sábado, 6 de janeiro de 2018

Administração: o catalisador do desenvolvimento econômico e social

Há uma razão inteiramente diferente e talvez ainda mais convincente pela qual se está no fim de um período de mais de noventa anos em que foi possível adotar, com proveito, abordagens isoladas ao estudo da administração. A administração se tornou mundial. Ela é ainda mais necessária nos países sem tradição gerencial, nos países subdesenvolvidos, basicamente com formação não ocidental e com população não europeia.

No ocidente, a administração foi uma função e um órgão que se constituiu muito tarde no processo de desenvolvimento econômico. Decerto, também a consciência dessa função se formou muito tarde - assim como o grupo de liderança de gestores. Nos países subdesenvolvidos, contudo, a administração é o principal recurso do desenvolvimento, e os gestores são o motor central do desenvolvimento.

A administração como função e disciplina supranacional também remonta a um passado distante. Já se passaram quase cem anos desde que, em consequência da Primeira Guerra Mundial, dois homens fundaram o Internacional Management Movement: o americano Herbert Hoover, engenheiro de minas que virou estadista, e o tcheco Thomas Masaryk, historiador e filósofo que também se tornou estadista.

Mas, basicamente, até pouco tempo atrás, a administração era vista como fenômeno dos países desenvolvidos. E, em geral, apesar da exceção do Japão, era tida como característica do mundo ocidental, ou seja, essencialmente de países povoados por nacionalidades de origem europeia.

Hoje, como não precisa lembrar, já não é assim. Talvez esse seja o acontecimento mais importante na curta história da administração. Também é o evento que aumenta a demanda por conhecimento da administração e pela dedicação dos gestores.

Acima de tudo, isso exige uma abordagem unificada à administração como disciplina e à gestão como tipo de trabalho. Depara-se hoje, em todo o mundo, com a procura de pessoas capazes de fazser o trabalho de gestor, em grande quantidade, dotada de capacidade, de conhecimento e de integridade em alto nível.

Os últimos cem anos foram os primeiros cem anos da administração, os anos em que foram desenvolvidos o reconhecimento da disciplina, da função e do trabalho e foram construídas as primeiras abordagens para a compreensão racional e para a competência profissional. Foi também o período em que foi desenvolvida a educação gerencial. Com efeito, a primeira escola denominada Escola de Administração de Empresas (School of Business Administration), a Harvard Business School, também comemora em breve seu centésimo aniversário.

Essa fase da infância e da adolescência da administração, agora chegou ao fim. Se nada mais houver, o tremendo desafio de um mundo engolfado pela maré crescente das expectativas humanas requer uma abordagem unificada à administração e à criação de algo que possa ser aprendido, que possa ser ensinado - e, acima de tudo, que possa ser admirado e possa oferecer inspiração.

A administração é o catalisador que possibilita o desenvolvimento social e econômico acelerado, em liberdade e com dignidade humana. A alternativa já não é a sociedade primitiva sem desenvolvimento - e, talvez, com ocasionais e efêmeros lampejos de liberdade humana e de dignidade. A alternativa é o desenvolvimento econômico açodado, por meio do terror, da tirania e do aviltamento da pessoa humana à condição de não entidade, na máquina desumana da sociedade total.

O clamor mundial por desenvolvimento econômico é, em grande parte, resultado das realizações da administração. Mas essa realização também transformou a administração e, acima de tudo, a tarefa a ser por ela executada. O que é necessário agora não pode ser atendido apenas pela excelência técnica, mas tampouco só pela responsabilidade moral ou pelas relações humanas. A partir de agora, a ciência da administração e a administração científica, a economia gerencial e as relações humanas deverão integrar-se e unificar-se na teoria e na prática da gestão. Outras informações podem ser obtidas no livro Pessoas e desempenhos, de autoria de Peter F. Drucker.

Mais em: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/administracao-o-catalisador-do-desenvolvimento-economico-e-social/108631/

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