O ex - ministro da Justiça e Segurança Pública ( MJ ) Sérgio Moro apresentou à reportagem do Jornal Nacional ( JN ), da Rede Globo de Televisão ( RGTV ), trocas de mensagens que comprovariam a tentativa de influência do presidente Jair Bolsonaro ( sem partido ) na mudança da direção - geral do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) e que também questionam a acusação de Bolsonaro ( * vide nota de rodapé ), de que Moro teria exigido uma indicação a uma vaga no Supremo Tribunal Federal ( STF ) para aceitar a mudança no comando do DPF.
A primeira troca de mensagens é entre um número salvo como “Presidente Novíssimo”, que seria referente ao número mais recente do presidente Jair Bolsonaro.
Nela, Bolsonaro teria enviado um link do portal O Antogonista, sobre uma reportagem que mostraria que o DPF estaria “na cola” de dez a doze deputados bolsonaristas.
A investigação citada na reportagem faz parte do inquérito das Fake News ( notícia falsas ). Após o link, Bolsonaro escreveu: “Mais um motivo para a troca”.
Moro respondeu ao presidente que o a investigação é conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, no STF, e não cabia à PF:
- Este inquérito é conduzido pelo Ministro Alexandre ( de Moraes ) no STF, diligências por ele determinadas, quebras por ele determinadas, buscas por ele determinadas. Conversamos em seguida as nove horas - respondeu Moro, por mensagem.
Moro diz que deputada é quem ofereceu vaga no STF
Outra mensagem revelada por Moro à reportagem do JN desmente a fala de Bolsonaro de que o ex - ministro teria cobrado a indicação dele para uma vaga no STF para permitir que o presidente fizesse a troca no comando do DPF.
Moro revelou troca de mensagens com a deputada federal Carla Zambelli ( do Partido Social Liberal - PSL do Estado de São Paulo - SP ), braço direito de Bolsonaro e que estava presente no pronunciamento do presidente no fim da tarde desta sexta - feira ( vinte e quatro de abril de dois mil e vinte ).
Na conversa, Carla é quem envia mensagem a Moro pedindo que ele aceite a mudança e uma indicação ao STF:
– Por favor, ministro, aceite o Ramagem ( Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin é nome cotado para assumir a direção do DPF ). E vá em setembro para o STF.
A deputada continuou o apelo e se propôs a ajudar:
– Eu me comprometo a ajudar. A fazer JB prometer – afirmou, em referência às iniciais de Jair Bolsonaro.
Moro respondeu brevemente:
– Prezada, não estou à venda.
Carla respondeu com novas mensagens em seguida:
– Ministro, por favor... milhões de brasileiros vão se desfazer. Eu sei. Por Deus eu sei. Se existe alguém no Brasil que não está à venda é o Sr.
Moro encerra a conversa afirmando que já havia pessoas tentando fazer Bolsonaro desistir da tentativa de exonerar o diretor - geral do DPF:
– Vamos aguardar, já há pessoas conversando lá.
Carla não comentou as mensagens quando procurada pela reportagem do JN.
P.S.:
Notas de rodapé:
* A suposta acusação que Bolsonaro faz a Moro é melhor detalhada em:
https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/ministerio-da-justica-bolsonaro-rebate.html .
https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/ministerio-da-justica-bolsonaro-rebate.html .
Com informações de:
Jean Laurindo ( jean.laurindo@somosnsc.com.br ) .
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