martelo, será realizada no final da manhã de quinta-feira, horas antes da votação.

A importância dos quatro votos do PT é estratégica. Isto porque avolumaria a lista dos deputados considerados fiéis, que conta com Paulinha ( do Partido Democrático Trabalhista - PDT ), José Milton Scheffer ( do partido Progressista - PP ), Vicente Caropreso ( do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB ) e os pesselistas Coronel Mocellin e Ricardo Alba. Também integrante deste pequeno clube está Rodrigo Minotto ( PDT ), mas ele deve se licenciar para a posse do suplente Cesar Valduga ( do Partido comunista do Brasil - PCdoB ) - que também tenderia a votar com Silva.

Assim, com os seis deputados fiéis e os quatro do PT, Silva alcançaria o apoio de dez parlamentares na véspera da votação. Este é o número que o senador Jorginho Mello ( do Partido Liberal - PL ) tem exigido que seja apresentado quando Silva pede ajuda para influenciar a bancada do PL na ALESC, também com quatro representantes. Hoje, os liberais estão fechados com a aprovação do processo de impeachment, mas a influência do senador e presidente estadual do partido poderia mudar o rumo - mesmo que estejam neste grupo o líder da oposição Ivan Naatz e o ex-líder do governo Maurício Eskudlark, sempre contundentes nas críticas à gestão Silva.

Assim, a poucas horas da votação do processo do impeachment ( * vide nota de rodapé ) - caso não haja algum fato novo ou liminar judicial - o futuro de Silva depende das bancadas do PT e do PL. Se não avançar nestes flancos, o governo corre até mesmo o risco de perder alguns dos votos hoje considerados fiéis.


Com informações de:


Upiara Boschi, do jornal Diário Catarinense ( DC ).


P.S.:


* Mais informações sobre o processo em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/09/impeachment-silva-teria-apenas-seis.html .

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