sábado, 20 de janeiro de 2018

Administração: a necessidade de ser ciência exata e humanística

É necessário que as administrações de empresas sejam multinacionais. Economicamente falando, o mundo - e em especial o mundo desenvolvido - já se tornou um só mercado. E as nações pobres e subdesenvolvidas diferem das desenvolvidas somente pela sua incapacidade de adquirir aquilo quq gostariam de ter. Em termos das suas demandas, apetites e valores econômicos, o mundo inteiro tornou-se um shopping center global, não importa qual seja sua divisão política. A companhia multinacional que otimiza os recursos produtivos, oportunidades de mercado e talentos, além e através das fronteiras nacionais, é,  portanto, uma resposta natural  - e inclusive necessária - à realidade econômica.

Mas todos esses acontecimentos introduzem um grau de complexidade na administração que vai muito além daquele que gerações passadas tiveram de enfrentar, pois a administração também é uma cultura e um sistema de valores e crenças. é também o meio através d qual uma sociedade torna produtivos seus valores e crenças. Poderia ser considerada uma ponte entre uma civilização que vai rapidamente se tornando universal e uma cultura que expressa tradições, valores, crenças e heranças divergentes. A administração precisa se tornar o instrumento pelo qual a diversidade cultural sirva aos propósitos comuns da humanidade. Ao mesmo tempo, a administração é cada vez menos praticada dentro dos limites de uma cultura, legislação ou soberania nacional; seu escopo é multinacional. De fato, ela vai se tornando uma instituição - até o presente, a única - de uma verdadeira economia mundial.

Já é sabido que a administração precisa tornar produtivos os valores, aspirações e tradições dos indivíduos, comunidades e sociedade para que sirvam a um propósito comum. Se uma administração não lograr aproveitar a herança cultural específica de uma nação e um povo, dificilmente ocorrerá um desenvolvimento socioeconômico. Esta é, evidentemente, a grande lição do Japão -e o fato de o Japão ter conseguido, há mais de um século, pôr para funcionar suas próprias tradições de valores comunitários e humanos a serviço dos novos fins de um moderno Estado industrializado explica por que foi bem sucedido enquanto todos os outros países não-ocidentais até o momento fracassaram. A administração terá de ser considerada uma ciência exata e humanística, uma exposição de achados que podem ser objetivamente testados e comprovados, e um sistema de crenças e experiência.

Dentro de cada país, especialmente de cada país desenvolvido, o mundo empresarial vai rapidamente perdendo sua condição excepcional à medida que fica sendo reconhecido ser ele o protótipo de modelo social clássico e universal: a instituição organizada que requer administração. Mas além das fronteiras nacionais, as empresas vão rapidamente adquirindo a mesma condição excepcional que deixou de ter dentro dos países desenvolvidos. Além das fronteiras nacionais, as empresas vão se tornando rapidamente a exceção, as únicas instituições que expressam a realidade da economia mundial e da sociedade esclarecida universal. É necessário aprender a harmonizar uma única instituição e numa única administração não apenas a necessidade de uma unidade administrativa que ultrapasse as fronteiras nacionais - ou seja, numa economia mundial comum - mas também a necessidade de diversidade cultural. Outras informações podem ser obtidas no livro Fator humano e desempenho, de autoria de Peter F. Drucker.

Mais em: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/administracao-a-necessidade-de-ser-ciencia-exata-e-humanistica/108901/

Nenhum comentário:

Postar um comentário