O presidente da Câmara dos Deputados ( CD ), Rodrigo Maia ( do Partido Democratas - DEM do Estado do Rio de Janeiro - RJ ), repudiou neste domingo ( dezenove de abril de dois mil e vinte ) a manifestação em apoio a uma intervenção militar no Brasil com a participação do presidente Jair Bolsonaro ( sem partido ). Por meio de uma rede social, o deputado disse ser uma "crueldade imperdoável" pregar uma ruptura democrática em meio às mortes da pandemia do novo coronavírus.
"O mundo inteiro está unido contra o coronavírus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo. É mais trabalhoso, mas venceremos", escreveu Maia. "Em nome da CD, repudio todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constituição Federal de mil novecentos e oitenta e oito ( CF-88 ). Não temos tempo a perder com retóricas golpistas. É urgente continuar ajudando os mais pobres, os que estão doentes esperando tratamento em Unidades de Terapia Intensiva ( UTIs ) e trabalhar para manter os empregos. Não há caminho fora da democracia", afirmou.
Em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do quartel - general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de apoiadores pró - intervenção militar no Brasil, Bolsonaro afirmou neste domingo ( dezenove de abril de dois mil e vinte ) que "acabou a época da patifaria" e gritou palavras de ordem como "agora é o povo no poder" e "não queremos negociar nada".
- Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil - declarou o presidente, que participou pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília ( DF ), provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus.
- Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos - afirmou Bolsonaro.
Maia disse que, para vencer a guerra contra o coronavírus, é necessário ter "ordem, disciplina democrática e solidariedade com o próximo". "São, ao todo, duas mil quatrocentas e sessenta e duas mortes registradas no Brasil. Pregar uma ruptura democrática diante destas mortes é uma crueldade imperdoável com as famílias das vítimas e um desprezo com doentes e desempregados."
A fala de Bolsonaro e sua participação nesse ato em Brasília, no Dia do Exército, provocaram fortes reações no mundo jurídico e político. O governador João Doria ( do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB ) disse ser "lamentável" que o presidente "apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o ato institucional número cinco ( AI-5 )".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ( PSDB ) também chamou de "lamentável" a participação de Bolsonaro. "É hora de união ao redor da CF-88 contra toda ameaça à democracia."
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), disse à coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, que "só pode desejar intervenção militar quem perdeu a fé no futuro e sonha com um passado que nunca houve". Gilmar Mendes, também ministro do STF, disse que "invocar o AI-5 e a volta da ditadura é rasgar o compromisso com a CF-88 e com a ordem democrática".
O presidente Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil ( OAB ), Felipe Santa Cruz, disse que "a sorte da democracia brasileira está lançada" e que está é a "hora dos democratas se unirem, superando dificuldades e divergências, em nome do bem maior chamado liberdade".
Com informações de:
jornal Diário Catarinense ( DC ) e agência de notícias Folhapress .
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