“O governo do Estado de Santa Catarina ( SC ) pode não ter os quatorze votos para barrar o impeachment ( * vide nota de rodapé ) mas, certamente, não existem os vinte e sete votos necessários para o afastamento do governador do Estado de SC, Carlos Moisés da Silva ( do partido Social Liberal - PSL ) e de sua vice, Daniela Cristina Reinehr ( sem partido )”. A frase é de um político que acompanha muito de perto o processo em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado de SC ( ALESC ) e aponta o cenário de incerteza e a convicção de que não há algo definido para algum dos lados e, portanto, não há jogo jogado. Muita coisa está para acontecer ainda. E quais as variáveis?
1- A ministra do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Rosa Weber, deve tomar alguma decisão até sexta-feira ( dezoito de setembro de dois mil e vinte ) sobre o rito de impeachment ( * vide nota de rodapé ). Pode dizer que o rito da ALESC está correto, suspender tudo e voltar à estaca zero, encaminhar o assunto para o plenário ou decidir monocraticamente. Nos bastidores, o que se comenta é que o caso do governador afastado do Estado do Rio de Janeiro ( RJ ), Wilson Witzel, pode atrapalhar o catarinense. Como a situação de Witzel é mais grave e com provas robustas, livrar Silva significaria ajudar Witzel.
2- A denúncia do Ministério Público Federal ( MPF ) contra o presidente da ALESC, Julio Garcia ( do Partido Social Democrático ), por lavagem de dinheiro desgasta a imagem de quem está na linha sucessória do governo. Parlamentares podem temer estar associados a Garcia neste momento de forte pressão e com probabilidade grande desde vir a se tornar réu com a suposta aceitação da denúncia pela Justiça Federal ( JF ).
3- Jorge Eduardo Tasca saiu da função de secretário de Estado da Administração ( SEA ) e, assim, não corre mais risco de impeachment, evidentemente, pois não ocupa mais o cargo. Dedica-se exclusivamente na articulação para buscar os votos que garantam Silva e Daniela nos cargos. Se será exitoso, a conferir.
4- Por fim, e não menos importante, o ex-presidente da ALESC, Gelson Merísio, e que perdeu o segundo turno para Silva na disputa ao governo do Estado, entrou de cabeça para evitar o impeachment de Daniela e, por consequência, livrar Silva do afastamento.
5- Silva desde a semana passada passou a dar entrevistas e elevou, moderadamente, o tom. Nesta terça-feira ( quinze de setembro de dois mil e dezenove ), foi às redes sociais dizer que “há quem queira voltar a qualquer custo”. Caso consiga ganhar a opinião pública, poderá representar um movimento de fora para dentro da ALESC.
Com informações de:
Renato Igor, do jornal Diário Catarinense ( DC ).
P.S.:
* Mais sobre o processo em:
https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/09/impeachment-silva-busca-ampliar-de-seis.html .
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