quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Igualdade de gênero: programa de TV estreia com recorde de audiência

Ontem, as mulheres do PT deram um passo histórico na batalha midiática e cultural do movimento feminista: lançaram a TV Elas Por Elas, no canal da TVPT no youtube. É a primeira iniciativa do gênero no campo partidário progressista da América Latina. E já começou batendo recordes de audiência no canal.


A estreia contou com a participação ao vivo da presidenta Dilma Rousseff; a nossa companheira de luta e candidata à vice-presidência, Manuela D’Ávila; a liderança indígena que também já disputou a vice-presidência, Sônia Guajajara;  a deputada federal, Benedita da Silva; e a secretária nacional de mulheres do PT, Anne Moura.

“Esse é um canal que vai potencializar o trabalho do Elas Por Elas. Um projeto que vem deixando um legado muito importante na vida das mulheres. Nas duas últimas eleições, conseguimos ampliar a participação política das mulheres”, afirmou Anne.

O ” TV Elas Por Elas” é um programa totalmente voltado para o recorte de gênero com notícias diárias sobre tudo que está acontecendo: no Senado, na Câmara Federal, nas câmaras municipais, na luta cotidiana dos movimentos sociais, no dia-a-dia das brasileiras. Ele vai ao ar de segunda a sexta, a partir das 16h, no can

Essa iniciativa é uma aliada estratégica da democratização da comunicação, no combate às fake news e às mentiras do governo; e ainda capilariza conceitos importantes do feminismo que ainda podem estar em círculos restritos, em um esforço de popularizar as reflexões e as lutas das mulheres.

“Nós mulheres de esquerda sabemos que a questão de gênero não é o centro dos problemas do Brasil: somos marcados por uma profunda desigualdade social e econômica. No entanto, sabemos que não vamos combater essa desigualdade sem passar pela questão de raça e pela questão de gênero”, pontuou Manuela D’Ávila.

O olhar sobre a diversidade das mulheres no Brasil é uma das principais perspectivas que a TV Elas Por Elas busca adotar, preocupada sempre em fazer os recortes não apenas de gênero, mas de classe, raça e etnia. Sônia Guajajara recordou as dores da família da jovem indígena Daiane cujo corpo foi dilacerado no RS; e da menina de MS que foi violentada sexualmente e morta; reforçando que muitos casos ficam no anonimato e ter um espaço para trazer à tona e debater com a sociedade é imprescindível.

“É a primeira vez que temos um presidente declaradamente anti-indígena. A ausência de regularização dos nossos territórios gera essa situação de insegurança e vulnerabilidade, principalmente contra nós mulheres”, ressaltou Guajajara.

As mulheres negras também são alvo recorrente da política genocida e racista do governo Bolsonaro e sofrem preconceito em qualquer espaço que ocupem. Esse foi o aspecto abordado pela deputada federal, Benedita da Silva. “Não existe democracia e participação social sem a inclusão dos negros e negras desse país”

Uma aula da presidenta


A presidenta Dilma Rousseff discorreu sobre como a misoginia foi milimetricamente trabalhada para desacreditar e deslegitimar a sua posição enquanto figura pública e política. Dilma pontuou, por exemplo, como a mídia e a oposição buscaram reforçar, o tempo todo, o fato dela “não saber fazer política”, porque não tinha em seu histórico uma trajetória parlamentar ou por seu “comportamento”. “À época, era Macri na Argentina, Macron na França, Doria em São Paulo, e eles não tinham passado parlamentar, mas eram considerados aptos ao cargo.  A questão nunca foi essa”, exemplificou Dilma.

A própria presidenta ressaltou que, nesses casos, a verdade não importa. Porque, em um golpe, ‘a mentira prevalece’. Nesse caso, a mentira não estava direcionada somente à pessoa ou à presidenta Dilma, mas a reafirmar a todo instante que uma mulher não está apta para dirigir o país, porque ‘não sabe fazer política’.

Eu fui atacada pela revista IstoÉ tanto na capa em que fui “queimada”, quanto naquela que fui tachada de ‘histérica’ com uma foto fora de contexto. No entanto, ao mesmo tempo, me chamavam de uma mulher dura. Usaram de misoginia e machismo para saciar o desejo de enquadrar o Brasil no neoliberalismo e tirar o povo do orçamento“, sintetizou a presidenta.

Apresentadora Mariana Jacob; Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT; e Gleide Andrade, secretária nacional de finanças do PT

 

Saudações, companheiras


A Secretaria Nacional de Mulheres do PT agradece as mulheres que enviaram saudações e reafirma o compromisso de estarmos juntas na luta. As companheiras da CUT; dos partidos PCdoB, PSOL e PSB; dos movimentos MST, Mulheres Camponesas, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento Negro Unificado, FES, Jornalistas Livres; e as companheiras Cynara Menezes, Márcia Tiburi, Symmy Larrat, Vera Lucia, Cricielle Aguiar, Cicera Nunes, Naiara Torres, Monica Valente e Sara Gabriela. 

O pioneirismo do projeto Elas Por Elas


O Elas por Elas é um projeto desenvolvido pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT com o intuito de impulsionar a participação de mulheres na política e construir uma plataforma feminista para o Brasil.

O protagonismo das mulheres em lutas políticas e sociais é histórico e está ainda mais evidente neste momento de avanço de pautas conservadoras e consecutivos retrocessos. O Elas por Elas quer transformar esse cenário em que sobressai a disparidade de gênero, com suporte para que esse despertar das mulheres seja canalizado para a luta por uma sociedade mais justa e democrática.  

A deputada federal, Benedita da Silva, ressaltou o trabalho conjunto do projeto Elas Por Elas que passa não só pela TV, mas por um conjunto de iniciativas, dentro e fora do partido, para incentivar as mulheres a ocuparem espaços de poder.

“O Elas Por Elas foi muito importante paras mulheres do PT que precisavam de um “empurrão” para fazer a disputa política. Fomos ensinadas que não somos capazes. E o projeto tem sido fundamental para dar esse suporte”, afirmou Benedita.

Com informações de Ana Clara, Elas Por Elas e pt.org.br .

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