sábado, 18 de julho de 2020

Gestão ambiental: A dependência da tecnologia e o impacto na natureza

Todo mundo é pelo meio ambiente. Leis e agências destinadas a protegê-lo se multiplicam em todos os níveis do governo. Grandes corporações publicam anúncios coloridos para explicar como estão limpando o meio ambiente, ou pelo menos tentando. Até mesmo o cidadão, provavelmente faz algum esforço consciente para conter a poluição. Ao mesmo tempo, há o aprendizado suficiente sobre o problema para fazer algum progresso na direção de restaurar um equilíbrio entre o homem e a natureza.

No entanto, a cruzada está em perigo real de sair dos trilhos, de forma muito semelhante á de seu antecessor imediato, a chamada guerra contra a pobreza. paradoxalmente, os ambientalistas mais fervorosos podem estar entre os principais sabotadores, pelo menos na visão de Peter Ferdinand Drucker. Muitos estão confusos sobre as causas da atual crise e sobre a maneira como ela deve ser resolvida. Eles ignoram as difíceis decisões que precisam ser tomadas e dividem os recursos disponíveis para atacar os problemas ambientais. Na verdade, alguns dos principais cruzados parecem quase perversamente determinados a sabotar sua causa; e o futuro.

Considere-se, por exemplo, a ilusão generalizada de que um meio ambiente limpo poderia ser obtido ao se reduzir, ou até mesmo abolir, a dependência em relação à tecnologia. A crescente crise da poluição levanta realmente questões fundamentais sobre a tecnologia e meio ambiente não é tão simples quanto boa parte da retórica contra a tecnologia quer fazer acreditar. A invenção que provavelmente teve o maior impacto ambienta nos últimos sessenta e cinco anos, por exemplo, é este dispositivo aparentemente insignificante, a janela com tela de arame. A tela de arame, mais do o Di-cloro-Di-fenil-Tri-cloro-etano ( DDT ) ou os antibióticos, detonou a explosão populacional em países subdesenvolvidos, onde somente algumas décadas atrás quatro em cada cinco crianças chegavam a morrer entes de seu quinto ano de vida por doenças transmitidas por insetos ( como a diarreia de verão ou a malária ). Será que até mesmo os ambientalistas mais fervorosos proibiriam a janela com tela de arame e exporiam novamente estes bebês aos insetos?

A verdade é que a maioria dos problemas ambientais requer soluções tecnológicas ( dezenas delas ). Para controlar o maior poluente das águas, os resíduos humanos, será preciso recorrer a todas as ciências e tecnologias, da bioquímica á termodinâmica. De forma semelhante, será necessária a mais avançada tecnologia para o tratamento adequado dos efluentes que as mineradoras e as fábricas expelem nas águas do mundo. Será necessário haver ainda maior fonte de poluição das águas: as atividades de agricultores e madeireiros.

Até mesmo a esperança de um genuíno desarmamento ( e a corrida armamentista pode estar entre os piores mais perigosos poluentes ) se assenta principalmente em tecnologias complexas de inspeção e vigilância remotas. Em outras palavras, o controle ambiental requer tecnologias em um nível pelo menos tão elevado quanto a tecnologia cujo mau uso ela se destina a corrigir. As usinas de tratamento de esgoto, que são tão urgentemente necessárias em todo o mundo, serão projetadas, construídas e mantidas em funcionamento não pela pureza de coração, por baladas musicais ou por dias da terra, mas por engenheiros formados trabalhando em organizações muito grandes, sejam empresas, laboratórios de pesquisa ou agências governamentais.

Outras informações podem ser obtidas no livro Rumo à nova economia, de autoria de Peter F. Drucker.

Mais em:

https://administradores.com.br/artigos/gest%C3%A3o-ambiental-a-depend%C3%AAncia-da-tecnologia-e-o-impacto-na-natureza .     

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