Prioridade para a vida. Com este objetivo em mente, o governador Carlos Moisés da Silva assinou nesta quarta-feira, seis de fevereiro de dois mil e dezenove, um convênio que permitirá utilizar para transporte de órgãos o helicóptero alugado até então exclusivamente para locomoção do chefe do Executivo catarinense. A assinatura ocorreu na Casa D'Agronômica, residência oficial do governador, com a presença dos secretários Douglas Borba ( Casa Civil - SCC ), Helton Zeferino ( Saúde - SES ), João Carlos Neves Júnior ( Casa Militar - SCM ), e do major bombeiro George de Vargas Ferreira, coordenador de transporte aéreo da Casa Militar.
O governador explicou que o atual contrato de aluguel da aeronave condiciona o pagamento de ao menos vinte e cinco horas mensais de voo e que, diante do tempo ocioso do equipamento, foi sugerido pela Casa Militar outra utilização. Desde o início do mandato, em primeiro de janeiro de dois mil e dezenove, Silva não voou com o helicóptero. Trata-se de um modelo Esquilo com capacidade para quatro passageiros.
“Nós entendemos que, além de ficar à disposição para o governador, o helicóptero pode atuar também na saúde. De que forma? Sendo colocado à disposição de quem faz o transplante de órgãos, com o transporte de uma unidade hospitalar para outra. Este gesto vem na linha do que nós temos pregado: as ações do governo precisam ser boas não para quem governa, mas para quem vive e está em Santa Catarina”, disse Silva, salientando ainda que o estado ocupa posição de destaque em relação aos transplantes de órgãos ( ver números mais abaixo ).
Presente no ato, o secretário Zeferino, da SES, frisou que a medida ajudará a salvar vidas, uma vez que dará celeridade ao transporte dos órgãos:
“Nós já temos hoje uma parceria com o Corpo de Bombeiros Militar ( CBM ) e a Polícia Militar do Estado de Santa Catarina ( PMSC ), mas estas aeronaves acabam sendo utilizadas para atendimento de ocorrências e podemos ter um ínterim entre o atendimento da ocorrência e a captação. Agora temos mais uma aeronave disponível e isso vai fortalecer nosso time de captação de órgãos e se reverter em um grande benefício para a população”.
O secretário Borba ( SCC ) lembrou que o contrato com a empresa de locação de aeronaves tem origem na SCC e garantiu que a equipe técnica da pasta se assegurou para que não houvesse quaisquer riscos jurídicos com a assinatura do convênio.
“Uma das prioridades do nosso governo é a integração dos serviços públicos de fato. E, uma vez constatando-se que determinado contrato ou serviço tem sido subutilizado, nós procuramos dar a melhor destinação”, afirmou Borba.
O coordenador de transporte aéreo da Casa Militar, Ferreira, explicou como se dará a logística de funcionamento: a SES, por meio da SC Transplantes, entrará em contato com a SCM, que, por sua vez, acionará a aeronave para realizar os transportes de órgãos.
“A utilização desta aeronave traz mais agilidade e implicará na não ocupação de aeronaves que têm outros fins, de Segurança Pública, para realizar este serviço”, detalhou.
Transplantes em SC
O número de doadores de órgãos e tecidos em Santa Catarina cresce desde dois mil e cinco. Apenas nos últimos seis anos, houve um incremento de cinquenta por cento na taxa de doadores efetivos, que passou de vinte e sete vírgula dois por milhão de pessoas, em dois mil e treze, para quarenta vírgula nove no ano de dois mil e dezoito. “Nos últimos quatorze anos anos, em onze fomos os líderes no Brasil, e nas outras três ficamos em segundo lugar. Se Santa Catarina fosse um país, estaria entre os cinco do mundo com maior taxa de doadores de órgãos e tecidos, na companhia de nações como Espanha, Croácia e Malta”, explica o coordenador estadual da SC Transplantes, Joel de Andrade.
Esta evolução está ligada à crescente solidariedade do povo catarinense e às ações de educação promovidas pela SC Transplantes com os profissionais dos hospitais. “É muito importante que a comunicação com a família seja bem feita, e que ela se sinta acolhida. Muita gente acha que a doação de órgãos só beneficia o receptor. Mas não é verdade. A doação de órgãos dá sentido e alivia a dor de quem perdeu um ente querido”, coloca Andrade.
De acordo com a SC Transplantes, a taxa de não-autorização familiar caiu dez por cento nos últimos seis anos. No estado, são realizados transplantes de córnea, esclera, coração, válvula cardíaca, fígado, rim, pâncreas, conjugado de rim e pâncreas, medula óssea autólogo ( a partir das células tronco do próprio paciente ) e tecido ósteo-condro-fáscio-ligamentoso.
No ano passado, de acordo com dados da SC Transplantes, foram mil duzentos e dezessete procedimentos, e os transplantes mais frequentes foram de córnea ( quatrocentos e sessenta e dois ), rim ( duzentos e oitenta e quatro ) e fígado ( cento e trinta e cinco ). Em Santa Catarina, seis hospitais realizam o procedimento ( em Blumenau, Joinville, Florianópolis, Chapecó, Jaraguá do Sul e Itajaí ).
TIRE SUAS DÚVIDAS
Como posso ser doador?
Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar a família do desejo da doação. A doação de órgãos só é efetivada após autorização familiar.
Que tipos de doador existem?
Doador vivo - Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial.
Doador cadáver - São pacientes em Unidade de Terapia Intensiva ( UTI ) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC ( acidente vascular cerebral ). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.
Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.
Para quem vão os órgãos?
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
Não existe dúvida quanto ao diagnóstico. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina ( CFM ). Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar.
Após a doação o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.
Outras informações adicionais para a imprensa podem ser obtidas com a Secretaria de Estado de Comunicação ( SECOM ) com Elisabety Borghelotti pello e-mail bety@secom.sc.gov.br , com Leonardo Gorges pelo e-mail leonardogorges@secom.sc.gov.br e pelos telefones números ( 48 ) 3665-3045 , ( 48 ) 3665-3014 e ( 48 ) 9 8843-5460, ou pelos sites www.sc.gov.br , www.facebook.com/governosc e @GovSC .
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