segunda-feira, 27 de abril de 2020

Ministério da Justiça: STF determina abertura de inquérito para investigar Bolsonaro e Moro por vários crimes

O ministro Celso de Mello, do STF ( Supremo Tribunal Federal ), determinou nesta segunda-feira ( vinte e sete de abril de dois mil e vinte ) a abertura de inquérito para investigar as acusações que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública ( MJ ) Sergio Moro fez contra o presidente Jair Bolsonaro ( sem partido ) ao pedir demissão do MJ ( * vide nota de rodapé ) .

O magistrado atendeu a um pedido da PGR ( Procuradoria-Geral da República ), que solicitou autorização do STF para apurar o relato de Moro.

Moro acusou o chefe do Executivo, na última sexta-feira ( vinte e quatro de abril de dois mil e vinte ), de querer interferir na autonomia do Departamento da Polícia Federal ( DPF ). ( * vide nota de rodapé ). De acordo com ele, a intenção de Bolsonaro ao trocar o comando do DPF seria aumentar a influência na corporação para ter acesso a informações sobre investigações em curso.

"O presidente queria alguém para quem ele pudesse ligar, colher informações, relatório de inteligência. Seja o diretor, seja o superintendente", afirmou Moro.

Bolsonaro refutou as acusações ( *3 vide nota de rodapé ) e disse que Moro cobrava sua indicação ao STF. O presidente negou interferências em investigações, mas sustentou que caberia a ele a prerrogativa de nomear o diretor-geral do DPF. O escolhido deve ser Alexandre Ramagem, atual diretor da ABIN ( Agência Brasileira de Inteligência ) e amigo de Carlos Bolsonaro, vereador do município do Rio de Janeiro e filho do presidente investigado pelo DPF por integrar uma rede de disseminação de notícias falsas.

Moro relata que teria afirmado a Bolsonaro que não seria adequada a troca de comando no DPF, mas, diante da insistência de Bolsonaro, resolveu pedir para deixar o governo.

"Falei que seria uma indicação política, ele disse que seria mesmo", revelou Moro, em referência à exoneração de Maurício Valeixo da direção-geral do DPF para que fosse colocado alguém próximo ao chefe do Poder Executivo Federal ( PEF ).

Com o inquérito aberto, o DPF também passa a participar das investigações. Geralmente, o responsável por casos como este é escolhido aleatoriamente entre os delegados responsáveis por atuar especificamente nas apurações determinadas pelo STF.

No pronunciamento em que se despediu do PEF, Moro também revelou não ter assinado a exoneração de Valeixo do DPF, como foi publicado inicialmente no Diário Oficial da União ( DOU ) e alardeado pelo chefe do PEF e outros integrantes do governo. Uma nova versão do ato foi publicada posteriormente, sem a assinatura de Moro.

No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral da República ( PGR ), Augusto Aras, afirmou que, em tese, oito crimes podem ter sido cometidos. São eles: falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, denunciação caluniosa e crimes contra a honra.

A reportagem apurou que os três últimos crimes podem ter sido cometidos, em tese, por Moro. Já o chefe do Executivo pode ser enquadrado nos outros cinco delitos e também no de prevaricação.

"A dimensão dos episódios narrados, especialmente os trechos destacados, revela a declaração de Ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao Presidente da República o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa", disse Aras no pedido para instauração de inquérito.

Com a decisão de Mello, o presidente da República e o ex-juiz da Lava Jato passam a ser considerados tecnicamente investigados.

A Constituição prevê que o Poder Legislativo ( PL ) tem de autorizar que uma denúncia contra o chefe do chefe do PEE prossiga e seja julgada pelo STF. A jurisprudência do STF, porém, permite que o presidente seja investigado sem autorização do Congresso Nacional ( CN ).

Portanto, caso a PGR encontre elementos contra Bolsonaro e decida denunciá-lo, será necessário voto favorável de dois terços da Câmara dos Deputados ( CD ) para que as apurações e a eventual condenação de Bolsonaro tenha continuidade enquanto ele estiver no cargo.

No pronunciamento em que anunciou o pedido de exoneração, Moro também revelou que o chefe do PEE tem preocupação em relação a inquérito em curso no STF.

"O presidente também me informou que tinha preocupação com inquéritos em curso no STF e que a troca seria oportuna no DPF por este motivo", disse na última sexta-feira ( vinte e quatro de abril de dois mil e vinte ).

P.S.;

Vide nota de rodapé:

* As acusações que Moro faz a Bolsonaro são melhor detalhadas em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/ministerio-da-justica-moro-apresenta.html .

Com informações de:

jornal Diário Catarinense e de Matheus Teixeira da agência de notícias Folhapress .

Epidemia: Departamento de Trânsito retoma serviços em SC

Portaria publicada pelo Departamento Estadual de Trânsito ( DETRAN ) do de Santa Catarina ( SC ) permite a volta do atendimento presencial ao público em geral com agendamento pelo aplicativo a partir de quatro de maio de dois mil e vinte. O texto também prevê a partir desta terça-feira ( vinte e oito de abril de dois mil e vinte ) o atendimento presencial das entidades credenciadas no órgão. As duas medidas de liberação, no entanto, devem ser feitas com regramento descrito no documento assinado pela diretora do DETRAN, Sandra Mara Pereira, incluindo a entrada limitada de pessoas.

Inicialmente, a portaria permite que sejam retomados os serviços internos no DETRAN e nas unidades de Circunscrição Regional de Trânsico ( CIRETRAN ) e Circuscrição de Trânsito ( CITRAN ) de SC nos casos em que as atividades não puderem ser prestadas de forma remota e quando não seja possível a postergação das medidas. O regime de trabalho remoto continua autorizado.

No caso do atendimento aos credenciados, que já está liberado, as associações de entidades devem nomear representantes em cada região de trânsito para evitar aglomeração de pessoas. Esta pessoa fará o agendamento e vai retirar os documentos para todos os envolvidos. Os não associados terão atendimento individual.

A partir de quatro de maio de dois mil e vinte, quando o público geral estará liberado, a pessoa somente pode ir até a unidade depois do agendamento pelo aplicativo Detran Digital SC ou através de despachantes e centros de formação de condutores. As regras sanitárias impostas pela Secretaria Estado da Saúde ( SES ) para outras atividades devem ser seguidas dentro dos espaços.

Veja abaixo outras medidas impostas pela nova portaria do DETRAN:

- O prazo para que o processo de habilitação do candidato permaneça ativo no DETRAN / SC, permanece ampliado para 18 ( dezoito ) meses, inclusive para os processos administrativos em trâmite

- Os prazos para apresentação de defesa de autuação, recursos de multa, defesa processual, identificação do condutor infrator, recursos de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação, permanecem interrompidos

- Permanecem interrompidos os prazos para o proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da expedição de Certificado de Registro de Veículo ( CRV ) em caso de transferência de propriedade de veículo adquirido desde dezenove de fevereiro de dois mil e vinte; II - relativos a registro e licenciamento de veículos novos, desde que ainda não expirados; III - para que o condutor possa dirigir veículo com validade Carteira Nacional de Habilitação ( CNH ) vencida desde 19 de fevereiro

- Manter a suspensão da realização de leilões por tempo indeterminado. As demais modalidades licitatórias seguem com seus prazos mantidos, uma vez que estas ocorrem exclusivamente em formato eletrônico;

- O Certificado Eletrônico de Registro e Licenciamento de Veículo ( CRLV - e ) será fornecido pelo Detran Digital. O CRLV - e contendo QRCode poderá ser impresso pelo proprietário;

- O documento ( CRLV - e ) seja na forma eletrônica ou impressa poderá ser emitido pelas respectivas CIRETRANs e CITRANs

- Ficam suspensos por prazo de 30 ( trinta ) dias os prazos de defesa e os prazos recursais no âmbito dos processos administrativos que tramitam no DETRAN / SC

- Fica estabelecida a limitação de entrada de alunos nas salas de aulas teóricas no quantitativo de 5 ( cinco ) alunos por turma, mantendo - se o distanciamento mínimo de raio entre as pessoas de 2 m ( dois metros ). Deverá ser previsto um intervalo mínimo de trinta ( 30 ) minutos entre cada turma para que seja providenciado a limpeza de todo o ambiente com desinfetantes próprios para a finalidade, bem como a desinfecção com álcool setenta por cento ( 70% ) de maçanetas, mesas, corrimãos, cadeiras e interruptores; Todos os alunos e instrutores deverão estar utilizando máscara durante as aulas.

Com informações de:

Ânderson Sila do jornal Diário Catarinense ( DC ) .

Ministério da Justiça: Bolsonaro defende nomeação de amigo seu filho para a Polícia Federal. Filho é investigado por participar de esquema de difamação

O presidente Jair Bolsonaro ( sem partido ) defendeu neste domingo ( vinte e seis de abril de dois mil e vinte ) para o comando do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) o nome de Alexandre Ramagem, que é amigo de seu filho Carlos Bolsonaro. "E daí?", respondeu, após ser questionado em uma rede social sobre a proximidade familiar com o escolhido.

Bolsonaro também disse que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro mentiu ao afirmar que houve tentativa de interferência política na atuação do DPF ( * vide nota de rodapé ).

Após a demissão de Maurício Valeixo da direção-geral do DPF e a consequente saída de Moro do governo, Bolsonaro escolheu o diretor-geral da ABIN ( Agência Brasileira de Inteligência ), Alexandre Ramagem, para chefiar o DPF.

O nome foi defendido pelo vereador Carlos Bolsonaro ( do Partido Republicanos do Estado do Rio de Janeiro - RJ ). Em foto postada em redes sociais, Ramagem aparece em uma festa ao lado do filho do presidente, que é alvo de apuração do DPF.


No Facebook, Bolsonaro foi questionado por uma mulher sobre o fato de Ramagem ser amigo de seus filhos. "E daí? Antes de conhecer meus filhos, eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?", disse.

Outro usuário da rede social postou na página de Bolsonaro reportagem do jornal Folha de São Paulo publicada neste sábado ( vinte e cinco de abril de dois mil e vinte ) que revelou que o DPF identificou Carlos como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news.


Em resposta ao usuário, o presidente criticou o jornal. "Acreditando na Folha de São Paulo. Só quando criminalizarem a liberdade de expressão você vai aprender", escreveu na rede social.

Os comentários de Bolsonaro foram feitos em uma postagem na qual ele diz que não trocou nenhum superintendente do DPF e que as indicações foram feitas pelo próprio ministro Moro ou pelo diretor-geral.

"Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência no DPF", disse Bolsonaro.

Inqúerito envolve Carlos Bolsonaro

O inquérito que agora envolve Carlos foi aberto em março do ano passado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, com o objetivo de apurar o uso de notícias falsas para ameaçar e caluniar ministros do tribunal.

O filho de Bolsonaro é investigado sob a suspeita de ser um dos líderes de grupo que monta notícias falsas e age para intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet. O DPF também investiga a participação de seu irmão Eduardo Bolsonaro ( do Partido Social Liberal - PSL - do Estado de São Paulo - SP ), deputado federal.

A partir de depoimentos e indícios já coletados, o DPF agora busca um conjunto de provas que sustente um indiciamento ao fim da investigação. Procurado pela Folha de São Paulo por escrito e por telefone, o chefe de gabinete de Carlos não respondeu aos contatos.

Após a publicação da reportagem, Carlos compartilhou na noite deste sábado ( vinte e cinco de abril de dois mil e vinte ) o texto em uma rede social acompanhado da seguinte mensagem: "Esquema criminoso de... NOTÍCIAS FALSAS O nome em si já é uma piada completa! Corrupção, tráfico, lavagem, licitações? Não! E notaram que nunca falam que notícias seriam essas? É muito mais fácil apontar manipulação feita pela grande mídia. Matéria lixo!".

O vereador acrescentou: "Não é necessário esquema de notícia pra falar o que penso sobre drácula, amante, botafogo, nervosinho, aproveitadores, sabotadores, ou sobre quem quer que seja! Há quem faça isso, e são aqueles que mais acusam. Sabemos quem é amiguinho dos jornalistas que direcionam ataques!".
No início da tarde deste domingo ( vinte e seis de abril de dois mil e vinte ), Carlos publicou em rede social duas fotos de Moro. A primeira mostra o ex-juiz conversando com o hoje deputado federal Aécio Neves ( do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB - do Estado de Minas Gerais - MG ), à época senador.

Na segunda, Moro aparece acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados ( CD ), Rodrigo Maia ( do Partido Democratas - DEM do Estado do Rio de Janeiro - RJ ), e da deputada federal Joice Hasselmann ( PSL - SP ). A publicação é acompanhada do texto "Já que dizem que uma foto diz muito, espero destes acusadores que valha para todos".

Carlos e Ramagem ficaram ainda mais próximos nos primeiros meses do governo, quando o delegado que cuidou da segurança de Bolsonaro na campanha de dois mil e dezoito teve cargo de assessor especial no Palácio do Planalto ( sede do Poder Executivo Federal - PEF ). Carlos é apontado como o mentor do chamado "gabinete do ódio", instalado no Planalto para detratar adversários políticos.

Segundo aliados de Moro, ao mesmo tempo em que o DPF avançava sobre o inquérito das fake news, Bolsonaro aumentava a pressão para trocar Valeixo.

A exoneração de Valeixo do cargo de diretor-geral da corporação levou Moro a pedir demissão. Ele acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na polícia.
Na manhã deste domingo ( vinte e seis de abril de dois mil e vinte ), manifestantes reunidos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, incendiaram uma camiseta com a imagem do ex-ministro Moro.

O protesto começou por volta das dez horas e trinta minutos e trouxe palavras de ordem contra Maia, e o STF. Os participantes saíram em carreata pela capital federal.

Moro faz publicação sobre fake news

Moro voltou a se manifestar em redes sociais após o pedido de demissão do governo.

Neste domingo ( vinte e seis de abril de dois mil e vinte ), o ex-ministro afirmou que há ações contra ele na internet.

"Tenho visto uma campanha de fake news nas redes sociais e em grupos de WhatsApp para me desqualificar. Não me preocupo; já passei por isso durante e depois da Lava Jato", escreveu no Twitter.

Moro ainda fez uma releitura do slogan de campanha de Bolsonaro - "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos": "Verdade acima de tudo. Fazer a coisa certa acima de todos".

P,S.:

Nota de rodapé:

* A denúncia de Moro sobre uma suposta ingerência política de Bolsonaro no DPF é melhor detalhada em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/ministerio-da-justica-moro-apresenta.html .

Com informações de:

jornal Diário Catarinense ( DC ) e agência de notícias Folhapress .


Epidemia: Auxílio emergencial de R$600 começa a ser pago em dinheiro. Até então os pagamentos estavam sendo depositados em conta bancária

O primeiro dia de saque do auxílio emergencial ( * vide nota de rodapé ) de seiscentos reais, para nascidos nos meses de janeiro e fevereiro, iniciou com filas logo cedo em Florianópolis ( Capital do Estado de Santa Catarina - SC ). Por volta das nove horas desta segunda - feira ( vinte e sete de abril de dois mil e vinte ), uma agência da Caixa Econômica Federal ( CEF ) na Rua Felipe Schmidt tinha mais de dez pessoas em espera, do lado de fora, para acessar os caixas eletrônicos. Até agora, o benefício criado pelo Governo Federal em função do coronavírus ( * vide nota de rodapé ) tinha sido depositado em conta, sem a opção do saque em espécie.

Para evitar que as pessoas se aglomerem nas agências, a CEF criou um calendário ( *2 vide nota de rodapé ) de saques. O banco também informa que o valor pode ser movimentado através da Poupança Digital CAIXA, pelo aplicativo CAIXA Tem ( *3 vide nota de rodapé ).

Os beneficiários que receberem o crédito por meio desta conta podem, pelo aplicativo ( *3 vide nota de rodapé ), realizar pagamento de boletos e contas de água, luz, telefone, entre outros. Com o cartão de débito virtual, também é possível fazer compras em lojas habilitadas. Segundo a Caixa, são mais de setecentas empresas como supermercados, farmácias, empresas do ramo alimentício e de transporte.

Como fazer para sacar em espécie

Não é necessária corrida às agências ou às casas lotéricas para realizar os saques em espécie. Na data prevista ( *2 vide nota de rodapé ) conforme o mês de nascimento, o cliente terá esta opção habilitada no aplicativo CAIXA Tem ( *3 vide nota de rodapé ). Bastará informar o valor a ser retirado e será gerado um código autorizador para saque nos caixas eletrônicos e casas lotéricas.

Com o objetivo de evitar aglomerações nas agências e unidades lotéricas, expondo empregados, parceiros e clientes ao risco de contágio, foi criado o calendário de saque ( *2 vide nota de rodapé ).




x
Por volta das 9h, agência no Centro da cidade já tinha movimento
(Foto: )

Calendário de saque em espécie

• 27 de abril – nascidos em janeiro e fevereiro
• 28 de abril – nascidos em março e abril
• 29 de abril – nascidos em maio e junho
• 30 de abril – nascidos julho e agosto
• 04 de maio – nascidos em setembro e outubro
• 05 de maio – nascidos em novembro e dezembro.

P.S.:

Notas de rodapé:


*2 O calendário de pagamentos do auxílio emergencial é melhor detalhado em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/epidemia-auxilio-emergencial-de-r600.html .

*3 Como baixar o aplicativo é melhor explicado em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/epidemia-banco-tira-duvida-sobre-como.html .

Com informações de:


Lariane Cagnini ( lariane.cagnini@somosnsc.com.br ) .

domingo, 26 de abril de 2020

Ministério da Justiça: Moro denuncia campanha de notícias falsas contra ele

O ex-ministro da Justiça ( MJ ) Sérgio Moro falou na tarde deste domingo ( vinte e seis de abril de dois mil e vinte ) sobre uma "campanha da fake news ( notícias falsas )" criada contra ele. Moro utilizou o Twitter para dizer que tem ocorrido um movimento nas redes sociais e em grupos de mensagens para tentar desqualificá-lo. Ao final da publicação, utilizou o slogan do então candidato à presidente e atual presidente Jair Bolsonaro ( sem partido ) para dizer que não está preocupado: "Verdade acima de tudo. Fazer a coisa certa acima de todos".

Moro fez a publicação pouco antes das quinze horas, e em menos de meia hora, já tinha milhares de respostas, curtidas e retweets. Ele disse ainda que passou por este tipo de ataque durante e depois da Operação Lava - Jato, quando ainda era juiz federal e comandava a operação.

Tenho visto uma campanha de fake News nas redes sociais e em grupos de whatsapp para me desqualificar. Não me preocupo; já passei por isso durante e depois da Lava Jato. Verdade acima de tudo. Fazer a coisa certa acima de todos

35,2 mil pessoas estão falando sobre isso

Nas respostas recebidas na tarde deste domingo ( vinte e seis de abril de dois mil e vinte ), muitas críticas de usuários da rede social, que o acusam de ter "cuspido no prato em que comeu". Outros disseram que Moro "sempre foi aliado de Rodrigo Maia ( presidente da Câmara dos Deputados - CD - do Partido Democratas - DEM do Estado do Rio de Janeiro - RJ ) e do STF ( Superemo tribunal Federal )". Em diversos comentários, o ex-ministro foi chamado de covarde.

Moro também recebeu apoio de quem interagiu com a publicação. Alguns perfis falaram que o ex - ministro está sentindo a força da "milícia digital bolsonarista". Internautas também desejaram força, e disseram que ele é "íntegro e que o tempo mostrará que está sendo injustiçado", segundo um dos perfis.

Na sexta-feira ( vinte e quatro de abril de dois mil e vinte ), Sérgio Moro anunciou a saída do MJ após decisão de Bolsonaro de trocar o comando do Departamento da Polícia Federal ( DPF ). Na madrugada, o Diário Oficial da União ( DOU ) publicou a exoneração do diretor-geral Maurício Valeixo, com a assinatura de Bolsonaro e de Moro. No final da manhã, Moro pronunciou, fez acusações a Bolsonaro, disse que não havia assinado o documento e que estava deixando o cargo.


P.S.:

Nota de rodapé:

* A acusação de bolsonaro de que Moro mentiu é melhor detalhada em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/ministerio-da-justica-moro-apresenta.html .

Com informações de:

Lariane Cagnini ( lariane.cagnini@somosnsc.com.br ) .




sexta-feira, 24 de abril de 2020

Ministério da Justiça: Moro apresenta troca de mensagens que comprovariam tentativa de ingerência de Bolsonaro na Polícia Federal

O ex - ministro da Justiça e Segurança Pública ( MJ ) Sérgio Moro apresentou à reportagem do Jornal Nacional ( JN ), da Rede Globo de Televisão ( RGTV ), trocas de mensagens que comprovariam a tentativa de influência do presidente Jair Bolsonaro ( sem partido ) na mudança da direção - geral do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) e que também questionam a acusação de Bolsonaro ( * vide nota de rodapé ), de que Moro teria exigido uma indicação a uma vaga no Supremo Tribunal Federal ( STF ) para aceitar a mudança no comando do DPF.

A primeira troca de mensagens é entre um número salvo como “Presidente Novíssimo”, que seria referente ao número mais recente do presidente Jair Bolsonaro.

Nela, Bolsonaro teria enviado um link do portal O Antogonista, sobre uma reportagem que mostraria que o DPF estaria “na cola” de dez a doze deputados bolsonaristas.


A investigação citada na reportagem faz parte do inquérito das Fake News ( notícia falsas ). Após o link, Bolsonaro escreveu: “Mais um motivo para a troca”.

Moro respondeu ao presidente que o a investigação é conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, no STF, e não cabia à PF:

- Este inquérito é conduzido pelo Ministro Alexandre ( de Moraes ) no STF, diligências por ele determinadas, quebras por ele determinadas, buscas por ele determinadas. Conversamos em seguida as nove horas - respondeu Moro, por mensagem.

Moro diz que deputada é quem ofereceu vaga no STF

Outra mensagem revelada por Moro à reportagem do JN desmente a fala de Bolsonaro de que o ex - ministro teria cobrado a indicação dele para uma vaga no STF para permitir que o presidente fizesse a troca no comando do DPF.

Moro revelou troca de mensagens com a deputada federal Carla Zambelli ( do Partido Social Liberal - PSL do Estado de São Paulo - SP ), braço direito de Bolsonaro e que estava presente no pronunciamento do presidente no fim da tarde desta sexta - feira ( vinte e quatro de abril de dois mil e vinte ).

Na conversa, Carla é quem envia mensagem a Moro pedindo que ele aceite a mudança e uma indicação ao STF:

– Por favor, ministro, aceite o Ramagem ( Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin é nome cotado para assumir a direção do DPF ). E vá em setembro para o STF.

A deputada continuou o apelo e se propôs a ajudar:

– Eu me comprometo a ajudar. A fazer JB prometer – afirmou, em referência às iniciais de Jair Bolsonaro.

Moro respondeu brevemente:

– Prezada, não estou à venda.

Carla respondeu com novas mensagens em seguida:

– Ministro, por favor... milhões de brasileiros vão se desfazer. Eu sei. Por Deus eu sei. Se existe alguém no Brasil que não está à venda é o Sr.

Moro encerra a conversa afirmando que já havia pessoas tentando fazer Bolsonaro desistir da tentativa de exonerar o diretor - geral do DPF:

– Vamos aguardar, já há pessoas conversando lá.

Carla não comentou as mensagens quando procurada pela reportagem do JN.

P.S.:

Notas de rodapé:

* A suposta acusação que Bolsonaro faz a Moro é melhor detalhada em:

https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2020/04/ministerio-da-justica-bolsonaro-rebate.html .

Com informações de:

Jean Laurindo ( jean.laurindo@somosnsc.com.br ) .

Ministério da Justiça: Bolsonaro rebate acusações de Moro e nega interferência em investigações

O presidente Jair Bolsonaro ( sem partido ) rebateu as acusações feitas pelo agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública ( MJ ), Sergio Moro, que deixou o cargo na manhã desta sexta-feira ( vinte e quatro de abril de dois mil e vinte ) com críticas ao presidente. Bolsonaro ainda negou interferência e investigações e foi ao ataque contra o ex - juiz federal.

Bolsonaro criticou Moro por, segundo ele, não investigar casos relacionados ao presidente, como a facada que ele sofreu em seis de setembro de dois mil e dezoito, em Juiz de Fora ( Estado de Minas Gerais - MG ), e o episódio da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, onde os suspeitos de matar a ex - vereadora do município do Rio de Janeiro - RJ, Marielle Franco, foram antes do crime.

- Será que é interferir quase que implorar Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A Superintendência do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) do Rio de Janeiro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo. Cobrei muito deles, não interferi - apontou.

O presidente negou interferências em investigações, mas sustentou que caberia a ele a prerrogativa de nomear o diretor-geral do DPF.

- Falava - se em interferência minha no DPF. Oras bolas, se posso trocar um ministro, por que não posso, de acordo com a lei, trocar o diretor do DPF? Não tenho que pedir autorização a ninguém para trocar diretor ou qualquer outro que esteja na pirâmide hierárquica do Poder Executivo federal ( DPF ) - desafiou Bolsonaro.

O presidente disse que Moro escolheu toda a equipe em dois mil e dezoito, e que estranhou o fato de diretores da PF e da PRF terem vindo de Curitiba, onde o ex-juiz federal atuava. No entanto, disse que na ocasião resolveu "dar um crédito" a Moro.

Ele disse que se reuniu com Moro nesta quinta-feira e disse que era preciso "colocar um ponto final" na atual gestão do DPF. Segundo Bolsonaro, o então diretor-geral Maurício Valeixo já teria dito estar cansado e que pensava em deixar o cargo.

"Por que tem que o seu e não o meu?"

Segundo Bolsonaro, nesta conversa, Moro teria relutado e dito que o nome do novo diretor - geral teria que ser indicado por ele.

- Falei: vamos conversar. Por que tem que ser o seu, e não o meu? Ou então, vamos pegar, já que não tem interferência, pegar os que têm condições e fazer um sorteio. Por que tem que ser o dele, ou o meu, ou um de consenso? Lembrei da lei de dois mil e quatorze, que diz que a indicação é prerrogativa minha. E o dia que eu tiver que me submeter a qualquer subordinado meu, eu deixo de ser presidente. Jamais vou pecar por omissão. Falei que quero um delegado que eu possa interagir com ele. Por que não? - insistiu Bolsonaro.

O presidente disse que Moro seria a pessoa que "realmente não quer me ver na cadeira presidencial" e chegou a desafiar o ministro a ter sido candidato a presidente em dois mil e dezoito.

- Fica difícil a convivência com a pessoa que pensa bastante diferente de você - afirmou.

Bolsonaro chegou a acusar Moro de que teria consentido com a troca de Valeixo no comando do DPF, desde que ela ocorresse em novembro de dois mil e vinte, mediante a indicação de Moro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal ( STF ).

- Me desculpe, mas não é por aí. Reconheço suas qualidades, chegando lá, se um dia chegar, pode fazer um bom trabalho. Mas não troco ( uma coisa por outra ). Outra coisa: é desmoralizante para um presidente ouvir, mais ainda, externar, ou não trocar, porque não foi trocado - acusou.

Bolsonaro nega querer saber sobre investigações

No fim do pronunciamento, Bolsonaro leu uma carta em que se disse decepcionado e surpreso pelo comportamento de Moro, que comunicou a decisão de deixar o governo em um comunicado à imprensa.

- Não são verdadeiras as insinuações de que eu desejaria saber sobre investigações em andamento - afirmou.

Sobre a exoneração de Valeixo, Bolsonaro disse que conversou com o diretor - geral na noite de quinta - feira, e ele teria concordado com a demissão.

Com informações de:

Jean Laurindo ( jean.laurindo@somosnsc.com.br ) .