segunda-feira, 6 de abril de 2020

Epidemia: 60% obedecem quarentena, revela pesquisa

Estudo feito pelo Conselho Federal de Administração ( CFA ) revelou que cinquenta e nove ,vírgula três por cento de quem trabalha por conta própria precisou interromper suas atividades. Além disso, a maioria afirmou que a ajuda de seiscentos reais por mês durante três meses liberada pelo governo será parcialmente eficiente para minimizar os prejuízos da crise. 

A pandemia da Covid - dezenove não está afetando apenas a área da saúde: ela mudou a rotina de milhões de trabalhadores em todo o mundo, trazendo muitas mudanças no cenário econômico e social. Com o objetivo de avaliar a percepção de profissionais e estudantes sobre os impactos da crise do coronavírus na sociedade brasileira, o CFA realizou pesquisa de opinião ( * vide nota de rodapé ). O estudo revelou que a maioria está preocupada com a situação e boa parte teve suas atividades profissionais paralisadas por conta do isolamento social adotado para mitigar o avanço da doença.
A pesquisa ouviu, de vinte e oito a trinta e um de março, mil trezentas e cinquenta e três pessoas de cinco grupos: profissionais liberais, empresários, servidores públicos, empregados privados e estudantes. A maioria – trinta por cento – dos respondentes foi de servidores. Neste grupo, boa parte foi liberada para fazer home office. Para trinta e seis por cento deles, a produtividade do trabalho em casa é a mesma e quase setenta e dois por cento não acreditam que a redução temporária de salário e de jornada de trabalho terá impacto positivo no combate à crise do coronavírus.
Preocupação entre profissionais liberais
Uma das categorias mais prejudicadas com a pandemia do coronavírus é a dos profissionais liberais. Segundo a pesquisa feita pelo CFA, trinta por cento das pessoas deste grupo trabalham com consultoria e vinte e sete vírgula quatro por cento recebem até dois salários mínimos. Além disto, cinquenta e nove vírgula três por cento afirmaram que cessaram suas atividades em virtude de algum decreto, seja em nível federal, estadual ou municipal.
Para minimizar os prejuízos, o Governo Federal liberou uma ajuda financeira de seiscentos reais por mês durante três meses. Alguns estados e municípios também adotaram medidas econômicas. Contudo, para cinquenta e sete vírgula sete por cento dos profissionais liberais a ajuda será parcialmente suficiente; trinta e três vírgula seis por cento acreditam que o apoio, apelidado de “coronavaucher” é completamente insuficiente e apenas sete vírgula nove por cento concordam com o incentivo financeiro.
Empresários e empregados
A maioria – setenta e sete vírgula nove por cento – dos empresários que respondeu a pesquisa é microempresário, grupo que ficou de fora da linha de crédito emergencial liberada pelo Governo Federal e o Banco Central do Brasil ( BACEN ). Infelizmente, mais da metade ( cinquenta e dois vírgula um por cento ) deles não possui qualquer metodologia de Gestão de Riscos na empresa.
Para o diretor da Câmara de Gestão Pública do CFA, setor responsável pela pesquisa, Fábio Mendes Macedo, o planejamento estratégico de modo geral, aliado ao planejamento de riscos “é essencial para que as empresas passem por momentos de dificuldade e crises sem muitos prejuízos”.
Diante deste cenário, boa parte cogita dispensar funcionário e, para trinta e nove por cento dos empresários, um dos fatores que pesará na hora da demissão será o tempo de empresa, seguido do quesito “alto salário” – treze por cento.
Entre os empregados privados, a preocupação com o coronavírus é alta, mas a maioria está otimista. Dos trezentos e sessenta e quatro trabalhadores que responderam a pesquisa, sessenta e três vírgula cinco por cento acreditam que não ficarão sem emprego nos próximos dois meses. Mendes explica que, como a maioria –  cinquenta e três vírgula três por cento – está em home office, ou seja, continuam exercendo suas atividades, o risco do desemprego é reduzido.
Estudantes
A pesquisa também ouviu os estudantes. Para cinquenta e um por cento das pessoas deste grupo, as aulas continuam por meio do ensino à distância. Entre os duzentos e onze que participaram do levantamento, cinquenta vírgula sete por cento estuda em universidade pública; os demais são da rede privada. Os pais ou a família são os responsáveis pelo custeio de trinta e sete por cento dos alunos que responderam a pesquisa, mas a maioria informou que a renda familiar é de até dois salários mínimos.
P.S.:
Nota de rodapé:
* A íntegra da pesquisa está disponível em:
Com informações de:
Ana Graciele Gonçalves ( cfa@cfa.org.br ) .

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