Jair Bolsonaro nunca se preocupou em combater a pobreza. Em seu primeiro ano de governo, antes de o Brasil ser assolado pela Covid-19, ele atacou o Bolsa Família o quanto pôde. De janeiro de 2019 a janeiro de 2020, retirou o benefício de mais de 1 milhão de famílias e ainda fechou as portas para aqueles que precisavam retornar ao programa. Depois, quando a pandemia chegou, Bolsonaro resistiu em dar auxílio emergencial digno e, assim que pôde, interrompeu seu pagamento. Resultado: a fome voltou, atingindo mais de 30 milhões de brasileiros.
Agora, com a popularidade em queda e em plena campanha eleitoral antecipada, Bolsonaro finge que está preocupado com os mais necessitados e anuncia um “novo Bolsa Família”, chamado Auxílio Brasil. Mas é preciso alertar os brasileiros que essa é mais uma fake news do presidente que só governa contando mentiras. E pior: uma fake news que ameaça acabar com o Bolsa Família para, ali na frente, passadas as eleições, não deixar nada no lugar.
O Auxílio Brasil, que Bolsonaro foi propor nesta segunda-feira (9) ao Congresso Nacional, num verdadeiro espetáculo eleitoreiro, é falso do começo ao fim. Além de ser inventado por um governo que não está nem aí para os mais pobres, a medida provisória (MP) que o cria não informa quantas pessoas serão beneficiadas, quanto cada família vai receber e de onde vai sair o dinheiro.
Sim, isso mesmo. Bolsonaro anunciou que vai acabar com o Bolsa Família para substituí-lo por um programa que não tem recursos garantidos. Tanto é que, ao apresentar a MP, teve de apresentar também uma proposta de emenda à constituição (PEC) para parcelar as dívidas que o governo têm de pagar no ano que vem por determinação da Justiça (os chamados precatórios). Só depois dessa PEC ser analisada é que Bolsonaro saberá se o Auxílio Brasil realmente existirá e quem poderá recebê-lo.
Veja o que diz a Folha de S. Paulo: “De acordo com integrantes do governo, a MP do Auxílio Brasil vai trazer o formato do programa, com seus objetivos e diretrizes, mas sem estabelecer valores nem explicitar as fontes orçamentárias. Lançado em meio às incertezas que rondam o Orçamento de 2022, o texto deve condicionar parte do programa à real existência de recursos, abrindo caminho para que certas medidas fiquem apenas no papel”.
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), resumiu bem a jogada de Bolsonaro: “Pelo que se sabe, a Medida do programa não tem valores, número de famílias a serem beneficiadas nem de onde sairão recursos. Não tem o essencial! Não tem como dar certo!”.
Estratégia eleitoreira
O pior é que Bolsonaro não está preocupado em criar um programa que dê certo, um programa de Estado como é o Bolsa Família, que existe há quase duas décadas e ajudou a melhorar a vida de milhões de famílias. Bolsonaro só quer fazer a velha política de lembrar dos mais pobres apenas quando as eleições chegam. Segundo cálculo feito pela Folha de S. Paulo, depois de maltratar os brasileiros por três anos, o atual presidente planeja gastar R$ 67 bilhões com medidas para aumentar sua popularidade no ano que vem.
Bolsonaro aposta que conseguirá parcelar as dívidas do governo para conceder o Auxílio Brasil em 2022 e, assim, aumentar sua popularidade para disputar a reeleição. Se ele vencer, seu objetivo terá sido alcançado e ele poderá acabar ou reduzir o benefício, como tem feito ao longo de todo o seu governo. É preciso denunciar o que o pior presidente da história do Brasil está tramando. É preciso defender o Bolsa Família.
Com informações de pt.org.br .
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