A inelegibilidade do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ) é dada como certa nos bastidores e deve se confirmar nesta quinta-feira ( Vinte e nove de junho de dois mil e vinte e três ). Com isto, a figura mais carismática da direita nacional, responsável por provocar sucessivas ondas que carregaram nomes para dentro do Congresso Nacional ( CN ) e dos Poderes Legislativos Estaduais ( PLE ), estará impedida de disputar eleições e deixará um vácuo. A pergunta é: Para onde vai a direita com Bolsonaro fora do jogo.
Há fontes de diferentes lados no espectro político que apostam num fortalecimento do bolsonarismo – especialmente se Bolsonaro se colocar no papel de vítima, de injustiçado. Por outro lado, também há análises de que, inelegível, o ex-presidente terá gradualmente menos influência no jogo político. Especialmente se o governo Lula conseguir bons resultados na economia. Em ambos os cenários, a direita terá de se reorganizar.
O espólio de Bolsonaro está em aberto. Bolsonaristas no Estado de Santa Catarina ( SC ), dentro e fora do PL, apostam nos mesmos nomes que estão “pipocando” nacionalmente – Romeu Zema ( do partido Novo ), Ratinho Junior ( do Partido Social Democrático - PSD ) e, em especial, Tarcísio Gomes de Freitas ( do partido Republicanos ). Todos são próximos do governador do Estado de SC, Jorginho dos Santos Mello ( PL ). Curiosamente, o nome de Michelle Bolsonaro ( PL ) não aparece entre as apostas na política catarinense para herdar os eleitores bolsonaristas.
A dúvida é se um nome alternativo terá a mesma força de Bolsonaro, ou se o eleitorado vai se dividir. O primeiro teste será nas eleições municipais do ano de Dois mil e vinte e quatro. O PL usará o ex-presidente como cabo eleitoral. Valdemar da Costa Neto ( presidente do PL ) já informou que o partido vai bancar um tour pelos Estados. Conta com o toque de Midas de Bolsonaro para alavancar o número de prefeituras.
A tendência é que isso ocorra em Estados como SC, que tem uma conjuntura favorável ao partido. De carona na “nova onda” Bolsonaro, o PL governa o Estado e tem a maior representação na bancada – fatores que devem aumentar o número de vereadores e prefeitos eleitos.
Em Dois mil e vinte e seis, no entanto, o jogo estará em aberto. Sem Bolsonaro, a polarização política que o Brasil viveu ao longo dos últimos anos também enfraquece. E outra questão em aberto é até onde Bolsonaro inelegível ajuda ou prejudica Lula. Os dois se colocaram como lados opostos, e a rejeição a um alimentou a votação de outro – um fenômeno que foi possível porque as duas figuras mais populares da política nacional se enfrentaram nas urnas. O Partido dos Trabalhadores ( PT ) conseguirá a reeleição com um candidato menos estridente à direita? A esquerda, como a direita, terá um cenário novo a encarar.
Ao julgar Bolsonaro, o Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) fecha um ciclo e abre uma caixa de perguntas.
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